Carrefour ou GPA: quem ameaça mais o seu negócio?

O anúncio da oferta inicial de ações do Carrefour no País tornou públicos novos indicadores da rede, o que permite uma melhor comparação com o GPA. Saiba em que cada empresa se destaca

Estudo do banco Brasil Plural indica que a bandeira Assaí, do GPA, conta com maior Ebitda e vendas por metro quadrado

Até pouco tempo atrás, sabia-se muito pouco sobre o desempenho do Carrefour no País. Desde que foi anunciado o IPO – oferta inicial de ações – da operação brasileira, alguns dados adicionais tornaram-se conhecidos, como margem e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Com isso, tornou-se possível estabelecer uma melhor comparação entre as duas maiores companhias do varejo alimentar. Agora, diante desses novos dados, a pergunta que fica no ar é: quem tem maior eficiência e ameaça mais o seu negócio?

Cada uma dessas gigantes tem suas fortalezas e pontos fracos, o que torna equilibrada a competitividade delas no mercado. Análise realizada pelo banco de investimentos Brasil Plural aponta como diferencial do Carrefour a operação madura de cash & carry. Sua bandeira Atacadão respondeu no ano passado por 60,6% das vendas da companhia no País, contra 55% de 2014. Já o Assaí representou 35% da receita do GPA, uma alta de 11 pontos percentuais no mesmo período.

Mesmo assim, a projeção é de que a bandeira de atacarejo do GPA apresente uma lucratividade maior. O banco estima uma margem Ebitda ajustada de 4,7% no ano passado (foram considerados custos maiores com aluguel de imóveis). Em 2014, esse percentual era de 4,4%. No Atacadão, o indicador ajustado atingiu 4,5% em 2016, contra 4,2% de dois anos antes. A produtividade por metro quadrado também é maior no Assaí. No primeiro trimestre deste ano, alcançou R$ 9,6 mil/metro quadrado. Já o Atacadão alcançou R$ 8,2 mil no período.

Para o Brasil Plural, as análises indicam que a operação de hipermercado do Carrefour tende a ser melhor do que a do GPA. Entretanto, as políticas comerciais implementadas no Extra ajudaram a melhorar alguns indicadores. É o caso das vendas por metro quadrado. Nos primeiros três meses do ano, elas alcançaram R$ 4,7 mil nos hipermercados do GPA e R$ 4,9 mil nos do Carrefour. O relatório do banco de investimentos aponta boas expectativas com relação ao aprimoramento das novas dinâmicas comerciais no GPA neste ano.

Os hipermercados do Carrefour apresentam melhor desempenho, o que se deve às remodelações que têm sido realizadas

Se, de um lado ter um parque maduro de lojas de atacarejo é uma vantagem para o Carrefour, de outro, a maior diversidade de formatos pesa a favor do GPA. O relatório do Brasil Plural também aponta como ponto forte a bandeira de supermercados Pão de Açúcar, pois contribui para elevar a margem operacional. Já as operações financeiras do Carrefour estão mais consolidadas, o que beneficia a companhia em relação à sua maior concorrente.

As duas empresas também adotam diferentes modelos em relação aos imóveis onde suas lojas estão construídas. No Carrefour, as instalações próprias respondem por 81% do total, enquanto no GPA respondem por 28%. O banco de investimentos estima que as despesas com aluguel de imóveis representem 1,5% das vendas do Grupo Pão de Açúcar. Isso leva a margem Ebitda de 2016 da companhia para 5,6%. Já o Carrefour alcançou 6,4% influenciado por custos menores nessa área e pela melhor operação financeira.

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