Micro cervejarias podem ser novas atrações para turistas

Da redação | Foz do Iguaçu | Publicado em 24 de fevereiro de 2018 | 08h50

As experiências gastronômicas se tornaram um ponto importante na hora de escolher uma viagem e, pensando nisso, um novo segmento de negócio será implantado em Foz do Iguaçu. As micro cervejarias iniciaram um processo de expansão após a criação da lei que regulamentou a produção e comercialização de cervejas artesanais.

A expectativa da regulamentação é que além de gerar novas vagas de emprego, a cidade adote mais uma identidade turística, tendo em vista que o perfil do turista tem se voltado para experiências gastronômicas.

Vários empreendedores da cidade estão animados com o novo segmento. Omar Tawil e Majed Abdallah, começaram no segmento como “hobby” há três anos, mas sofriam com a falta de incentivo para abrir uma indústria na área. “Começamos a comprar os equipamentos e esbarramos na lei, pois Foz ainda não tinha uma regulamentação para micro cervejaria, não haviam sido revisados os CNAES, que possibilitavam a instalação em determinadas áreas da cidade com estrutura adequada”, lembra Tawil.

Uma das medidas inseridas na regulamentação do produtor é o reconhecimento dos “brewpubs”, estabelecimentos produtores de cervejas em pequena escala, como em outras cidades do país. Esses produtores se enquadram na lei desde que a produção e armazenagem não ultrapassem os 20 mil litros mensais. Também é autorizada a venda de alimentos e refeições.

Para exercer a atividade, é preciso atender normas sanitárias e ambientais, além das diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Colaboração Jennifer Thereza/ Prefeitura de Foz do Iguaçu

CERVEJAS NA PAUTA

Domingo – 25 de Fevereiro de 2018 às 08:39

Por: Tempo

As melhores cervejas do BrasilConcurso vai revelar os rótulos premiados; público pode degustar 800 cervejas diferentes na Vila Germânica

Nas próximas semanas, as atenções do meio cervejeiro de todo o país estarão voltadas para uma única cidade: Blumenau. E não estamos falando de uma possível Oktoberfest fora de época. A cidade catarinense, que recebeu o título oficial de Capital Nacional da Cerveja, de acordo com o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 39/2016, vai abrigar a décima edição do Festival Brasileiro da Cerveja.

De 7 a 10 de março, o evento vai preencher o Parque Vila Germânica com os aromas e sabores provindos de mais de 800 cervejas produzidas Brasil afora, que poderão ser degustadas por um público exigente e aberto a novas experiências.

“Percebemos que as pessoas buscam novos estilos e novos sabores, fugindo do tradicional que encontramos nos supermercados.

O festival é um dos principais incentivadores para que o público experimente esses novos sabores de cervejas. Hoje são mais de 700 cervejarias artesanais inscritas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e o festival é uma das principais formas de exposição das novas fórmulas e das novas marcas”, explica Guilherme Guenther, diretor administrativo financeiro do Parque Vila Germânica.

A procura é tão grande que os estandes do festival foram todos comercializados desde julho do ano passado. Vão participar 130 cervejarias, e 40 empresas estão na lista de espera.

Concurso

Uma das principais atrações da programação do festival é o Concurso Brasileiro da Cerveja, que é considerado o maior da América Latina e o segundo maior do mundo em número de rótulos. Ter uma cerveja premiada pode significar a ascensão de uma microcervejaria ou de um cervejeiro cigano (que não possui equipamentos próprios e produz em fábricas de terceiros).

No dia 6 de março, antes da abertura do festival, são reveladas as melhores cervejas de cada estilo, bem como as melhores do evento, com direito a cerimônia de premiação no nível de um “Oscar da Cerveja”.

Este ano, o concurso registrou recorde de inscrições, com a participação de 2.859 rótulos diferentes de cervejas brasileiras, 40% a mais do que em 2017, quando foram registradas 2.034 inscrições. “Foram inscritas cervejas de mais de 470 cervejarias. Isso significa que praticamente 70% das cervejarias do Brasil enviaram amostras para o concurso”, destaca Guenther.

O concurso também é um indicador de como a cultura cervejeira está se disseminando pelo país. Além dos tradicionais Estados cervejeiros do Sul e do Sudeste, Alagoas, Amazonas e Rio Grande do Norte têm representantes na competição pela primeira vez.

Minas Gerais

Os mineiros também estão conquistando espaço no concurso. No ano passado, nove cervejarias, localizadas na região metropolitana de Belo Horizonte e no interior, alcançaram premiações e voltaram para casa com pelo menos 20 medalhas.

De acordo com Cristiano Lamego, superintendente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais (Sindbebidas-MG), o volume de produção mensal no Estado é de 1,8 milhão de litros. Já o crescimento médio do setor foi de 14%.

“Em janeiro deste ano, houve a entrada das microcervejarias no Simples Nacional. Então, achamos que isso vai reduzir o custo tributário das cervejarias, os preços vão ficar mais competitivos e devem chegar mais baixos ao consumidor final. Em função disso, a nossa expectativa é que o setor cresça de 19% a 20% em 2018”, pontua Lamego.

[entrevista olho] Foram inscritas bebidas de mais de 470 cervejarias. Isso significa que quase 70% das indústrias brasileiras do setor enviaram amostras [/entrevista olho]
Resultado está nas mãos dos juízes

As amostras dos 2.859 rótulos inscritos serão divididas em 150 estilos e serão analisadas por uma comissão formada por 84 juízes nacionais e internacionais.

“Nenhum juiz sabe o que está julgando. Nós não temos acesso aos rótulos que caem em nossas mesas, então não tem como escolher a cerveja dos amigos para ganhar prêmios. A análise exige do juiz uma concentração muito grande para não cometer a injustiça de desclassificar uma cerveja por gosto pessoal. Isso não é o que impera, a gente julga por meio de critérios técnicos descritos nos guias”, afirma Fabiana Arreguy, beer sommelier e uma entre os três juízes mineiros que participarão do concurso.

De acordo com Marco Falcone, professor e juiz, as cervejas com defeitos graves (os chamados “off- flavors”) são desclassificadas. Ele destaca a importância dessa análise como incentivo para as cervejarias. “É uma missão de muita responsabilidade, porque, naquele momento, fazemos o papel de consultores desse fabricante. A opinião que eu dou pode ajudar a melhorar a cerveja ou ignorar erros que podem estar prejudicando a venda dela. É um trabalho voluntário e de entusiasmo que completa o trabalho no meio cervejeiro”, afirma Falcone.

Agenda

Festival Brasileiro da Cerveja
Data: 7 a 10/3
Local: Parque Vila Germânica, em Blumenau

Concurso Brasileiro da Cerveja
Data: 3 a 5/3
Premiação: 6/3 (evento fechado)

Feira Brasileira da Cerveja
Data: 7 a 10/3

Indústria
Europeias de olho no Brasil
A Feira Brasileira da Cerveja, que também ocorre no Parque Vila Germânica, é voltada para maquinários, serviços e insumos cervejeiros. “Pela primeira vez, contamos com uma área específica para empresas internacionais que estão enxergando no Brasil um mercado atrativo”, informa Guilherme Guenther, diretor administrativo do parque.

Defeitos
‘Off-flavor’ elimina rótulos
Os “off-flavors” são os defeitos das cervejas. Eles podem ser percebidos durante a análise sensorial. “Os mais comuns são o diacetil (lembra manteiga rançosa), o dimetilsulfureto (ou DMS, que remete à água de milho verde) e a oxidação (parecida com papelão molhado), muito comum nas cervejas transportadas em viagens”, explica o juiz Marco Falcone.

Inscrições
Número não é qualidade
A beer sommelier e juíza Fabiana Arreguy alerta que o grande número de rótulos inscritos no concurso não significa qualidade. “A gente tem acesso a muitas cervejas bem ruins, o que mostra que nosso mercado ainda está bem imaturo”, afirma.

Colapso da BRF mostra que disputas acirradas podem ter levado a destruição

Resultado desastroso da gigante de alimentos mostra que disputas acirradas por poder e falta de conhecimento podem ter levado à histórica destruição de valor no setor corporativo do país

GS Geraldo Samor
postado em 26/02/2018 06:00 / atualizado em 25/02/2018 22:54

Rio de Janeiro — O resultado da BRF publicado na quinta-feira inicia o epílogo da complexa, atribulada e voluntariosa trajetória da Tarpon à frente da BRF, a companhia dona de marcas icônicas que a gestora de investimentos pretendeu reinventar — colhendo, em vez disso, uma das maiores destruições de valor da história corporativa brasileira.

Quando a Páscoa chegar, é muito provável que nem a Tarpon nem Abilio Diniz tenham mais assentos no conselho da empresa, na medida em que o pêndulo do poder oscila de volta na direção dos acionistas que sempre se mantiveram céticos quanto à gestão atual.

No sábado, Abilio recebeu uma carta na qualidade de presidente do conselho da BRF. Nela, os acionistas Petros e Previ, que têm juntos 22% da empresa, pedem a convocação de uma assembleia geral extraordinária para eleger um novo conselho.

O nome de Abilio não estará na chapa a ser proposta pelos fundos. Nem o de Flavia Buarque, seu braço direito na Península. Nem o de José Carlos Reis de Magalhães Neto, o “Zeca” da Tarpon.

Um nome que estará na chapa, no entanto, é o de José Antonio do Prado Fay, o ex-CEO da Perdigão intimamente ligado a Nildemar Secches. Para muita gente no mercado, o movimento dos fundos para tirar Abilio seria apenas o primeiro passo para a volta de Nildemar, o CEO que salvou a antiga Perdigão do colapso, fez a fusão com a Sadia, que criou a BRF, e mais tarde foi deposto pela dobradinha Tarpon-Abilio.

Ao longo de toda a gestão da Tarpon, Nildemar manteve um silêncio obsequioso, recusando-se a criticar a gestora em público. Hoje, Nildemar acha que a verdade dos fatos sobre a lógica industrial da BRF prevaleceu, mas não parece disposto a voltar ao comando. O ex-CEO tem uma vida tranquila: toca seu family office, viaja quatro vezes por ano e acaba de voltar da Índia.

O retorno de Fay, que presidiu a BRF entre 2008 e 2013, já será emblemático o suficiente. Abilio nunca fugiu de uma briga, mas, se decidir se entrincheirar, estará se metendo na segunda guerra corporativa de sua história recente, e o histórico recente da BRF o deixa sem muitos aliados.

“Tudo o que aconteceu na BRF mostra que o Nildemar estava certo e a Tarpon estava errada, e de maneira acachapante,” diz um gestor com trânsito junto aos dois lados. Em 2016, a BRF deu o primeiro prejuízo de sua história: R$ 370 milhões. No ano passado, o segundo buraco consecutivo: R$ 1 bilhão.

Nos primeiros dois anos de BRF, até a aprovação da fusão pelo Cade, a Tarpon foi muito paciente. Estava focada em ajudar a companhia a aprovar o negócio em Brasília. Mas, assim que a fusão foi aprovada, Zeca e Pedro Faria se tornaram mais ativos no sentido de mudar a forma como a BRF era administrada. Começaram a ter embates frequentes com Nildemar, um executivo calejado que entendia a lógica industrial da companhia e sabia que os resultados eram apostas de longo prazo. “O presunto de 2020 é discutido hoje,” diz um ex-executivo da empresa.

Briga épica

Para tirar Nildemar — que pegou uma Perdigão quebrada pela família Brandalise (e fundos de pensão) e a levou a uma posição de comprar a Sadia 18 anos depois —, Zeca precisava de um nome parrudo, uma estrela. Abilio havia saído recentemente do GPA depois de sua briga épica com o sócio francês. Era um homem riquíssimo em busca de um novo protagonismo. Entendendo aquele momento pessoal, Zeca convidou Abilio a comprar R$ 1 bilhão em ações da BRF e se tornar o chairman da empresa. Abilio topou rapidamente.

O avanço da Tarpon pegou Nildemar num momento em que ele não queria briga. Fontes próximas à companhia dizem que, se tivesse tomado um avião e ido conversar com Petros e Previ, teria se mantido no cargo. Mas preferiu aceitar o desenrolar dos acontecimentos e caiu sem resistência.

Causou revolta na época a forma como Nildemar foi defenestrado. Além de ter salvado a Perdigão e integrado as duas empresas, ele era um executivo idolatrado pelos funcionários. Pessoa de personalidade mansa, não colecionava inimigos.

A Tarpon chegou à BRF com um

olhar mais financeiro, focando em aumentar o fluxo de caixa livre, diminuir os estoques e reduzir o número de contratos com os integrados (os criadores que fornecem aves à empresa).

Na época, 80% dos suínos e 100% dos frangos chegavam à BRF via contratos fixos, o que deixava a formação de preço inteiramente na mão da BRF, aumentando a visibilidade do negócio. Só em matrizes, a BRF investia R$ 500 milhões por ano. A ração (que ela fornece aos integrados) custava outros R$ 8 bilhões.

A Tarpon intuía que havia outra forma de tocar o negócio, reduzindo a demanda de capital e deixando mais dinheiro para o acionista. “Mas isso é típico de quem não conhece a indústria, porque só quem viveu os altos e baixos sabe o que acontece,” diz um ex-executivo. “E o Nildemar vinha de banco, ele sabe fazer conta: se ele não fazia de outra forma, era porque não tinha jeito. O jeito dele era: ‘vamos ganhar R$ 1 bi sempre, em vez de tentar ganhar R$ 5 bi e perder R$ 1 bi.’”

“AMBEV da carne”

Por sua vez, a Tarpon pintava a companhia como ineficiente e a visão de Zeca era transformá-la numa ‘Ambev da carne’. Um dos objetivos declarados era fazer com que a BRF deixasse de ser uma empresa de commodities e passasse a ser uma holding de marcas de alimentos, capturando mais valor na cadeia de produção.

Deu tudo errado. Hoje, o percentual da receita que vem de produtos in natura da BRF é maior do que era antes da Tarpon assumir. A Tarpon também dizia ser capaz de elevar a margem EBITDA, então ao redor de 10%, para de 15% a 20%. No último trimestre, a margem foi 5%, patamar muito baixo, ainda que o trimestre possa ser considerado atípico.

“Até 2015 eles foram favorecidos pelo ciclo (o preço baixo do milho) e tinham liberdade para tocar a companhia mesmo tendo um percentual menor de ações, mas depois enfrentaram a tempestade perfeita,” diz outro gestor.

Ainda assim, a Tarpon foi adiante. Começou a diminuir o percentual de integração da empresa, comprando mais frango no mercado e menos dos integrados no contrato fixo.

Volatilidade

Para reduzir o capital de giro, a BRF começou a trabalhar com um estoque de 45 dias, em vez dos 90 dias de até então. Isso potencializou a exposição da empresa à volatilidade do preço do milho e da soja. Antes, quando vinha um pico nas commodities, a empresa tinha como esperar para comprar melhor. Agora, tinha menos margem de manobra. “Eles começaram a tomar decisões que iam contra a lógica do ciclo longo,” diz outro ex-executivo. E fizeram o modelo de terra arrasada: chamaram Claudio Galeazzi, o ex-CEO do Pão de Açúcar na era Abilio, para cortar a gordura da empresa.

Em seis meses, Fay e mais 9 vice-presidentes estavam na rua. Pessoas ligadas a Abilio e à Tarpon entraram. Cerca de 40 diretores e um número maior de gerentes foram desligados. Muitos atravessaram a rua e foram para a Seara, que a JBS havia recentemente comprado. Toda a inteligência de negócios da BRF, de uma hora para outra, estava na mão do concorrente. “Eles foram arrogantes em achar que todas essas pessoas eram facilmente substituíveis,” diz uma fonte.

Numa recente entrevista, Zeca expôs cada um dos motivos que, na sua visão, levaram aos problemas atuais da empresa, e o ex-CEO Pedro Faria defendeu seu legado num artigo. Ainda assim, contra números não há argumentos, e o sentimento geral do mercado é de que a Tarpon tem sido incapaz de um mea culpa.

“Eles dizem que foram vítimas da maior alta da história das commodities, do milho e da soja, mas tanto a Sadia quanto a Perdigão atravessaram altas históricas lá atrás e conseguiram passar por isso. A Carne Fraca também atingiu várias empresas e o resultado não foi tão ruim para elas”, afirma a mesma fonte. A ação da BRF caiu mais que a da JBS em meio a todas as delações. Nos últimos cinco anos, os papéis da JBS subiram 50%. Os da BRF, caíram 35%.

57 g de batata e 269 ml de cerveja: por que marcas usam medidas quebradas?

25/02/2018
04h00

Num passeio atento pelo supermercado, o consumidor pode encontrar embalagens com 41,5 gramas de chocolate, 57 gramas de batata frita, 237 mililitros de refrigerante ou 269 mililitros de cerveja.

Afinal, por que as marcas adotam medidas "quebradas", especialmente para alimentos e bebidas, em vez de oferecerem produtos com peso ou volume "redondo"?

Segundo especialistas e empresas ouvidas pelo UOL, há várias explicações:

1. Produto internacional

Em muitos casos, trata-se de uma marca internacional. Na hora de converter uma medida de outro país para o Brasil, o resultado é um número quebrado. É o caso da medida onça, usada sobretudo nos EUA e na Inglaterra, para medir peso e volume.

Os volumes têm esses valores quebrados porque são baseados em unidades de medidas internacionais. Na conversão, 237 ml são 8 oz [onças], 473 ml são 16 oz.

Assessoria de imprensa da Ambev

Segundo o economista e professor da Unicamp Gustavo Aggio, a indústria procura manter o tamanho original do produto por uma questão de marketing e para garantir a fidelidade dos consumidores. Em geral, as empresas começam importando o produto e, depois, quando começam a fabricá-lo no Brasil, acabam mantendo o tamanho.

2. Maquinário importado e ingredientes

O maquinário usado na fabricação desses produtos internacionais também interfere.

"(…) os equipamentos de linha são importados, e são fabricados e projetados em unidades de medidas internacionais", segundo a assessoria de imprensa da Ambev. A fabricante não comentou se as máquinas poderiam ser reprogramadas para atender ao sistema de medidas do Brasil.

Há também outro motivo tecnológico, de acordo com a Nestlé: "Uma lata ou um frasco, quando preenchido pelo produto, pode ficar com o peso fracionado". A empresa também cita o caso específico dos chocolates: dependendo dos ingredientes, dois chocolates feitos no mesmo molde podem ter pesos diferentes.

Por exemplo: um tablete sem adições de castanha pode ter um peso diferente do mesmo chocolate, só que sem castanhas.

Assessoria de imprensa da Nestlé

3. Novos hábitos de consumo

A indústria também tem que alterar o tamanho dos produtos para se adaptar às mudanças na sociedade e aos novos hábitos de consumo, segundo especialistas.

"As famílias estão diminuindo de tamanho. As indústrias, com isso, praticam uma espécie de 'tentativa e erro' para definir o tamanho do produto", diz o economista Gustavo Aggio. Há também ajustes feitos de acordo com cada região, segundo Aggio: um fabricante de refrigerante, por exemplo, pode apostar em um tamanho único para se diferenciar dos demais e criar uma identidade com o consumidor local.

Há também uma série de fatores que influenciam o tamanho das embalagens, segundo a diretora executiva da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), Luciana Pellegrino.

A porção individual, a conveniência da embalagem no transporte do produto, a embalagem funcional que ajuda na dosagem, o custo-benefício do modo de abrir e fechar a embalagem, são muitos aspectos levados em consideração que podem fazer com que o produto tenha um peso quebrado.

Luciana Pellegrino, diretora da Associação Brasileira de Embalagem

4. Driblar aumento de preços

Essas medidas quebradas, em alguns casos, podem servir para disfarçar um aumento de preço: o consumidor leva menos produto para casa (em geral, sem perceber), mas continua pagando a mesma coisa.

Em algumas situações, os pesos quebrados foram adotados para disfarçar uma redução do tamanho, sem modificação do preço. Um aumento de preço maquiado, disfarçado, que o consumidor muitas vezes não percebe.

Gustavo Aggio, economista e professor da Unicamp

"Na década de 1990, tivemos caso de empresa que reduziu o rolo de papel higiênico em dez metros, sem avisar ao consumidor", diz Aggio. Em 2002, foram criadas regras determinando como as empresas devem informar esse tipo de mudança em suas embalagens.

Para Luciana Pellegrino, fatores econômicos também podem levar à mudança nas embalagens. "Uma maior capacidade de consumo da população, ou uma menor capacidade, em determinado período, pode fazer com que aja necessidade de adaptação também de conteúdo [tamanho] dos produtos."

Consumidor não liga para isso

A questão da quantidade afeta pouco a decisão do consumidor, afirma o economista Gustavo Aggio.

O consumidor vai comparar o produto, não o peso ou o volume. A quantidade de gramas de uma barra de chocolate, por exemplo, influencia pouco na decisão da pessoa para comprar ou não.

Apenas os produtos que fazem parte da cesta básica –como macarrão, arroz, feijão e café– são considerados de "grande circulação no mercado" e precisam seguir determinado padrão de peso ou volume. Essa padronização da medida ajuda o consumidor a comparar os preços na hora da compra.

Os demais produtos não precisam seguir padrão, mas é obrigatório que o valor informado na embalagem seja realmente aquele que o consumidor leva para casa. Quem fiscaliza isso é o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Eles podem ser comercializados com qualquer valor de conteúdo nominal, como, por exemplo, 37 g ou 113 g. O importante é que a indicação do produto feita pelo fabricante corresponda ao conteúdo efetivo do produto.

Patrícia Sampaio, do Inmetro
Outras empresas não comentam

Procurados pela reportagem do UOL, as seguintes fabricantes não quiseram comentar: Bauducco, Coca-Cola, Ferrero, Hershey's, Mars, Mondeléz e Pepsico.

(Reportagem Carlos Eduardo Cherem; edição Maria Carolina Abe)

Por trás de alimentos supostamente saudáveis, podem estar os vilões

A nutricionista Raisa Lima dá dicas sobre alimentação saudável e as temidas "armadilhas embaladas"

Maysa Leão 24 de fevereiro de 2018 – 21:41

Alguns alimentos prometem ser uma boa opção para quem procura uma dieta saudável. Eles anunciam fibras e vitaminas que ajudam a manter uma vida saudável e dieta equilibrada. Mas é preciso muito cuidado ao consumir o que é comprado lacrado em supermercados. A nutricionista Raisa Lima fala sobre as armadilhas que consumimos, os mitos compartilhados através das redes sociais e como evitar a má alimentação.

Para saber se o que você compra é uma armadilha, compare os ingredientes que estão no rótulo. A nutricionista esclarece: "O que vem primeiro é o que está em maior quantidade, então procure marcas em que a fibra esteja no começo da lista".

Pão integral

Será que o pão integral ajuda a perder peso? A resposta é: depende. "Alimentos com fibras e grãos ajudam na sensação de saciedade, quando você escolhe um pão integral é importante que você consiga ver os grãos a olho nu. Esses grãos nos fazem mastigar por mais tempo, exigem maior esforço e, assim, comemos uma quantidade menor e ingerimos fibras que ajudam no funcionamento do organismo e na absorção de gordura", explica Raisa.

Queijo coalho

O queijo coalho é outro produto muito usado por pessoas que querem evitar o temido queijo amarelo, que é gorduroso. Raisa explica que o queijo coalho é feito com leite cru, rico em sódio e o manejo do produto nem sempre é adequado. "Como a produção desse queijo geralmente é artesanal, é necessário verificar a procedência. Além disso ele possui muito sódio, e em excesso é um veneno, então podemos consumir, mas com moderação. Podemos usar ricota ou outro queijo branco, você pode colocar ervas, azeite e o sabor fica delicioso".

pão ou bolachas?

Quem está começando uma dieta, costuma cortar alimentos como pães e massas. O pãozinho do café da manhã é logo substituído por bolachas água e sal. "O segredo é a quantidade. Eu não indico essa substituição para os meus pacientes porque poucas pessoas comem apenas quatro bolachas água e sal, que é equivalente ao pão francês. Quando você come um pacote inteiro desse produto extrapola o valor calórico do próprio pão. E se você enche de manteiga é ainda pior".

Sopas

Sopas costumam ser outra opção de refeição menos calórica. Porém as versões industrializadas, onde o preparo é feito apenas com adição de água quente, não devem fazer parte da dieta. Elas contêm muitos conservantes, mas principalmente muito sódio. "Existem muitas opções naturais e saudáveis. Temos a ideia de que é muito difícil ter alimentos frescos e saudáveis, mas isso não é mais real".

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Brasil exporta coco com película biodegradável

Produto desenvolvido pela Embrapa será embarcado para Portugal

Graças à tecnologia, o verão europeu será com muito coco brasileiro. A partir de junho, começam a chegar a Portugal cerca de 500 mil unidades do produto. O consumo tão longe do Brasil será possível graças a um revestimento comestível desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Agroindústria de Alimentos, que pode prolongar em até quatro vezes a vida útil do produto – geralmente, a duração é de 10 dias. O uso dessa tecnologia mantém as características nutricionais do coco natural e a água dentro dele sem alteração de cor ou sabor.

Os cocos da variedade anão-verde, que começaram a ser exportados, são produzidos no Polo de Fruticultura do Vale do São Francisco em Petrolina (PE). "O revestimento atua como uma barreira física e reduz o metabolismo do fruto ao diminuir a respiração, a atividade enzimática e a degradação de açúcares, minerais e vitaminas, mantendo as características sensoriais e garantindo a qualidade microbiológica do fruto e da água", explica a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Ufrrj), Josane Resende. Foi ela quem realizou o estudo pioneiro em 2007, com a coorientação dos pesquisadores Antonio Gomes, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, e Neide Botrel, da Embrapa Hortaliças.

Na aplicação da tecnologia, os frutos passam pela higienização, antes de serem imersos em uma solução filmogênica à base de um polissacarídeo e outros compostos, que contribuem para a redução da atividade microbiana e a manutenção do valor nutricional. Após a secagem do revestimento, o produto fica pronto para ser embalado e armazenado para exportação ou comercialização no mercado nacional. A composição da solução filmogênica pode variar de acordo com as características fisiológicas do fruto, e não provoca alteração de cor ou sabor.

Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) mostram que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de coco verde, chegando a quase dois bilhões de unidades por ano. O empresário Edivânio Domingos, da Fazenda Coco do Vale, conta que buscava, há anos, uma tecnologia que mantivesse a qualidade do coco verde in natura e aumentasse com qualidade a sua vida útil. "Essa tecnologia é espetacular, porque é de baixo custo e requer pouca mão de obra. Assim, conseguimos ampliar a vida útil do coco verde para mais de 40 dias, viabilizando sua exportação para países europeus como Portugal, Bélgica e Holanda", conta o empresário. Para obter esse resultado, ele também seguiu as orientações técnicas da Embrapa Agroindústria de Alimentos sobre a melhor forma de armazenamento dos frutos, além de regulagem de temperatura, umidade e ventilação dos contêineres no processo de exportação.

Durante o verão europeu, o empresário consegue vender a unidade do coco por um valor quase 10 vezes superior ao praticado no Brasil no mesmo período, quando por aqui é inverno. O mercado brasileiro também tem demonstrado interesse no coco verde natural com revestimento, devido ao seu alto valor agregado. O produto já começou a ser vendido para São Paulo e outros estados brasileiros.

"O revestimento pode ser utilizado em diversas frutas, como coco, melão, mamão, manga, melancia e goiaba. É uma tecnologia simples, que o próprio produtor pode aplicar em sua propriedade", revela Gomes. 

Acordo vai apoiar internacionalização de startups

A assinatura de um acordo de cooperação da Anjos do Brasil com o World Business Angel Forum (WBAF), realizada na semana passada em Istambul, vai ampliar as oportunidades de investimento cross-border (entre fronteiras) e apoio para internacionalização de startups brasileiras.

O acordo visa à cooperação para troca de oportunidades de investimento cross-border. As startups brasileiras terão a oportunidade de ter apoio para internacionalização através de investidores conectados pelo WBAF e, por outro lado, os investidores-anjo brasileiros terão acesso a startups internacionais que possam trazer inovações para o Brasil. "Este acordo possibilitará às startups o contato com investidores-anjo nos cinco continentes, agregando não só capital, mas acesso a novos mercados e comprometimento diferenciado por estarem coinvestindo", afirma o presidente da Anjos do Brasil, Cassio Spina.

Mudança de hábito abala gigantes dos alimentos

Fonte: Folha de S.Paulo
Notícia publicada em: 19/02/2018
Autor: Financial Times

Fabricantes de bebidas açucaradas e alimentos industrializados estão sofrendo para elevar as vendas, diante de consumidores mais conscientes sobre saúde e preços, o que os força a reduzir custos para elevar lucros e buscar aquisições para melhorar os resultados.

Os desafios ficaram evidentes na sexta (16) quando três gigantes dos alimentos — Kraft Heinz, Coca-Cola e Danone — anunciaram resultados para o quarto trimestre que mostram o abandono pelos consumidores de produtos que deliciavam gerações anteriores — de queijo industrializado fatiado a refrigerantes com teor de açúcar de 39 gramas –, em favor de alternativas mais saudáveis.

Nosso desempenho financeiro em 2017 não refletiu nosso potencial, disse Bernardo Hees, presidente da Kraft Heinz, que teve queda de vendas de 1,1% nos EUA — sétima queda consecutiva.

A mudança no gosto do consumidor movimentou os maiores fabricantes de alimentos e bebidas do planeta.

A Coca-Cola, que reportou suas mais baixas vendas de refrigerantes em 31 anos, anda assim conseguiu alta de 6% nas vendas orgânicas, com a ajuda de água vitaminada, chás e similares e de outras bebidas que incluiu em sua linha, em boa parte por aquisições.

Hees, da Kraft Heinz, deu a entender que o principal acionista da empresa — o grupo 3G, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles — poderia buscar novas aquisições, depois de uma queda de 20% nos preços das ações.

Se houver mais consolidação no setor, Hees afirmou, queremos ser parte disso.

Desde a fusão de US$ 100 bilhões da Kraft com a Heinz, a 3G vem seguindo o manual de corte de custo. A margem de lucro bruta subiu a 37%, ante 27% quando da formação da companhia, em 2015.

Na quinta (15), ela anunciou que atingiu meta de redução de custos. A receita líquida subiu a US$ 8 bilhões, refletindo o benefício da reestruturação tributária nos EUA.

A Coca-Cola planeja economizar US$ 3 bilhões até o ano que vem em seu plano de cortes de custos.

SOPA

Outras empresas de alimentos e bebidas se saíram pior. A Campbell Soup reportou queda de 2% nas vendas orgânicas no quarto trimestre, devido à baixa demanda por suas tradicionais sopas na América do Norte.

A Nestlé revelou que as vendas do ano passado cresceram em seu ritmo mais lento em duas décadas.

A Danone, de iogurtes e água mineral, disse que as vendas de suas linhas de produtos estabelecidas há pelo menos um ano haviam crescido 2,9% em 2016, expansão mais lenta em 20 anos.

Para analistas, a consolidação será inevitável neste ano, como resultado da batalha por vendas entre as empresas estabelecidas.

Mark Schneider, presidente da Nestlé, avisou que a tendência de abandono das supermarcas de alimentos industrializados chegou para ficar. “Houve um padrão em 2017 no setor de alimentos e bebidas”, disse. O setor todo demorou um pouco a reconhecer o fato, mas agora está em nossa mira.

Delicitá da Vitarella

Vitarella Varia Portfólio com Nova Linha de Biscoitos

19/02/2018

A Vitarella, marca de massas e biscoitos da M. Dias Branco, traz ao mercado sua nova linha de biscoitos salgados: Delicitá. Disponíveis nos sabores original e integral, os produtos serão comercializados em pacotes de 400g e cada bolacha conta com uma divisão no meio que facilita o compartilhamento. Para divulgar a novidade, estão previstas ações promocionais como sampling de produtos, degustação e materiais de ponto de venda. A campanha para TV, que contará com filme de 15 segundos, terá vinheta e jingle produzidos exclusivamente para a nova linha. Em mídia exterior haverá, também, outdoor/frontlight, outbus, painéis de metrô e rodoviária em Pernambuco. Hoje, a Vitarella possui mais de 150 produtos e marcas como Treloso, Chocoresco, D-Tone, Bolinho, Margarina Namesa e Saltvip.

Nestlé busca expandir mercado no Brasil

– 19/02/2018

A suíça Nestlé está "disposta" a fazer aquisições no Brasil, seu maior mercado na América Latina. O vice-presidente para as Américas da empresa, Laurent Freixe, vê espaço para consolidação, como ocorre no segmento de lácteos, em comida para animais de estimação (petfood) e em café.

Freixe esteve ontem na apresentação do balanço da Nestlé de 2017, quando a expansão das vendas foi a menor desde meados dos anos 90. Estados Unidos e Brasil ajudaram nessa desaceleração.

"O Brasil é um mercado de 200 milhões de habitantes com um potencial de consumo enorme e vamos investir em inovação, em nossas marcas e olhamos oportunidades de crescimento externo", disse Freixe. Para ele, o mercado brasileiro, com muitas empresas regionais de alimentos, não é tão concentrado como na Europa e no México.

A Nestlé não está sozinha no interesse pelo setor de café no Brasil. Concorrentes como a multinacional Jacobs Douwe Egberts (JDE), a brasileira 3Corações e a alemã Melitta fizeram aquisições estratégicas nos últimos anos.

O Brasil passou a ser o quarto maior mercado da Nestlé no mundo, depois que o grupo dobrou sua presença na China justamente com aquisições bilionárias. O primeiro mercado é os EUA, o segundo a China, e a França e o Brasil se revezam nos dois seguintes.

(Fonte: Valor Econômico)

Coopeavi lança nova marca para comercializar café e ovos

A Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), lançou uma nova marca para comercializar ovos e café. A marca Liva passa a ser a oficial dos produtos alimentícios da cooperativa. O café da nova marca é um blend de arábica e conilon, produzidos em regiões de atuação da Coopeavi no Espírito Santo e Minas Gerais. Os novos produtos chegarão ao mercado num custo mais acessível para o consumidor.

A proposta da Coopeavi é oferecer ao mercado varejista um produto de qualidade dentro do grupo de cafés tradicionais e agregar valor à produção dos cooperados. O produto deve chegar em breve às prateleiras de redes de supermercado na Grande Vitória e, sucessivamente, em estabelecimentos do interior.

Assim como os cafés torrados e moídos especiais da marca Pronova, o café Liva contempla grãos que antes eram exportados para industrialização e venda ou vendido verde para as grandes indústrias. “Mesmo de maneira tímida, é a própria Coopeavi industrializando o café dos cooperados”, atesta o gerente do Negócio Café, Giliarde Cardoso.

­O gerente executivo de marketing da Coopeavi afirma que a marca Liva está projetada para uma gama maior de alimentos comercializados pela cooperativa. “A marca Liva é uma marca de alimentos da Coopeavi, não somente de ovos e café. ‘Liva, leve para sua vida’, essa é a garantia que queremos passar ao consumidor, de um produto de qualidade”.

Pronova

Paralelamente à linha tradicional, a Coopeavi mantém a marca especial Pronova. A embalagem preta traz sempre o café de um lote premiado, com notas acima de 88 pontos na análise sensorial, enquanto a branca é um blend de grãos altamente selecionados.

Em ambos os casos, os produtos vêm com um moderno sistema de rastreabilidade que informa ao consumidor a história dos produtores. “Mais do que café, as pessoas querem experiências”, destaca Cardoso.

O gerente destaca ainda que repasse de ônus aos produtores premiados e selecionados para a seleta linha de cafés especiais Pronova ocorrerão à medida em que as vendas dos produtos no mercado varejista se tornarem lucrativas.

Coopeavi