Medicamento para mieloma múltiplo é aprovado pela Anvisa

Quinta, 04 Janeiro 2018 15:15 Escrito por Giulianna Muneratto

A regulamentação da lenalidomida representa um importante passo para a ampliação da sobrevida de pacientes; formas de acesso à droga ainda não estão definidas

A lenalidomida, medicamento para pacientes com mieloma múltiplo, tipo de câncer do sangue sem cura que acomete a medula óssea e é o segundo mais frequente em termos de incidência na onco-hematologia, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na última semana.

O medicamento também auxilia o tratamento de pacientes com Síndrome Mielodisplásica (SMD), condição na qual há falência da medula óssea em produzir células que formam o sangue em quantidade suficiente. A SMD atinge milhares de pessoas no mundo e em um terço dos casos pode evoluir para leucemia do tipo mielóide aguda (LMA). O paciente com a doença geralmente apresenta cansaço crônico, dores no peito (devido à anemia), aumento de suscetibilidade a infecções e tendência a sangramentos.

A aprovação representa um importante passo para a ampliação da sobrevida e melhora da qualidade de vida de pacientes, mas o acesso ao medicamento ainda é motivo de preocupação.

“A aprovação pela ANVISA é o primeiro passo, mas isso não configura, ainda, a questão do acesso. Como se trata de uma droga oral, ela teria que entrar no rol da ANS, que foi publicado nos primeiros dias de 2018. O próximo só será revisto em 2020. A aprovação da lenalidomida foi tão atrasada que isso prejudicará o acesso a ela”, afirma Angelo Maiolino, hematologista e diretor de comunicação da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).

Caso queira explorar o assunto, temos fontes especialistas à disposição para falar sobre a importância da Lenalidomida para o tratamento do mieloma múltiplo, os desafios de incorporá-la aos sistemas público e privado e os próximos passos que devem ser dados para que os pacientes possam se beneficiar do medicamento.

Para 68% dos brasileiros serviço de saúde está cada vez pior no País, diz pesquisa

Câncer e Agora 04/01/2018 – 17h23 (Atualizado em 04/01/2018 – 17h23)

As denúncias sobre a falta de atendimentos, de leitos e de medicamentos em muitos hospitais da rede pública, e até da rede particular, são cada vez mais frequentes. Homens e mulheres que chegam a esperar por anos para conseguir realizar um exame preventivo. Também são inúmeros os casos de pacientes oncológicos que são abandonados no meio do tratamento pelos serviços de saúde.

Uma pesquisa realizada pelo DataPoder360, encomendada pela Interfarma – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, mostra que 68% dos brasileiros acham que a situação dos serviços de saúde no País está piorando. Apenas 7% enxergam melhoras no sistema.

A pesquisa também revelou a opinião dos entrevistados sobre os operadores da saúde. Os hospitais foram os mais criticados: 39% avaliaram negativamente. Ainda de acordo com a pesquisa, os planos de saúde foram reprovados por apenas 18% dos entrevistados. Mas, é bom lembrar que, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), apenas um em cada quatro brasileiros possui plano de saúde.

O custo dos medicamentos foi outro ponto abordado pela pesquisa e que também tem agradado o brasileiro. Para 64% dos entrevistados, o que mais pesa no preço dos remédios são os impostos. E 55% afirmaram que já deixaram de comprar algum remédio por conta do preço.

Um pouco mais da metade (53%) diz bancar sozinha o pagamento dos medicamentos. Há, entretanto, uma parcela significativa dos brasileiros (23%) que adquire medicamentos por meio de algum programa ou (6%) usa farmácia popular ou outro sistema do governo.

Senado vota projeto que prevê repasse de impostos de medicamentos e derivados de tabaco à saúde

Está agendada para esta terça-feira (14), a votação do PLS 147/2015, que destina ao Fundo Nacional de Saúde o dinheiro arrecadado com impostos sobre medicamentos e derivados de tabaco. Pelo projeto, ficaria vinculada a arrecadação de quatro tributos. São eles: Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ).

Falta de canabidiol coloca vida de criança em risco

Rafaella Panceri
redacao@grupojbr.com

Pacientes que precisam do canabidiol lutam pela sobrevivência ao lado das famílias, que dependem de ordem judicial para obter o medicamento de graça. Quem recebe prescrição médica para utilizá-lo tem duas saídas: desembolsa cerca de R$ 1 mil por injeção e importa o remédio, sob supervisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou solicita o produto à Secretaria de Saúde, sem custos.

A dona de casa Lídia Rosa de Carvalho, 34, moradora de Ceilândia, não consegue custear o tratamento do filho e optou pela segunda alternativa. Ela é mãe de Uriel Rideki Oki de Carvalho, de dois anos. O menino sofre de hiperglicinemia não cetótica, doença rara, hereditária, que desestabiliza o sistema nervoso por excesso de glicina – um aminoácido – no organismo. Restam poucas doses do medicamento e o bebê pode vir a óbito a qualquer momento, caso o tratamento seja suspenso.

Assim que nascem, crianças com a doença têm poucas chances de sobreviver. Quando saem da barriga da mãe, demonstram letargia, entram em coma em poucos minutos e vão a óbito em questão de horas. Nos primeiros dias de vida, Uriel apresentou crises convulsivas constantes e passou seis meses em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Os médicos chegaram a pedir o corpo dele para necropsia. Ele estar vivo hoje é milagre de Deus e da ciência”, conta a mãe.

Tratamento

Antes de começar a tomar o canabidiol, cujo princípio ativo é retirado da planta cannabis sativa, o menino tentou outros métodos. “Tomou todos os remédios nacionais, permitidos no Brasil, mas seguia com 200 crises convulsivas por dia. Depois, iniciamos a dieta cetogênica [suplemento à base de lipídios], específica para crianças nessa situação. Ajudou, mas o canabidiol baixou as crises para 10 por mês”, relata Lídia de Carvalho. “Não temos saída. Ou o remédio ou menos dias de vida para o Uriel”.

A família seguia com o tratamento até o segundo dia de 2018, quando foi à Farmácia Ambulatorial Judicial para retirar as últimas três injeções de um total de 12, concedidas pela Secretaria de Saúde em outubro passado. A resposta, no entanto, foi negativa: “O medicamento suplemento alimentar à base de canabidiol, seringa ou frasco, encontra-se em falta. Por esta farmácia não participar do processo licitatório da compra, não nos é informada a previsão da compra. Assim que o medicamento estiver disponível, entraremos em contato novamente”, informou a unidade, por escrito. Enquanto isso, resta uma única seringa em casa. A quantidade de canabidiol é suficiente para seguir com o tratamento até 18 de janeiro. A Secretaria de Saúde informou, em nota, que a compra é feita apenas duas vezes ao ano, por meio de licitação.

A família pensa em alternativas para adquirir o medicamento, enquanto aguarda respostas da pasta. “Já fizemos rifas e contamos com ajuda de terceiros, antes de outubro. Desta vez, estamos de mãos atadas novamente. O valor é alto e vamos ficar no aperto para pagar”, relata Lídia.

“Sem o canabidiol, meu filho tinha 200 crises convulsivas por dia. Agora, melhorou muito. Mas sem o remédio, há risco de morte”, lamenta. “A doença não espera. Caso a gente opte por importar, é possível que o medicamento fique preso na alfândega e atrase 20 dias. O período normal é de sete”, explica o pai de Uriel, Héliton de Carvalho. “É um direito nosso que nos foi negado”, completa Lídia.

Preconceito atrapalha

A descriminalização do cultivo de cannabis sativa para uso medicinal, na visão da família, facilitaria o processo. “Seria uma bênção na minha vida e menos risco de morte para o meu filho e muitas outras crianças. Mais fácil, mais barato e uma economia para os cofres públicos”, opina Lídia de Carvalho.

O assunto é projeto de lei no Senado Federal e foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos em dezembro passado. Atualmente, tramita na Casa como projeto de lei.

“Ainda há muito preconceito. Pensam em todos como criminosos. Chega a ser constrangedor”, desabafa a dona de casa.

Justiça

A família revela que irá ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) ainda nesta semana para questionar o descumprimento da sentença emitida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) em outubro, que assegura o recebimento das 12 doses de canabidiol solicitadas, sob pena de multa diária de até R$ 1 mil ao Governo do Distrito Federal (GDF).

O pessimismo, no entanto, é constante. “Se não nos forneceram até hoje, acho improvável”, conta a mãe de Uriel.

Versão oficial

Na última quarta-feira (3), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou, em nota, que o processo para compra do suplemento à base de canabidiol para cada paciente é programado e só pode ser realizado duas vezes ao ano, por meio de dispensa de licitação. A pasta ressaltou que, por se tratar de medicação importada sem registro no Brasil, precisa de autorização de diversos órgãos, entre eles Anvisa e a Receita Federal, e envolve o cumprimento de prazos legais num período de até 120 dias.

Na manhã desta quinta (4), o órgão acrescentou que “o último fornecimento para o paciente Uriel foi no dia 13 de dezembro, quando ele recebeu duas ampolas”. A Saúde alega ter havido aumento na prescrição da paciente, o que “exige alterações no processo e na programação de compra”. “Além disso, a Secretaria só pode liberar o quantitativo anual constante na autorização da Anvisa. Para aumentar a quantidade o paciente deve apresentar a nova prescrição à Anvisa, que libera nova autorização de fornecimento”, complementou. Segundo eles, existem 13 pacientes cadastrados no DF para recebimento do canabidiol hoje em dia.

Hospital em Campinas importa medicamentos para câncer

Um deles é importado pelo Centro Infantil, em Campinas, há quase 3 anos. Hospital planeja importar nova versão da Asparaginase em 2018, quando também deve inaugurar instituto de pesquisas para avançar nas medicações.

Última atualização 4 Janeiro, 2018

Referência na América Latina para tratamento de câncer e doenças do sangue em crianças, o Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), tem usado recursos próprios para importar quatro medicamentos quimioterápicos, que são normalmente repassados pela União. Segundo a unidade filantrópica e que vive de doações, três deles estão em falta no Brasil e o quarto, a polêmica Asparaginase, é importada para garantir a qualidade no tratamento dos pacientes.

Em entrevista ao G1, a presidente do hospital infantil, Silvia Brandalise, afirmou que a Asparaginase – usada no tratamento da Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e do linfoma linfoblástico – oferecida na unidade passará a ser a versão europeia em 2018. Segundo ela, o custo compensa diante da qualidade de vida do paciente durante os meses de luta contra a doença.

Em relação às outras medicações, há quase três anos o Boldrini precisa importar a Procarbazina, um quimioterápico utilizado para Linfoma de Hodgkin. E, nos últimos seis meses, passou a trazer de fora do país a Actinomicina D, utilizada em Tumor de Wilms (renal) e em sarcomas (tumores muito raros).

“Para tumor renal, o tumor de Wilms é o tumor próprio da criança. A Actinomicina D é peça chave. Há uns seis meses não tem. Eu não aguento ouvir falar em desabastecimento. Pra mim, desabastecimento é mal gerenciamento”, critica a presidente.

Mais recentemente, em novembro, o hospital começou a importar a Bleomicina, quimioterápico utilizado também para Linfoma de Hodgkin. O dinheiro para a compra desses remédios sai da própria instituição, mas o Boldrini disse que “não abrirá números referentes à importação”.

Novo pregão para Asparaginase

Falando em luta, a Asparaginase alemã tem sido importada desde março de 2017 pelo Boldrini. Contra a alternativa chinesa do remédio disponibilizada pelo Ministério da Saúde ao longo do ano – que teve a qualidade contestada -, Silvia iniciou uma busca na Justiça por um quimioterápico com eficácia comprovada em humanos.

O Ministério passou a fornecer a L-Asparaginase em 2013 “devido à sua indisponibilidade no mercado farmacêutico, pois trata-se de um medicamento sem registro no Brasil”, informou em nota. O hospital que não deseja usar essa medicação “continua a receber financiamento federal e pode optar por fazer a aquisição direta do produto”.

Toda a polêmica culminou na realização de um novo pregão (em andamento) com a participação de entidades de referência em oncologia no país, para definir critérios para a nova compra da Asparaginase que passará a ser distribuída na rede SUS, de acordo com o Ministério da Saúde.

Os requisitos para a compra são: “Certificado de Boas Práticas de Fabricação válidos no país de origem, Plano de Farmacovigilância submetido à Agência Regulatória onde o produto está registrado e comprovação do uso do medicamento ofertado em estudos clínicos que comprovem a segurança e eficácia no tratamento da Leucemia Linfoide/Linfoblástica Aguda”, informou o órgão.

A empresa que apresentou a melhor proposta neste pregão, segundo o Ministério, fez a oferta a um valor 34,21% inferior ao da última aquisição, o que resultará em uma economia na ordem de R$ 1,2 milhão. O nome, no entanto, ainda não foi divulgado oficialmente.

Quimioterápicos em falta

Segundo o Ministério da Saúde, “todos os hospitais do SUS habilitados em oncologia recebem mensalmente recursos federais para a compra e oferta de medicamentos. O valor já está incluso no total pago para a realização dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares para o tratamento de câncer”.

Ou seja, fica a cargo de cada unidade hospitalar qual medicação escolher, dentro do protocolo, e, se necessário, agregar recursos próprios na compra.

Segundo a Anvisa, que deve ser avisada quando há descontinuidade da fabricação de algum remédio pelos laboratórios, a Bleomicina e a Actinomicina D possuem registro no país, mas foram descontinuadas. Já a Procarbazina teve o registro no Brasil cancelado porque, após o vencimento, não foi renovado pelo fabricante.

O órgão informou ao G1 que não há instrumento legal para obrigar a retomada do fornecimento de uma medicação pelos laboratórios.

Nova Asparaginase

Paralelamente à luta pela Asparaginase, segundo Silvia, foi dado o registro para a Asparaginase peguilada, a PEG-Asparaginase – uma versão europeia da medicação que age de forma diferente no organismo e custa R$ 6,5 mil por frasco.

Fonte:G1

HGE investe no controle e melhor aproveitamento dos medicamentos

Atuação é para assegurar medicamentos no momento que o alagoano mais precisa

O Hospital Geral do Estado (HGE) investe no controle e melhor aproveitamento dos insumos. Prova disso é que o Serviço de Tecnologia da Informação construiu e aprimorou um sistema capaz de monitorar todos os materiais que chegam à Farmácia Central e informar os locais onde há necessidade de reabastecimento.

O resultado do GestHosp é uma economia mensal que se aproxima a R$ 200 mil, pois evita o desperdício e permite o monitoramento dos farmacêuticos quanto a melhor utilização. Ele também permite que os profissionais de saúde tenham acesso a informações sobre a disponibilidade dos insumos, a exemplo de esparadrapos, máscaras, toucas, sapatilhas, luvas, fitas de teste de glicemia e outros.

“Nós capacitamos as equipes e instalamos novos computadores para utilização do GestHosp. Através desse sistema, também conseguimos monitorar, com maior clareza, os gastos financeiros de cada setor, temos acesso a quem prescreveu e solicitou os materiais e acompanhamos as decisões de alta médica, óbito e transferência. Contudo, podemos prever, com antecedência, o que está para acabar e, assim, providenciar novos materiais médicos”, explicou a coordenadora da Farmácia do HGE, Michelle Oliveira.

A gerente do HGE, Marta Mesquita, acrescenta que o sistema também permite um controle rigoroso na qualidade dos atendimentos. “O bom gerenciamento desses recursos é importantíssimo para afastar falhas, reduzir custos e garantir o armazenamento suficiente para nossos pacientes”, argumentou.

Vale ressaltar que os insumos hospitalares e medicamentos têm custos muito altos, e os recursos em quaisquer hospitais, público ou privado, são cada vez mais limitados e controlados. “Sendo assim, o principal desafio é garantir a disponibilidade de produtos no momento que o alagoano mais precisa, que é o de doença. Para conquistar esse objetivo, iniciamos um planejamento de gestão, que apontou os principais aspectos determinantes para um estoque eficiente”, justificou a gerente do maior hospital público de Alagoas.

Fonte: Assessoria

Beneficiários do Proeme devem fazer recadastramento na Cema até o dia 15

04/01/2018 às 15:57

acritica.com Manaus
Programa que distribui medicamentos especializados à população terá novidades este ano, como a inclusão de três pessoas aptas a pegar os remédios

O prazo para recadastramento dos usuários do Programa Estadual de Medicamento Especializado (Proeme) encerra no próximo dia 15. A atualização dos cadastros é obrigatória e garantirá que os beneficiários do programa continuem tendo acesso gratuito aos medicamentos na Central de Medicamentos do Amazonas (Cema).

Para realizar o recadastramento, é necessário que o usuário ou o seu representante legal autorizado se dirija até a sede do Proeme para entregar os documentos exigidos. A sede do programa é ao lado da Cema, na rua Duque de Caxias, bairro Praça 14, na zona Centro-Sul de Manaus. O horário de atendimento é das 7h30 às 16h, de segunda a sexta-feira.

Os documentos necessários para o recadastramento são: cópia do comprovante de residência atualizado (água/luz/telefone); comprovante de titularidade do telefone; declaração autorizadora atualizada (com reconhecimento de firma em cartório); prescrição médica; laudo de solicitação, avaliação e autorização de medicamento – LME (em anexo); RG e CPF (Certidão de Nascimento e documento do responsável legal, se menor).

Novidade – Uma das novidades do recadastramento é que, a partir de agora, será possível inserir até três pessoas que poderão pegar os medicamentos no Proeme, nos casos em que o usuário não puder fazê-lo.

“A gente vai dar três alternativas de representante para a pessoa. Isso dará uma flexibilidade no atendimento. É uma coisa nova que estamos fazendo”, explica o coordenador da Cema, Olavo Tapajós. Ele ressalta que há informações defasadas no cadastro dos usuários do programa, por isso a necessidade do recadastramento.

Lista ampliada – O Proeme é um programa do Ministério da Saúde (MS), que recebe recursos dos governos Federal e Estadual. O programa oferece medicamentos para pessoas portadoras de doenças crônicas reconhecidas pelo MS. Muitos dos medicamentos são de alto custo. Além dos itens especializados definidos pelo SUS, no Amazonas, a lista de medicamentos ofertados foi ampliada por iniciativa do próprio Estado.

Em média, 300 usuários vão diariamente à sede do Proeme receber medicamentos. Para otimizar o atendimento, a Cema implantou, no final de dezembro de 2017, um novo sistema de senha eletrônica. O sistema foi adequado às determinações da Lei Federal 13.466, que alterou o Estatuto do Idoso, estabelecendo prioridade especial nos atendimentos de saúde aos maiores de 80 anos.

Faltam antibióticos e remédio para pressão alta nos postinhos

Pacientes que procuram as farmácias de Unidades Básicas de Saúde de Rio Preto saem de mãos vazias. Alguns suplementos e anti-inflamatórios também estão em falta

Tatiana Pires

O ano de 2018 começou mal para os moradores de Rio Preto que precisam retirar medicamentos na rede pública de saúde. Pacientes que fazem tratamentos e necessitam de remédios para pressão, anti-inflamatórios e antibióticos, além de suplemento de cálcio e vitamina D estão voltando para casa sem os medicamentos. A Prefeitura informou que soube que poderia ter falta de medicamentos desde o dia 10 de dezembro e que a falta ocorreu pelo atraso na entrega dos produtos, em razão das empresas fornecedoras darem férias coletivas aos seus funcionários.

O aposentado Adão Pereira da Silva, 76 anos, chegou na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Vetorazzo com uma receita contendo seis medicamentos e só conseguiu pegar dois: a losartana e anlodipino, ambos no tratamento da hipertensão. Ele sofre de problemas cardíacos e pressão alta. "Tenho medo de ficar sem o medicamento, porque o médico disse que se não tratar direitinho, que se eu esquecer de tomar um só dia, é um caminho para o São João Batista e eu quero viver muito ainda", afirmou o aposentado.

Acompanhando a mãe, que tentou retirar os suplementos de cálcio e vitamina D, Neuza Dalceco de Moura, 49 anos, também não conseguiu os remédios para o marido que tem hipertensão. "Meu marido passa pelo médico de seis em seis meses e a gente sempre ouve que não pode descuidar. E agora não tem o remédio para ele", disse, acrescentando que fica preocupada também com a falta dos medicamentos para a mãe, Lurdes Albertini, 69. "Se é para tomar todos os dias, ficar sem prejudica, não é mesmo?".

Sem o medicamento Enalapril, que trata da hipertensão, José Rubem Zaqueu disse que ainda têm alguns comprimidos em casa. "Vou torcer para que dê até chegar aqui. Se não, terei que comprar. Não posso ficar sem".

Sorridente, a aposentada Iraci Lima Sousa, 92 anos, está cheia de vida e precisa dos suplementos de cálcio e vitamina D para controlar a osteoporose. A falta desses itens não a preocupa: "Isso acontece sempre. A gente vai levando. Não disseram quando vai chegar, então, vou voltar semana que vem para ver se tem".

Riscos

Medicamentos para tratar hipertensão são de uso contínuo e, de acordo com o cardiologista Antônio Hélio Pozetti, a falta pode comprometer o tratamento. "Os remédios são para o controle e o uso é crônico. A pessoa não tem como usar por um período e depois parar. Ela tem que usar, provavelmente, pelo resto da vida. A falta pode levar a problemas agudos como um AVC (Acidente Vascular Cerebral), um infarto e problemas crônicos, como insuficiência renal, insuficiência cardíaca, entre outros problemas."

No caso da falta de antibióticos, os problemas são agudos, conforme o cardiologista. "A pessoa não vai tratar adequadamente a infecção, por exemplo, uma pneumonia, uma infecção de urina. Isso pode fazer com que o quadro se agrave e a paciente tenha que ser internada, gerando mais custos para o SUS, além disso com risco de vida, porque a doença, a infecção, não está sendo tratada."

Os anti-inflamatórios, geralmente, não oferecem risco de morte. A falta desse medicamento está relacionada à qualidade de vida do paciente. "Analgésicos e anti-inflamatórios são para melhorar os sintomas da dor. Determinados tipos de dor só resolve com anti-inflamatórios", explica Antônio.

Mães fazem protesto por falta de insulina na Central de Medicamentos

Sem insulina há mais três meses, mães e pais de crianças diabéticas estão desesperados

Priscila Peixoto 04 de janeiro de 2018 – 18:02

Na manhã desta quinta, (4) cerca de cem pessoas, entre mães e responsáveis por crianças que sofrem com diabetes, protestaram na Central de Medicamentos, localizada na rua Duque de Caxias, bairro Praça 14, Zona Sul de Manaus. O motivo do protesto é a falta de medicamentos, mais especificamente dois tipos de insulina.

A Lantus e Lispros, que estão em falta, segundo os manifestantes, atuam no tratamento da diabetes tipo 1. De acordo com a cabeleireira Beatriz Espindola, de 36 anos, as insulinas disponibilizadas pelo Governo do Amazonas estão em falta há mais ou menos três meses.

“Nossos filhos precisam desse medicamento, isso é muito grave. Já estamos há meses nessa agonia e nossas crianças não têm culpa. A diabetes é uma doença séria e nem todo mundo tem dinheiro para comprar. Pedimos socorro", clamou a mãe.

Segundo Beatriz, um frasco da insulina Lantus custa em média R$140 e a Lispros sai na faixa de R$ 45.

“Eu ainda tenho algum trocado para comprar o remédio da minha filha, mas tem pai e mãe que não têm condições. Até porque um deles é de uso diário e acaba rápido. Ele precisa ser tomado cada vez que a criança come. Já vi casos de meninos que estão debilitados e os pais estão ficando desesperados sem poder fazer nada”, revela Beatriz.

Governo

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) informou, através da coordenação da Central de Medicamentos do Amazonas (Cema), que a compra de insulina para abastecer o estoque já foi providenciada e que aguarda a entrega da medicação pelo fornecedor.

A coordenação informou ainda que a medicação está entre os itens em falta ou com estoque abaixo do normal. Porém, a data prevista para a distribuição do remédio não foi informada.

Diabetes

A diabetes é uma doença silenciosa que basicamente eleva o nível de glicose no sangue. Ela pode ser dividida em diabetes tipo 1, tipo 2, diabetes gestacional ou, em alguns casos mais raros, a diabetes causada por uma série de problemas genéticos.

Tipo (1)

Esse tipo de diabetes costuma acometer mais as crianças e adolescentes. A doença afeta e destrói parcial, ou totalmente, as células pancreáticas. Isso ocorre quando os anticorpos produzidos pelo próprio organismo destroem as células e, consequentemente, afetam a produção de insulina.

A doença geralmente só apresenta sintomas quando cerca de 80% da massa celular de Langerhans pancreática já está comprometida. O uso de insulina é indispensável no tratamento da diabetes tipo 1.

Presidente do Boldrini e Ministro da Saúde trocam farpas diante da falta de remédio contra câncer

Por
Glaucia Franchini –

4 de Janeiro de 2018

A polêmica discutida por Silvia Brandalise e o Ministro Ricardo Barros começou em meados do ano passado, com a falta de medicamentos quimioterápicos no Brasil, especificamente do “asparaginase”, usado em pacientes com leucemia.

Foi neste início de 2018 que os dois se posicionaram conforme mostrado reportagem.

De um lado, Brandalise criticando o Ministério da Saúde e defendendo a compra da “asparaginase” de um laboratório alemão. A justificativa é que esse seria seguro e eficaz.

De outro, Barros que assegura a qualidade do remédio comprado pelo governo federal em 2017. Ele foi importado da China.

No final do ano passado, um novo pregão para compra do “asparaginase” foi aberto e novamente uma empresa chinesa foi vencedora.

O Ministério da Saúde tem como responsabilidade repassar dinheiro para tratamento do câncer aos hospitais e não de comprar os medicamentos. Só em casos excepcionais, como este, faz a compra diante do risco de desabastecimento.

De qualquer forma, o ministro explicou que os hospitais continuavam recebendo a verba para tratar os pacientes, sem alteração no valor, podendo comprar o medicamento que quisessem.

A partir desse momento, no entanto, a unidade que ficar com remédio importado pelo governo terá o valor dele descontado. Se não quiser, mantém a verba do tratamento e os gestores podem fazer a compra independente.

Essa é a postura que está sendo adotada pelo Boldrini, mas ela vem com criticas – muitas burocracias para essa importação.

TJ-SP obriga plano de saúde a pagar remédio fora da lista da Anvisa

3 de janeiro de 2018, 14h02

Por Brenno Grillo

Por entender que há risco à vida de um homem com câncer de estômago, o desembargador José Luiz Mônaco da Silva, do Tribunal de Justiça de São Paulo, obrigou, liminarmente, um plano de saúde a custear remédio não previsto na lista da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelos próximos 90 dias. Na decisão, que reformou cautelar de primeiro grau, o magistrado estipulou multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento.

“O estado situação de saúde do agravante é tão grave que está internado na UTI […] Assim, presentes os requisitos legais, notadamente a probabilidade do direito invocado, defiro os efeitos da tutela recursal pleiteada para que a ré, em 5 dias, custeie o tratamento prescrito com o medicamento ‘Keytruda’”, disse o desembargador na liminar.

O homem moveu a ação contra o plano depois de ser diagnosticado com câncer de estômago, em 2015. Por conta do rápido desenvolvimento da doença, o médico que o atende lhe receitou o medicamento Keytruda, que não é previsto na lista da Anvisa, mas já é usado em estudos no exterior.

O plano de saúde se negou a custear o tratamento alegando que seria preciso o aval de uma junta médica. Mas esse procedimento também não é coberto pelo convênio. Segundo o advogado do autor da ação, Simon Zveiter, o paciente não tem condições de arcar esse tipo de consulta colegiada, porque tem pago do próprio bolso o medicamento, que custa R$ 20 mil a dose — que deve ser administrada a cada três semanas.

Na sentença, o juízo da 8ª Vara Cível de São Paulo negou o pedido do autor justamente pela falta de previsão do medicamento na lista da Anvisa: “Indefiro a tutela, posto que o medicamento indicado pelo médico não é reconhecido pela Anvisa, sendo descabida o custeio de medicamento cuja comercialização pende de autorização”.

Home care
Depois de conseguir o custeamento do remédio, o paciente obteve autorização médica para continuar o tratamento em casa, pois está debilitado e há risco de infecção hospitalar. Até o momento o plano de saúde não respondeu à solicitação de custeio do chamado “home care”.

“A ré claramente não tem interesse no cuidado de seus beneficiários, o autor teve alta, mas com atendimento de homecare, face a situação extremamente delicada, ocorre que faz quase uma semana que tal pedido fora realizado e até a presente data não fora liberado diversos pedidos foram feitos”, afirmou Zveiter no aditamento apresentado ao juízo.

Jurisprudência definida
Há inúmeras decisões permitindo o custeio de remédios fora da lista da Anvisa por planos de saúde. Uma delas, do Superior Tribunal de Justiça, proferida em 2016, determina que o plano de saúde, mesmo havendo cláusula contratual limitando o direito do consumidor, não pode excluir do custeio medicamento prescrito por médico responsável pelo tratamento do beneficiário.

Segundo o STJ, a abusividade dessa conduta existe mesmo que o tratamento seja ministrado em ambiente domiciliar. “Se o contrato prevê a cobertura de determinada doença, é abusiva a cláusula que exclui o tratamento, medicamento ou procedimentos necessários à preservação ou recuperação da saúde ou da vida do contratante”, disse o relator do caso, ministro Marco Aurélio Bellizze, relator do caso.

Em 2015, o TJ-SP fez uso de entendimento similar para definir que é conduta abusiva do plano de saúde negar o fornecimento de medicamentos para tratamento de quimioterapia prescritos por médico. Em outra decisão, também do tribunal paulista, mas de 2014, foi determinado que o convênio médico que assume a obrigação de prestar assistência à saúde de um cliente deve fornecer o remédio, mesmo que o Ministério da Saúde proíba o fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa.

Em sentença de 2013, proferida pelo juiz Daniel Ovalle da Silva Souza, que ocupava à época a titularidade da 8ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo (mesma que analisa o caso noticiado), definiu que o plano de saúde não pode se negar a pagar por medicamentos, estejam eles previstos ou não no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

"Em sede de direitos do consumidor e de contratos de adesão, a interpretação das cláusulas deve ser feita de modo mais favorável ao consumidor, sem prejuízo, ainda, do uso do princípio da razoabilidade. Assim, havendo previsão no contrato de que serão prestados aos usuários do plano serviços médicos, auxiliares e hospitalares, além de tratamentos na medida em que sejam necessários para o controle da evolução da doença e elucidação diagnóstica (artigo 12, inciso II, alínea d, da Lei nº 9.656/98), temos que a utilização do medicamento Lucentis não pode ser obstada", disse o juiz em sua decisão.

Brenno Grillo é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 3 de janeiro de 2018, 14h02