Interfarma realiza treinamento sobre ética com 7.200 colaboradores da indústria farmacêutica

Mais de 7.200 colaboradores da indústria farmacêutica já receberam treinamento desde que a INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) lançou a terceira revisão do Código de Conduta, no semestre passado. A meta é realizar 10 mil capacitações neste ano. O Código de Conduta teve o seu primeiro lançamento em 2008, contemplando uma série de recomendações e orientações para balizar de maneira ética a relação entre indústria farmacêutica e classe médica. Mais de 30 mil colaboradores já foram capacitados nesses nove anos, com atenção especial aos representantes de venda, que ocupam a linha de frente na relação com os médicos.

Hoje, o Código é nacionalmente reconhecido e conta com a validação de importantes entidades médicas, como a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O documento é seguido por todas as 55 farmacêuticas associadas à INTERFARMA, que representam metade do mercado nacional. “Fomos pioneiros com essa iniciativa e entendemos que ela seja fundamental para garantir o melhor cuidado ao paciente”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da INTERFARMA. O Código de Conduta prevê um Comitê de Ética independente e uma corregedoria, ambos destinados a apurar denúncias e punir as empresas, quando comprovado o desvio de conduta.

Instituto Vital Brazil desenvolve soro contra picada de abelhas

De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 11.991 casos no ano passado

por Annelize Demani
23/06/2017 13:33 / Atualizado 23/06/2017 18:52

Os pesquisadores de Niterói vêm trazendo avanços na área médica. O Instituto Vital Brazil (IVB) incluiu o soro antiapílico, contra picada de abelhas, em sua lista de produção de antídotos, tendo em vista o crescente número de acidentes por abelhas venenosas. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 11.991 desses casos no ano passado, entre todos os 171.705 de animais peçonhentos que aconteceram no Brasil.

Para o diretor científico do instituto, Luís Eduardo da Cunha, esse índice é alarmante.

– A necessidade de criação do soro surgiu porque os acidentes vêm tomando uma dimensão que chama os olhos – diz ele.

Em junho do ano passado, o soro entrou na fase final do estudo de segurança, uma das etapas de teste. No total, 10 pacientes já tomaram o medicamento, e nenhum manifestou efeito negativo.

O antiapílico, normalmente, é utilizado em pessoas que tiveram mais de cinco picadas. Ele bloqueia os efeitos do veneno, que pode comprometer órgãos e até levar à morte.

O antídoto é feito a partir do próprio veneno. Uma pequena descarga elétrica é dada na abelha, que libera o veneno. O processo, segundo o diretor, não prejudica o inseto.

De acordo com o IVB, o medicamente está disponível nas cidades de Botucatu (SP) e Tubarão (SC), mas a previsão é que a Anvisa comece a distribui-lo no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda este ano.

O antiapílico é o nono tipo do medicamento produzido pelo instituto. Além desse, há o soro antibotrópico (contra o veneno da jararaca), o anticrotálico (contra cascavel), o antibotrópico-crotálico (contra jararacas e cascavel), o antibotrópico laquético (jararaca e surucucu), o antilatrodéctico (aranha viúva-negra), o antiescorpiônico (escorpião amarelo), o antitetânico (tétano) e o antirrábico (raiva).

Outro medicamento que promete levar benefícios à população é o CNFD, uma substância que combate o crescimento de tumores, especialmente o câncer de mama.

Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e FIOCRUZ-BA estão desenvolvendo o medicamento vindo do extrato da folha de Lawsonia inermis L. Popularmente, ela é conhecida como Henna, também utilizada na pintura de cabelos e pele.

A descoberta do CNFD foi em 2013 e, atualmente, o teste está em células tumorais e camundongos. Segundo o professor da UFF, Fernando de Carvalho, o crescimento e o peso do tumor foram reduzidos, sem destruir células saudáveis.

– Como o nosso alvo é o câncer de mama, a expectativa é preservar, principalmente, os cabelos – comenta.

O CNFD poderá substituir ou complementar medicamentos. A previsão é que isso aconteça a partir de 2022.

– Acredito que todos os testes acabem em cinco anos. Estamos esperançosos e trabalhando para o remédio chegar ao maior número de pessoas o mais rápido possível.

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Laboratório de genéricos doa medicamentos

Publicada em: 24/06/2017 – 18:00

Distribuição será para pacientes com doenças autoimunes no Rio Grande do Sul

A Accord Farma, empresa especializada em produtos genéricos da área de cuidados especializados com alta tecnologia, como oncologia e imunossupressão, doou no mês de maio medicamentos para o tratamento de doenças autoimunes à Divisão de Assistência Farmacêutica, da Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul. A finalidade é atender pacientes locais. A iniciativa envolve os fármacos Metotrexato 25mg/mL 2mL (4.000 frascos), Topiramato 25 mg (20.000 comprimidos) e Topiramato 50 mg (30.000 comprimidos). Em razão da escassez de recursos financeiros do governo, que fornece o tratamento, os pacientes têm enfrentado dificuldades de acesso aos remédios. Os medicamentos doados serão distribuídos de forma prioritária aos órgãos dispensadores.

Autoimunes

Para Abhishek Banerjee, diretor regional da Accord Farma para a América Latina, a iniciativa ajuda os pacientes a terem mais qualidade de vida até que o fornecimento seja retomado. As doenças autoimunes formam um grupo de mais de cem doenças relacionadas entre si, que envolvem qualquer órgão ou sistema do nosso organismo. Inclui doenças que atingem simultaneamente ou sequencialmente esses órgãos ou sistemas e outras dirigidas especificamente contra alguns deles, como o sistema nervoso, os aparelhos digestivo e respiratório, pele, sangue, olhos, articulações e glândulas endócrinas, para citar alguns. Na doença autoimune, o sistema imunológico ataca o próprio corpo e os órgãos que deveria proteger.

Lei que autoriza emagrecedores é inconstitucional e um risco à saúde, diz Anvisa

Texto foi sancionado nesta sexta; agência diz que é dela a atribuição de regular registro sanitário de medicamentos

Lígia Formenti, O Estado de S. Paulo

23 Junho 2017 | 19h00

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária considera inconstitucional e um grave risco à saúde pública a lei que libera o uso de anorexígenos no Brasil. Em nota divulgada nesta sexta-feira, 23, a agência afirma que, por lei, é dela a atribuição para regular o registro sanitário de medicamentos.

“A decisão de sancionar a liberação da comercialização desses anorexígenos no Brasil vai contra o que ocorre em outros países desenvolvidos, cuja competência para avaliar se estão aptos a serem oferecidos à população é das respectivas agências reguladoras”, diz a nota.

O Ministério da Saúde afirma acompanhar o parecer técnico da Anvisa sobre registro de medicamentos. Embora argumente ter o mesmo entendimento técnico da agência, o ministério acrescenta que “a decisão política é do governo federal.”

A proibição de femproporex, mazindol e anfepramona ocorreu em 2011, depois de uma série de debates e estudos promovidos pela Anvisa. A conclusão era a de que, além de não ter eficácia comprovada, os riscos das substâncias eram significativos. O femproporex não é usado nos Estados Unidos e foi proibido em 1999 na Europa. O mazindol foi retirado do mercado nos Estados Unidos e na Europa. A anfepramona, por sua vez, é vendida apenas nos Estados Unidos. Na Europa, ela não é usada.

A agência argumenta ainda que há opções terapêuticas para obesidade no País. Embora também tenha sido alvo de discussão na Anvisa em 2011, a sibutramina foi mantida no mercado brasileiro, mas com regras mais reforçadas.

Os efeitos da sanção da lei que libera os anorexígenos, no entanto, ainda são incertos. Conforme o Estado antecipou, a indústria disse não ter interesse em retomar a produção do produto no País. Para que tal atividade fosse retomada, seria necessária a realização de estudos demonstrando a eficácia e segurança dos emagrecedores à base de mazindol, anfepramona e femproporex. Algo caro, demorado e, sobretudo, pouco atrativo economicamente. Esses medicamentos são considerados de baixo custo.

As farmácias de manipulação mantêm a cautela em torno do assunto. Apesar da liberação, a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais disse que não tem uma definição sobre qual estratégia será adotada. Conforme o Estado apurou, o receio é de a regulação seja feita de uma forma tão rígida que acabe dificultando a importação da matéria-prima para o preparo das formulações.

Sandoz investe em ações digitais e sociais

A Sandoz, divisão do Grupo Novartis – associado da Aberje, está investindo R$ 2 milhões em ações online para potencializar a marca em canais digitais. As iniciativas ajudarão a gerar maior contato com o consumidor, aumentar a atuação em pontos de venda e levar acesso a informações qualificadas sobre saúde.

Segundo Guilherme Barsaglini, diretor de Marketing e Inteligência de Mercado da empresa, levar acesso a medicamentos de qualidade e saúde para população faz parte do posicionamento da marca Sandoz. “O meio digital possui um papel cada vez mais importante na sociedade. Nossa estratégia online visa potencializar a atuação da companhia para gerar cada vez mais acesso a informações qualificadas e capacitação a nossos públicos, o que posiciona e diferencia a marca Sandoz como referência no setor”, afirma.

A empresa realizou ações culturais e esportivas para comemorar o Dia Nacional do Medicamento Genérico em maio, nas cidades de São Paulo (SP) e Londrina (PR), cidades em que a companhia está sediada. A iniciativa reforça o posicionamento da marca Sandoz em acesso. “Essa atitude é fundamental num mundo em que parte significativa da população ainda não tem acesso a tratamentos básicos”, afirma Barsaglini.

Uma das iniciativas comemorativas da Sandoz foi o espetáculo beneficente Vem Dançar da Cisne Negro Cia de Dança, realizado em parceria com o Instituto Horas da Vida. Com referências do clássico ao samba, o grupo Cisne Negro apresentou um dinâmico e divertido musical, no qual bailarinos contaram a história da dança, tendo como mestre de cerimônia o Rei Luís XIV. A renda foi revertida para o Instituto Horas da Vida, ONG que leva atendimento humanizado para pessoas com dificuldade ou sem acesso ao sistema de saúde.

A empresa ainda organizou a corrida e caminhada Sandoz Run. O evento gratuito serviu como um incentivo à prática esportiva e à qualidade de vida da população. No total, mil e duzentas pessoas participaram de provas de 5 Km e 10 Km.

Informação qualificada – O Qualidade Profissional Sandoz é outro programa de destaque. Trata-se de uma plataforma de treinamento online que levará conhecimento para profissionais farmacêuticos e de atendimento do varejo de todo o País. “No Brasil, há mais de 70 mil farmácias com milhares de profissionais envolvidos no atendimento a pacientes. Com o Qualidade Profisisonal, a Sandoz proporciona capacitação para esses profissionais, acesso a um melhor serviço para os estabelecimentos e melhor informação aos pacientes”, comenta Barsaglini.

O treinamento trata de temas ligados às principais classes terapêuticas, abordando conhecimentos sobre seis áreas: cardiologia, sistema nervoso central, anti-infecciosos, gastro, saúde feminina e saúde masculina. Os conteúdos são oferecidos em forma de textos, videoaulas e games – estes últimos aplicados para fixação do conteúdo –, em uma plataforma digital focada 100% no perfil do público.  Colaboradores de farmácias poderão participar do programa em duas categorias: profissionais farmacêuticos ou profissionais de atendimento.

Em 2016, a companhia capacitou mais de 11 mil pessoas em todo o país, praticamente dobrando o número de treinamentos em relação a 2015. Com o Qualidade Profissional Sandoz e outras iniciativas de qualificação, a empresa pretende capacitar cerca de 20 mil pessoas em 2017.

Anvisa estuda liberação do plantio de maconha para uso medicinal

por Redação

21/06/2017 ? 10:15

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem reconhecendo as propriedades científicas da cannabis em ações como a liberação para uso controlado do canabidiol (derivado da planta) e a inclusão da erva na Lista Completa das Denominações Comuns Brasileiras (DCB) sob a categoria de "planta medicinal".

Agência deve implementar normas para produção e pesquisa até o final do ano

Agora a agência, que já vinha estudando a regulação de outros países para o plantio medicinal da maconha, segue avançando nesse sentido e deve implementar as normas para fins de produção e pesquisa até o final deste ano, segundo explica matéria do O Globo.

Uso medicinal de cannabis

O primeiro estudo clínico em grande escala de um derivado da cannabis, conhecido como canabidiol (CBD), apontou que o componente é capaz de reduzir a frequência de convulsões epiléticas graves em 39%.

A pesquisa, publicada no final de maio no New England Journal of Medicine, foi feita com pacientes com síndrome de Dravet, um tipo de epilepsia complexa da infância que está associada a convulsões resistentes a fármacos e uma elevada taxa de mortalidade.

Durante o estudo 120 pessoas – entre crianças e jovens adultos – com a síndrome de Dravet receberam diariamente tanto uma solução oral de canabidiol (dose de 20 mg por quilo do peso corporal) ou placebo, além de continuarem com o tratamento antiepiléptico padrão.

A média de crises convulsivas por mês diminuiu de 12,4 para 5,9 nos pacientes que receberam a solução de canabidiol, já nos que receberam apenas placebo a diminuição foi de 14,9 para 14,1.

Nos estados unidos as propriedades da planta já são usadas também no combate às cólicas menstruais. É o que prometem os supositórios vaginais da marca Foria Relief.

Segundo os pesquisadores, o THC e o CBD presentes na fórmula relaxam a musculatura da região pélvica, que tem o maior número de receptores canabinoides, depois do cérebro, e aliviam a dor. “A Cannabis tem uma longa história cultural de uso como um auxiliar natural no alívio dos sintomas associados à menstruação”, afirma o sitedo fabricante do produto.

EXCLUSIVO-Mega Pharma contrata Jefferies para emissão de dívidas e possível IPO, dizem fontes

Por Tatiana Bautzer

SÃO PAULO – Os donos Mega Pharma contrataram a Jefferies para explorar alternativas para o quarto maior grupo farmacêutico da América Latina, que podem incluir emissão de dívida e uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), disseram duas pessoas a par do assunto.    

Segundo essas fontes, a Mega Pharma primeiro emitiria dívida já neste ano. Acessar os mercados globais da dívida aceleraria um plano da família alemã Struengmann para uma futura listagem da empresa em bolsa, disseram as pessoas.    

A Mega Pharma, com sede na cidade uruguaia de Canelones, é controlada pelos irmãos gêmeos Andreas e Thomas Struengmann – também fundadores da fabricante de medicamentoss genéricos Hexal, vendida à Novartis há 12 anos.   

A ideia dos sócios é que a Mega Pharma, que tem 1 bilhão de dólares em receita anual e 10 fábricas que produzem para toda a América Latina, liste ações nos Estados Unidos ou na Colômbia, Brasil ou Argentina, disseram as pessoas.    

O Jefferies, os Struengmanns e a Mega Pharma não comentaram imediatamente. As pessoas falaram sob a condição de anonimato.    

A busca por recursos de investidores mostra como o setor farmacêutico poderia ganhar tração numa região onde a demanda por remédios aumentou nos últimos anos. Investidores de biotecnologia em todo o mundo estão gastando mais do que nunca para tentar transformar os negócios em empresas farmacêuticas especializadas.    

Em 12 meses até 22 de junho, houve 21 fusões e aquisições farmacêuticas na América Latina, em comparação com apenas cinco no mesmo período há uma década atrás, segundo a Thomson Reuters.    

Com base no valor dos recentes negócios farmacêuticos na América Latina, a Mega Pharma pode valer cerca de 2,5 bilhões de dólares, disseram profissionais de private equity à Reuters. O foco da Mega Pharma em medicamentos de marca protegeu-a da concorrência pesada dos genéricos, segmento que viu retornos em declínio nos últimos anos, disseram profissionais de bancos.    

Os Struengmann entraram na Mega Pharma quando a Argentina Laboratorios Roemmers agrupou ativos locais com outros no Uruguai, México, República Dominicana, Equador e Venezuela.    

O grupo tem fatias nas empresas alemãs de biotecnologia, Glycotope, Ganómetro e BioNTech, e recentemente se uniu a investidores para comprar um produtor de aparelhos de aparelhos auditivos da Siemens.

Reuters

Sibutramina e remédios para emagrecer: entenda

A sibutramina está disponível no mercado brasileiro para tratamento da obesidade. Conheça a situação do produto e de outros medicamentos emagrecedores.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 22/06/2017 18:14
Última Modificação: 22/06/2017 18:21

Os anorexígenos são utilizados como coadjuvantes no tratamento de quadros de obesidade e, como qualquer medicamento, seu uso, com a indicação de reduzir o apetite, deve ser orientado por um médico. No caso dos inibidores de apetite, isso é ainda mais importante já que interferem em sistemas importantes do corpo humano.

Qual é a situação da sibutramina e de outros medicamento emagrecedores no Brasil e no mundo? Nos parágrafos abaixo esclarecemos quais são as regras para a venda desse tipo de medicamento, quais são os produtos autorizados, e os riscos relacionados a seu uso.

A obesidade é uma doença provocada por vários fatores como hábitos de vida, genética, condições econômicas, contexto cultural, entre outros. Por isso, a orientação dos profissionais é ainda mais importante para que o uso de medicamentos não se torne apenas um paliativo e gere o efeito “sanfona”, que é quando o paciente engorda e emagrece muito ao longo da vida.

Em 2011, a Anvisa retirou do mercado três substâncias inibidoras de apetite do tipo anfetamínicos – mazindol, femproporex e anfepramona – para combater a obesidade. Os laboratórios que tinham registro desses produtos no Brasil não apresentaram estudos de eficácia e segurança dentro dos padrões exigidos pela Anvisa e cobrados em outros países do mundo. Além disso, uma revisão da literatura científica apontou que os riscos relacionados ao uso de inibidores de apetite do tipo anfetamínicos eram maiores que o seu benefício.

Na mesma época a sibutramina também foi reavaliada, mas, neste caso, ficou demostrado que o seu benefício era maior que o seu risco, desde que utilizada adequadamente e para determinados perfis de pacientes. Então, o controle sobre a sibutramina foi reforçado com a criação de uma receita especial para prescrição e comercialização do produto.

Não foi a primeira vez em que medicamentos foram retirados do mercado por causa de uma revisão de segurança. Esta, na verdade, é uma situação que faz parte da rotina das agências reguladoras no mundo todo.

Anorexígenos retirados do mercado e sua situação no mundo

Os três medicamentos abaixo tiveram seus registros cancelados por falta de apresentação de estudos de eficácia e segurança atualizados. Ou seja, nenhum fabricante conseguiu comprovar os benefícios de seu uso.

É importante esclarecer que não estão proibidos. Qualquer empresa da indústria farmacêutica pode pedir o registro das substâncias no Brasil, já que não estão protegidas por patentes. Basta apenas cumprir as regras vigentes no país.
Anfepramona

Começou a ser utilizada em 1997. Vendida nos EUA. Não é aprovada na Europa.
Femproporex

Não é aprovado nos EUA e foi proibido na Europa em 1999.
Mazindol

Não é aprovado nos EUA e não está disponível na Europa.

Medicamentos aprovados no Brasil para tratar a obesidade (por nome da substância)
Sibutramina

É o medicamento emagrecedor com registro válido mais antigo no Brasil. Foi registrado em março de 1998. 13 fabricantes têm registro e autorização para produzí-lo. Há 22 sibutraminas disponíveis no mercado brasileiro.
Orlistat

Chegou ao Brasil no final dos anos 90. Hoje é produzido por 10 laboratórios com pelo menos 22 registros diferentes do produto em comercialização.
Cloridrato de lorcasserina

Registrado em 2016, está no mercado com o nome comercial de Belviq, registrado pelo laboratório Eisai.
Liraglutida

Registrada no início de 2016, é uma formulação injetável e está no mercado com o nome comercial de Saxenda, registrado pelo laboratório Novo Nordisk.

Academia Nacional de Farmácia empossa Dirceu Barbano e Walker Lahmann como novos membros

Em cerimônia realizada no último dia 9, a Academia Nacional de Farmácia (ANF) empossou três novos membros: Dirceu Barbano, a sra. Hisako Gondo Higashi e Walker Lahmann. Cerca de 200 pessoas prestigiaram o evento, entre eles o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.

Os novos acadêmicos foram saudados pelo presidente da ANF, Lauro Moretto, que falou da importância em prestigiar nomes que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento das ciências farmacêuticas. “Esse reconhecimento, sempre realizado em solenidade pública é, também, uma forma de estimular jovens para as pesquisas no campo das Ciências Farmacêuticas no Brasil", afirmou.
Walker ladeado pelos Acadêmicos Dagoberto Brandão (esq.) e Lauro Moretto
Walker Lahmann é formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é dono de larga trajetória na indústria farmacêutica. Atualmente, é diretor executivo da Eurofarma e integrante da diretoria do Sindusfarma.

Dirceu Barbano formou-se em Farmácia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, com pós-graduação em Fármacos e Medicamentos na Universidade de São Paulo (USP). Foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, presta consultoria à Interfarma e à Abiquifi.

A sra. Hisako Gondo Higashi graduou-se em Farmácia e Bioquímica pela Unesp de Araraquara. Dedicou-se às pesquisas e ao desenvolvimento tecnológico de vacinas e soros, tendo desenvolvido por mais de 40 anos brilhante carreira profissional no Instituto Butantan. Atualmente, é consultora do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Também prestigiaram a cerimônia o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, a presidente executiva da Pró Genéricos, Telma Salles; o diretor de Assuntos Econômicos da Interfarma, Marcelo Liebhardt; e o presidente executivo da Alanac, Henrique Tada.
Barbano (centro) com o presidente da ANF, Lauro Moretto (esq.) Hisako (centro) e Lauro Moretto (dir.)

Biochip cardíaco é inovação para pesquisas de novos medicamentos

22 de junho de 201722 de junho de 2017 Ray Santos

Cirurgião cardíaco explica como a nova tecnologia ajuda no combate a doenças do coração

São Paulo, junho de 2017 –  A equipe do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA, apresentou em maio deste ano, sua mais nova versão de um “chip cardíaco”, ou, um coração dentro de um chip. De acordo com os pesquisadores essa é a primeira vez em que é possível medir simultaneamente duas funções cardíacas fora do corpo: a taxa de batimentos e a eletrofisiologia de células cardíacas humanas. As células têm durabilidade de nove dias e são cultivadas em um ambiente projetado para funcionar de maneira precisa e contínua igual ao coração.

Segundo o cirurgião cardíaco de São Paulo, Dr. Marcelo Sobral, essa nova tecnologia pode abrir muitas portas para o avanço na medicina. A capacidade de registrar essas duas funções torna possível novas pesquisas por medicamentos, já que a novidade apresentada é a tamanha semelhança entre o coração humano e o biochip, que poderá identificar, com precisão, futuros problemas cardíacos causados por produtos farmacêuticos, além de diminuir a necessidade de realizar testes em animais.

“A cardiotoxicidade, por exemplo,  que é um efeito secundário bastante frequente em muitos medicamentos, como os agentes de quimioterapia que são conhecidos por serem cardiotóxicos, seria um problema que o biochip poderia identificar e assim, os profissionais buscariam outras possibilidades”, explica o especialista.

Ainda segundo dados da pesquisa, o biochip possui microeletrodos biocompatíveis que estabelecem uma interface com as células que crescem e se comunicam em cima deles. E as células cardíacas começam a bater após dois dias em cultura e funcionam de forma consistente durante até nove dias.

“Ainda são necessários muitos estudos e pesquisas, porém, o biochip cardíaco é um grande avanço na medicina que vale a pena investimento”, finaliza Sobral.

Dr Marcelo Luiz Peixoto Sobral é membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular pela AMB, Membro Habilitado e Especialista do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA). MBA Executivo em Saúde pela FGV. Cirurgião Cardiovascular da Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo com mais de 4.000 cirurgias realizadas.facebook/dr.marcelosobral