Boldrini tem tratamento afetado


RODRIGO ALONSO CAMPINAS | 04/05/2017-00:01:02 Atualizado em 04/05/2017-00:00:57

O Centro Infantil Boldrini, de Campinas, está sem um medicamento "fundamental" para o tratamento de pacientes com LLA (leucemia linfoide aguda), um tipo de câncer que ataca, principalmente, crianças e adolescentes. A unidade informou que o remédio é usado por um grupo de 60 a 80 pacientes por mês e que o problema acontece porque o Ministério da Saúde mudou de fornecedor.

O medicamento asparaginase limpa a medula das células malignas e a falta dele pode aumentar os riscos de morte, apontou o Boldrini. A unidade comunicou que o estoque do produto acabou na semana passada.

Desde janeiro, o governo federal importa o remédio do laboratório chinês Beijing SL Pharmaceutical. No entanto, o Boldrini decidiu não utilizá-lo sob a justificativa de que o novo medicamento "não tem eficácia comprovada por estudos científicos aprofundados".

Há três semanas, a diretora do hospital, Silvia Brandalise, importou dos Estados Unidos um lote emergencial para o atendimento de 18 pacientes. Os frascos devem chegar à unidade na sexta. De acordo com o Boldrini, Silvia fez a compra com dinheiro próprio, gastando R$ 128 mil. Em 12 de abril, o hospital abriu uma petição online (acesse pelo link http://migre.me/wyxqe) para suspensão do fornecimento do asparaginase chinês. Ontem à tarde, a campanha contava com quase 30,5 mil assinaturas.

"O objetivo da petição é mobilizar a população, pais de pacientes, profissionais da saúde e a comunidade médica para que o governo viabilize e facilite o processo de importação de outra asparaginase, que tenha sua eficácia e segurança já comprovadas", comunicou a unidade.

O Ministério da Saúde destacou que "os dados preliminares mostram que o medicamento é biológico e tem ação enzimática na degradação da asparagina", substância necessária para o desenvolvimento das células cancerígenas do LLA. A empresa uruguaia Xetley S.A, que representa o Beijing SL Pharmaceutical, também ressalta que o medicamento apresenta "uma relevância inquestionável para os tratamentos quimioterápicos de leucemia".

A União informou que, para a aquisição do medicamento asparaginase, foi realizada uma cotação internacional e o vencedor ofereceu o menor preço, conforme lei de licitações. A diferença entre os valores foi de R$ 25.288.679,90, acrescentou.

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