Em fevereiro, 2ª turma do curso de estratégias de acesso e marketing nos sistemas de saúde

O Sindusfarma abriu inscrições para a segunda turma do curso inédito ‘Acesso de Medicamentos e Farmacoeconomia no Sistema de Saúde Brasileiro’, que qualifica profissionais da indústria farmacêutica na elaboração de estratégias de acesso no planejamento de marketing nos mercados de saúde público e privado.

Ministrado por renomados executivos da indústria, o curso começa no próximo dia 23 de fevereiro e está distribuído em 14 módulos, sempre às sextas-feiras. Profissionais de empresas associadas ao Sindusfarma desfrutam de 50% de desconto.

Entre outros temas, o curso vai mostrar como funciona o processo de registro, precificação e obtenção de acesso para medicamentos no Brasil; quais as formas de financiamento da saúde e de pagamento de medicamentos, e como integrar estratégias de acesso no planejamento de marketing.

Anvisa aprova teste que diagnostica meningite em uma hora

8 jan 2018
21h15

O FilmArray, plataforma de biologia molecular desenvolvido pela Biofire, empresa do grupo bioMérieux, líder mundial em diagnóstico in vitro, agora possui mais um painel aprovado pela Anvisa: o FilmArray Meningitis/Encephalitis Panel. O sistema identifica em até uma hora 14 tipos de agentes causadores de Meningite e Encefalites, sendo 6 bactérias, 7 vírus e 1 fungo, direto da amostra de clínica de líquor.

Em comparação com testes convencionais, a tecnologia do FilmArray possibilita reduzir o tempo para obtenção dos resultados, em alguns casos, de 4 a 21 dias para apenas 1 hora.

"No caso das meningites virais, o diagnóstico padrão é por meio da identificação material genético do vírus na amostra de líquor pelo método de PCR. Os prazos dos resultados variam bastante entre os laboratórios,
normalmente entre 1 a 4 dias. Esse prazo é similar ao do resultado final da cultura, referência nos casos de meningites bacterianas", afirma o Dr. Gustavo Bruneira, Diretor Operacional do Senne Liquor Diagnóstico, de São Paulo, pioneiro no Brasil no uso do FilmArray Meningitis/Encephalitis Panel, sistema de diagnóstico rápido que detecta a meningite e a encefalite em até uma hora.

"Já para os casos de meningite por Cryptococcus, a cultura pode demorar até 21 dias e os testes disponíveis (tinta da china e pesquisa de antígenos por aglutinação em partículas de látex), exigem profissional capacitado e têm sensibilidade inferior", explica.

O sistema FilmArray não demanda grande quantidade de amostra para obtenção do resultado, o que também significa menos desconforto para o paciente, segundo o especialista. "A obtenção de amostra de líquor, ou líquido cefalorraquiano, se faz rotineiramente por meio de uma punção lombar, um procedimento invasivo que como tal traz riscos inerentes ao procedimento. Uma vez que a amostra de líquor adicional não é facilmente obtida, metodologias que utilizam pequenos volumes, a exemplo do FilmArray, são fundamentais", afirma Bruneira.

A meningite e o diagnóstico rápido – Todas as faixas etárias, dos recém-nascidos aos idosos, estão propensas a contrair meningite. O que muda é o agente etiológico mais frequente, de acordo com idade e status imunológico do paciente.

Segundo o médico especialista do Senne liquor, os mais frequentes agentes etiológicos, especialmente nas crianças, são os vírus do grupo dos Enterovírus. Nos indivíduos imunossuprimidos, como transplantados, o Cryptococcus neoformans (fungo). Nas meningites bacterianas, temos o Neisseria meningitidis e o Streptococcus pneumoniae como os mais frequentes, porém nos bebês e nos idosos precisamos sempre pensar em Listeria monocytogenes, assim como no Haemophilus influenzae nos pacientes não vacinados.

"O diagnóstico rápido e preciso é fundamental em todos os casos, uma vez que propicia o tratamento adequado. Especialmente nos casos de meningites virais, o diagnóstico rápido e preciso, aliado a outros parâmetros clínicos e laboratoriais, pode significar a não internação do paciente, evitando o uso empírico de antibióticos, o risco de infecção hospitalar, etc.", avalia o médico especialista do Senne Liquor.

"De fato, o diagnóstico rápido e preciso traz benefícios sociais e econômicos importantíssimos ao paciente e ao sistema de saúde. No caso das meningites bacterianas mais frequentes, a vacinação é fundamental, enquanto que nas virais as medidas preventivas são basicamente higiene pessoal e de alimentos", conclui o médico especialista do Senne Liquor.

Como funciona – O FilmArray® é uma técnica de biologia molecular que consiste em uma estação de trabalho, na qual é inserido o painel – um cartucho a vácuo -, com diferentes reservatórios, onde ficam os reagentes. Nele é injetada a solução de hidratação por sistema à vácuo e depois a amostra a ser analisada. O sistema faz o resto.

Durante a análise, o FilmArray extrai e purifica todos os ácidos nucleicos da amostra não processada. Em seguida, realiza a técnica Multiplex PCR, em que um fragmento específico da molécula de DNA é amplificado milhares de vezes em curto espaço de tempo. Os microrganismos presentes são amplificados e a detecção é realizada utilizando a tecnologia Microarray.

Ao final, o Software FilmArray analisa e libera um relatório com os resultados da amostra. Quando o processo, que leva apenas uma hora, se completa, o software informa a presença ou ausência de cada patógeno na amostra.

Sobre a bioMérieux
Há mais de 50 anos no mercado, a bioMérieux é líder na área de diagnóstico in vitro. Em todo o mundo, a empresa tem o propósito de contribuir efetivamente com o desenvolvimento da saúde pública, fornecendo soluções (reagentes, equipamentos e softwares) que determinam a origem da doença e de contaminações de produtos industrializados a fim de melhorar a saúde do paciente e garantir segurança aos consumidores.

Fundada na França em 1963, a bioMérieux tem cerca de 5.800 colaboradores e está presente em mais de 150 países, por meio de 42 filiais e uma ampla rede de distribuidores. Em 2016, as vendas da companhia atingiram 2,3 bilhões de euros.

No Brasil, a bioMérieux possui o laboratório P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) situado no Rio de Janeiro, que foi inaugurado em 2009, e até 2014 a equipe teve como missão dar suporte à produção local da linha Imuno e desenvolver produtos de interesse para o grupo bioMérieux. No final de 2014, a visão do setor P&D da bioMérieux Brasil mudou para focar nas infecções tropicais e servir à estratégia local e global, a fim de responder às necessidades dos mercados emergentes e negligenciados.

A família Mérieux tem uma tradição ao longo de um século de compromisso na luta contra as doenças infecciosas. Marcel Mérieux, que trabalhou com Louis Pasteur e fundou o Instituto Mérieux, o Dr. Charles Mérieux, Alain Mérieux e Dr. Christophe Mérieux dedicaram suas vidas à biologia, com o objetivo de melhorar a saúde mundial.
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Mais informações:
Veropress Comunicação Corporativa – Assessoria de imprensa da bioMérieux
Thais Abrahão (thais@veropress.com.br) – (11) 9900-8402 / (11) 3061-2263 e Rosana Monteiro – (Rosana1@veropress.com.br) – (11) 3062-0843

Website: http://www.biomerieux.com.br

Biotecnologia e saúde

04/01/18 | Equipe Online – online@jcruzeiro.com.br

Marcos Cândido de Azevedo

Nano é a bilionésima parte do metro, uma partícula do tamanho de um átomo, capaz de atravessar até mesmo poros da pele. Um dos desafios da terapêutica está em conseguir atingir o órgão alvo da enfermidade com precisão. É como um franco atirador ser capaz de não errar sua mira. As ciências farmacêuticas têm apresentado inovações surpreendentes, entre elas, a nanotecnologia empregada com fins terapêuticos que permite aos princípios ativos atingirem o órgão alvo com benefícios fundamentais como o de preservar, proteger e impedir que estes sejam degradados, tendo em vista existirem bioativos que são extremamente sensíveis e podem perder sua atividade antes mesmo de atingir seu alvo.

A Medicina Regenerativa tem alçado patamares de excelência. Um Centro de Referência Brasileiro desenvolveu uma matriz extracelular celulósica capaz de carrear bioativos com alto poder de permeação e regeneração tecidual sendo uma opção revolucionária no tratamento de úlceras de diversas etiologias antes sem solução, evitando amputação de membros e até mesmo a morte do paciente. Doenças como Fogo Selvagem, Síndrome de Steve Johnson, graves queimaduras, lesões que não cicatrizam foram debeladas com esta membrana desenvolvida por nanotecnologia e com células-tronco regenerativas.

As técnicas de (ACT) Advanced Cellular Therapy (Terapia Celular Avançada) apresentam eficácica de vanguarda frente ao tratamento de desafios antes sem resolução, os casos terapêuticos registrados são impressionantes e os resultados alcançados ainda mais surpreendentes. É fundamental que todos tenham acesso à informação destas alternativas terapêuticas já disponíveis, evitando assim amputações e tanto sofrimento desnecessário. O interessante é que os componentes utilizados são bioativos naturais que pela ciência biotecnológica são processados de forma a alcançar o máximo de sua eficácia garantindo-se que alcance o sítio de ação em concentrações terapêuticas que propiciem máxima eficácia.

Em um futuro promissor vemos um leque de possibilidades terapêuticas com ACT, estudos já têm sido realizados nos mais diversos segmentos. Na oftalmologia será possível o tratamento de lesões corneanas de alta complexidade promovendo ação antimicrobiana e completa regeneração. Na odontologia o implante de células tronco já comprovou a possibilidade do desenvolvimento e crescimento ósseo com formação de dentes, uma alternativa aos implantes ósseos de altíssimo custo e às desconfortáveis dentaduras.

A biotecnologia também é usada com sucesso na cicatrização de feridas por radioterapia e, ainda neste segmento poderá ser utilizada na administração de princípios ativos que induzam a morte das células cancerígenas garantindo incidência menor de efeitos colaterais por fazer com que estes atinjam direta e unicamente as células tumorais.

Os procedimentos cirúrgicos em diabéticos, pacientes com dificuldade de cicratização, poderão ter um pós-operatório mais confortável pela rápida regeneração tecidual com o uso das células tronco e da nanotecnologia, permitindo rápida recuperação e menos dias de permanência hospitalar. Na dermatologia vemos um amplo campo de utilização com tratamentos estéticos de alta relevância como de rugas e linhas de expressão em formulações biotecnológicas que protejam a pele contra o fotoenvelhecimento e promovam o tão sonhado rejuvenescimento evitando injeções de preenchimento e uso do conhecido botox que é potencialmente perigoso à saúde.

Outra queixa comum são as bolsas de gordura na região dos olhos; antes não havia outra alternativa além da blefaroplastia que é um procedimento de plástica cirúrgica, em breve já existirá a possibilidade da utilização de bioativos nanotecnológicos que reduzem a flacidez das pálpebras evitando cirurgia. Os nossos esforços traduzem a ardente expectativa de que a ciência esteja ao alcance de todos.

Marcos Cândido de Azevedo é presidente e fundador do Centro de Estudos em Nutracêuticos (Cenutra) e fundador do Instituto do Desenvolvimento Humano (IDH)

Uespi dará início a pesquisas pioneiras de produção e uso medicinal de canabidiol

Para um dos pesquisadores envolvidos no projeto, professor Fabrício Amaral, essa autorização pioneira dá uma contribuição para o estado nas áreas social, econômica e técnico-científica

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Piauí está em vias de iniciar os trabalhos de pesquisa dos primeiros projetos aprovados pelo governo estadual para o canabidiol, substância obtida do óleo da Cannabis sativa. O Piauí é o primeiro estado do país a autorizar a viabilização do projeto.

O grupo de pesquisadores responsáveis já estuda a substância há algum tempo, mas com a recente autorização do governador Wellington Dias para a produção do óleo no estado, foram criados projetos a serem executados pela Uespi e também pela UFPI (Universidade Federal do Piauí). As universidades fabricarão o medicamento em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir).

Para um dos pesquisadores envolvidos no projeto, professor Fabrício Amaral, essa autorização pioneira dá uma contribuição para o estado nas áreas social, econômica e técnico-científica. “Estamos falando de grupos de pacientes que têm poucos recursos terapêuticos, de uma demanda reprimida de pais desesperados que veem um filho com 30, 40 crises convulsivas por dia”, explica.

De acordo com Amaral, a iniciativa abre portas para que o estado, inclusive, fabrique o produto para outras federações. “À medida em que você promove o desenvolvimento de novos fármacos, está criando um parque tecnológico que vai facilitar não só a comercialização do canabidiol como o desenvolvimento de futuros produtos”, acrescenta.

Histórico
O diálogo para que essa autorização pudesse ser realizada teve início com o I Simpósio Sobre Uso Medicinal dos Canabinóides, ocorrido em março de 2017, e do qual a Uespi foi parceira na realização. “O simpósio esclareceu à sociedade porque ainda existe toda aquela cultura quando se fala da maconha. Aqui não se trata de projetos da liberação do uso da maconha para uso recreativo, mas do uso de uma substância isolada da planta, a partir da qual é feito o tratamento”, relembra uma das pesquisadoras, professora Rosemarie Brandim Marques.

A partir do evento, foram realizadas reuniões entre as instituições que trabalham com a temática, como a Uespi, UFPI e Ceir, e cada uma ficou responsável por montar projetos distintos. “Isso foi definido desde a programação que nós fizemos, que ocorreu lá no simpósio, e está bem definido em quê cada instituição vai contribuir para esse projeto. A Uespi vai fazer o teste de segurança genética e genotóxica, tanto antes de começar a distribuição com testes em animais para saber se há alteração a nível de DNA e também com o acompanhamento genético de pacientes do Ceir”, explica o professor Antônio Luiz Maia.

O Ceir ficará responsável pelo atendimento à população que necessita fazer uso dos medicamentos e também por fazer uma triagem e escolha de quais pacientes vão receber esse canabidiol produzido aqui, além do acompanhamento clínico. Já, a UFPI montou um projeto para cultivar a cannabis e extrair o óleo, o que levará um tempo para se concretizar, segundo os pesquisadores, visto que há que se fazer a seleção de mudas, do tipo, do rendimento. Logo, o início do projeto da Uespi se dará com o canabidiol importado e espera-se que, de seis meses a um ano, já exista a produção do óleo no estado.

Os projetos das três instituições estão no momento aguardando a liberação das verbas, que totalizam um montante de R$ 1 milhão. Além disso, também aguardam as autorizações da Anvisa e da Polícia Federal. “Estamos passando por todas essas etapas de forma bem sucedida, e agora nossa próxima etapa é, a partir do recurso liberado, cada instituição fazer sua parte, seus projetos. Dependemos do orçamento do governo”, esclarece Rosemarie. Ainda em 2018, o estado contará com uma câmara setorial de biotecnologia para apoiar a produção.

Epilepsia
Os três projetos terão um foco primordial no tratamento da epilepsia refratária, doença para a qual os medicamentos atuais têm seus efeitos diminuídos com o passar do tempo. A Anvisa já liberou tratamento também para a espasticidade, efeito que a esclerose múltipla traz ao paciente, onde ele perde a motilidade. De acordo com os pesquisadores da Uespi, existem outras doenças que estão sendo pesquisadas, mas a que está no momento sendo bastante utilizada é a epilepsia refratária.

O canabidiol é uma substância que não causa dependência, de acordo com Fabrício Amaral. O professor explica que na epilepsia a substância gera uma diminuição das atividades dos neurônios, e essa diminuição contribui para uma diminuição da excitação cerebral, comum em epiléticos. “O mecanismo em si ainda está sendo estudado, mas já é muito mais efetivo que os medicamentos que já existem no mercado. Além disso, ele é excelente analgésico, gera diminuição de dor em algumas situações, como na esclerose, e isso melhora a qualidade de vida do paciente”, diz.

Os pesquisadores também relataram que é importante o envolvimento da Uespi na pesquisa. “A Uespi hoje disponibiliza tanto recursos humanos, de propriedade intelectual, como de estrutura física para estar realizando esses experimentos dentro da própria instituição. Nossos professores são capacitados dentro da parte da pesquisa genotóxica”, comenta Maia, e acrescenta Rosemarie: “Hoje em dia você não consegue mais colocar no mercado um medicamento sem esses testes, a própria Anvisa exige isso”.

USP e UFSCar desenvolvem quatro novos compostos contra o câncer de mama

Em testes em animais, moléculas desenvolvidas em São Carlos (SP) se mostraram mais eficientes que as utilizadas atualmente no tratamento da doença.

On 4 Janeiro, 2018

uatro compostos moleculares desenvolvidos em São Carlos (SP) – em uma parceria da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Carlos (UFScar) – mostraram desempenho superior ao medicamento utilizados no tratamento de câncer de mama.

As moléculas anticancerígenas foram criadas por uma pesquisa liderada pelos professores e pesquisadores Alzir Batista, do Departamento de Química da UFSCar, e Javier Ellena, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP.

O objetivo do estudo é desenvolver um insumo farmacêutico mais efetivo e que cause menos efeitos colaterais que os atuais medicamentos usados no tratamento de câncer de mama.

De acordo com cientistas, as novas moléculas são mais eficientes para atingir as células cancerígenas e tem baixo residual no organismo.

Em testes in vitro com células de mamas humanas contendo tumor esses novos compostos apresentaram mais eficiência e deixaram menos resíduos que os componentes do cisplatina, que atualmente é usado no tratamento.

Mais eficiente e mais rápido

Os compostos criados contêm fosfina, cloro e dimina, substâncias que, respectivamente, auxiliam na entrada dos fármacos nas células, os mantêm estáveis e os ajudam a se ligar ao DNA, interrompendo a proliferação das células tumorais.

Alguns desses componentes fazem uma espécie de camuflagem da molécula para que ela trafegue pelo corpo sem ser barrado pelos anticorpos.

O grande diferencial do estudo é associar as moléculas ao rutênio. Segundo Ellena, esse metal carrega a molécula pelo corpo de uma forma mais rápida, levando-as até as células na qual elas devem atuar.

Dessa forma, o medicamento fica muito mais eficiente, fazendo com que seja necessária uma dosagem menor, o que diminui os efeitos colaterais.

Vários medicamentos utilizam metal para se transportarem pelo corpo humano, são os chamados metalfarmaco. A vantagem do rutênio é a semelhança de sua química com a do ferro, um elemento que está presente no organismo humano.

Segundo o físico, as moléculas desenvolvidas são específicas para câncer de mama. Para ele, não há uma pílula milagrosa que vá resolver todos os tipos de câncer.

“Se tem uma proteína agindo de tal maneira, você tem que conseguir uma chave para travar essa proteína para que ela deixe de trabalhar para que a célula cancerígena acabe morrendo ou não consiga se reproduzir. Mas essa estrutura chave-fechadura tem que ser desenhada em nível molecular e isso tem que fazer com todo cuidado, pois uma pequena diferença, um átomo a mais no lugar errado não funciona ou pode exercer efeito contrário e matar uma pessoa”, explicou Ellena.
Arquitetos de moléculas

De acordo com Batista, o desenvolvimento desses quatro compostos é resultado de uma linha de pesquisa de mais de 20 anos, que busca criar moléculas capazes de tratar doenças com mais eficiência e menos efeitos colaterais do que as existentes.

A pesquisa pode mudar a sistemática do tratamento de câncer, hoje baseada em grande parte em quimioterapia.

Cada molécula é construída peça por peça, como um quebra cabeça, desenhada especialmente para atuar em uma área específica. Cada composto é encaixado para que a molécula seja perfeita para atingir seu objetivo.

A pesquisa pode mudar a sistemática do tratamento de câncer, hoje baseada em grande parte em quimioterapia.

Cada molécula é construída peça por peça, como um quebra cabeça, desenhada especialmente para atuar em uma área específica. Cada composto é encaixado para que a molécula seja perfeita para atingir seu objetivo.

Essa linha de pesquisa desenvolve moléculas também para outras doenças como outros tipos de câncer, tuberculose, malária, doença de Chagas e leishmaniose. A dupla já constriuiu mais de 200 moléculas.

A partir da definição do alvo, os cientistas vão desenhando e lapidando a molécula, como a um diamante até que atinja o brilho máximo. Isso pode demorar décadas.

“Cria-se um grupo [de pesquisadores] dentro de um panorama que tem em mente e testa aquele composto. Nem sempre dá certo e vai aprimorando. A gente pode encontrar uma molécula que seja boa contra o câncer, mas se ela atinge a célula cancerígena e a sadia na mesma proporção ela não nos serve”, explicou Barbosa.

A partir das falhas a equipe procura aprimorar a molécula e testa novamente e assim sucessivamente. Isso permite voltar ao composto e modificar o que precisa para que ele funciona melhor até que ele atinge o índice de efetividade desejado ou máximo para aquela substância.

Longo caminho

Desenvolver um novo composto que possa ser incorporado a um medicamento que seja eficiente dentro do organismo e coloca-lo no mercado é uma missão que demanda muito tempo. A média é que a cada 5 mil compostos sintetizados um chega a testes em humanos.

Apesar de ter passado com louvor pelos testes em laboratórios e estar na fase de teste em animais, a pesquisa destes compostos ainda deve demorar pelo menos 15 anos.

Além de comprovar a sua eficiência contra a doença é preciso saber em como ela age no corpo humano, se atinge outros órgãos, se causa contaminação. Também é necessário estudar como sintetiza-la, melhorar sua formulação, dosagem, residual etc. para que possa chegar à sociedade.

Todos estes testes são feitos em laboratórios, depois em animais, para depois serem feitos em humanos, repetidos centenas de vezes. Depois é necessário obter todas as licenças para colocar no mercado.

Uma das maiores dificuldades sentidas pelo químico Barbosa é a falta de hospitais que se arrisquem a apoiar a pesquisa em testes. Isso tem dificultado que possíveis fármacos tenham seus resultados testados em doentes.

Trabalho conjunto

A pesquisa é feita por um grupo multidisciplinar. Além da USP e da UFSCar, envolve cientistas da Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal Fluminense, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Universitat de Barcelona (Espanha), das áreas de química, física, biologia, matemática, farmácia e medicina.

A multidisciplinaridade é necessária porque além de montar a estrutura da molécula perfeita, ainda é preciso testá-la em diversos campos, formulá-la para que se torne um medicamento.

Para Alzir, a comunidade científica existente em São Carlos facilita a pesquisa. “ A proximidade dos pesquisadores e a boa vontade de trabalhar junto”, afirmou.

Os cientistas dizem que a prática, antes rara, tem se tornado mais rotineira. “A própria comunidade cientifica brasileira se deu conta que precisa trabalhar junto”, afirmou Batista.

Fonte: G1

Teuto incentiva varejo com programa de gestão

On 4 Janeiro, 2018

Ao longo do ano, o Seu Negócio Mais Lucrativo, programa de gestão do Laboratório Teuto, promoveu ações em todo o Brasil, oferecendo cursos de gestão de alto desempenho para o pequeno e médio varejo e grandes redes farmacêuticas. Em cinco anos, mais de 15 mil profissionais, entre gestores, donos e gerentes de farmácias já foram atendidos.

“Além de capacitar os proprietários de farmácia em relação à gestão da empresa, o programa proporciona a reflexão sobre o negócio e cria possibilidades de mudanças imediatas”, ressalta Claudio Louzada, coordenador de treinamentos do Teuto.

Entre as etapas, foram realizados cursos em parceria com a Drogaria São Bento, de Campo Grande (MS); Grupo Farma e Distribuidora Oriente, de Belo Horizonte (MG); Farmácias Nissei, Fortefarma e Distribuidora Dimebrás, de Curitiba (PR); Rede Universal e Distribuidora Farmix, de Ouro Preto (MG); Farmácias Associadas, de Porto Alegre (RS), Rede Compre Certo, de Uberlândia (MG) e Distribuidora Emefarma, do Rio de Janeiro (RJ).

O programa é ministrado pelo Instituto Bula e completa seu sexto ano em 2018. Com formatos dinâmicos e flexíveis, os cursos têm duração de oito, 16 e 24 horas. Aos farmacistas e distribuidores interessados em participar, basta entrar em contato com a equipe de vendas de sua região.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Anvisa aprova dois medicamentos para tratamento da hepatite C

Em Lajeado, o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) aguarda as substâncias para este ano

Carolina Schmidt Créditos: Carolina Schmidt Quarta-feira , 03 de Janeiro de 2018 08:48

Lajeado – A expectativa do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Lajeado é de receber, neste ano, os novos medicamentos para o tratamento da Hepatite C. No início de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o Zepatier e Harvoni como integrantes da lista de remédios que poderão ser utilizados pelos pacientes.

Conforme a coordenadora do SAE, Waldirene Bedinoto, a unidade aguarda os medicamentos para 2018, pois há trâmites burocráticos no Ministério da Saúde.

"Isso mostra os avanços na medicina para a melhor qualidade de vida ao paciente. Já existe uma variedade de medicamentos, cada um tipo diferente de vírus. Hoje, aqueles que são distribuídos pela rede básica curam o paciente e são muito confiáveis", explica.

Segundo Waldirene, como a Hepatite C é uma doença silenciosa e pode levar anos para mostrar sintomas, o teste rápido é uma das formas de diagnóstico. A estimativa de que pode haver 1,5 milhão de pessoas infectadas no Brasil sem saber é preocupante. No mundo, o dado fica entre 80 milhões a 150 milhões, de acordo com a Anvisa.

"Precisamos descobrir onde estão essas pessoas e atingir o maior número possível com os testes que são realizados nos postos, SAE e feiras de saúde. Quando não é tratada a hepatite pode evoluir para complicações no fígado. O vírus pode sobreviver até uma semana no ambiente em que estiver."

Em Lajeado, o número de homens diagnosticados é maior em comparação com as mulheres. Conforme a coordenadora, isso acontece, pelo fato dos homens terem maior exposição aos fatores de transmissão.

Os novos medicamentos
O medicamento Zepatier, conforme a Anvisa, é uma associação em dose fixa dos princípios ativos elbasvir e grazoprevir. Será produzido, na forma de comprimido revestido, na concentração de 50mg de elbasvir e 100mg de grazoprevir. O produto é indicado para administração por via oral em adultos uma vez ao dia, para o tratamento da hepatite C crônica (HCC) genótipos 1 ou 4 em adultos.

O segundo registro da Anvisa foi para o medicamento Harvoni que é uma associação entre os princípios ativos ledipasvir e sofosbuvir. Ele será utilizado por via oral em adultos e uma vez por dia. O Harvoni é indicado, em combinação ou não com ribavirina, para o tratamento da Hepatite C Crônica (HCC) genótipo 1 em adultos. De acordo com informações da Anvisa, os dois novos medicamentos deixam o país mais próximo da cura da doença e eliminação da transmissão.

Formas de Transmissão
O vírus da hepatite C é transmissível, principalmente, por via sanguínea, por meio de um corte ou uma ferida, ou na partilha de seringas. A transmissão por via sexual é pouco frequente. Apesar de o vírus já ter sido detectado na saliva, é pouco provável a transmissão pelo beijo, a menos que existam feridas na boca.

O risco de uma mãe infectar o filho durante a gravidez é de cerca de 6%. A maior parte dos médicos considera a amamentação segura, já que, em teoria, o vírus só poderia ser transmitido caso se juntassem duas situações: a existência de feridas nos mamilos da mãe e de cortes na boca da criança.

Cerca 25% a 30% dos infectados apresentam, na fase aguda, sintomas de doença que pode manifestar-se por queixas inespecíficas como letargia, mal-estar geral, febre, problemas de concentração; queixas gastrointestinais, como perda de apetite, náusea, intolerância ao álcool, dores na zona do fígado ou o sintoma mais específico que é a icterícia. Muitas vezes, os sintomas não são claros, podendo-se assemelhar aos de uma gripe. O portador crónico do vírus pode mesmo não ter qualquer sintoma, sentir-se saudável e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro hepático.
Fonte: www.bio.fiocruz.br

Dados do SAE sobre o número de casos de Hepatite C em Lajeado
Total de pacientes cadastrados até 6 de dezembro de 2017: 159
Homens: 103
Mulheres: 56

Banco faz análise das perspectivas da indústria farmacêutica

Última atualização 3 Janeiro, 2018

Os analistas da Bradesco Corretora estão muito otimistas com a bolsa neste ano de 2018. Em relatório enviado aos clientes, a corretora do segundo maior banco privado do país diz que espera que o Índice Bovespa atinja 90 mil pontos em dezembro, o que implica em um potencial de valorização superior a 20% em relação aos 76 mil pontos atuais. “Chegamos neste número atribuindo 80% de chances do cenário de ajuste fiscal ter continuidade após as eleições (o que poderia levar o Ibovespa aos 100.000 pontos) e 20% do ajuste fiscal ser interrompido (neste caso, o Ibovespa poderia ir para os 50.000)”, diz a corretora.

Segundo os analistas, o valor das ações também parece atrativo para o investidor, pois o principal índice da bolsa brasileira está refletindo em seus preços um crescimento de lucros até meados de 2019, enquanto a Bradesco Corretora espera que o atual ciclo de crescimento tenha duração de cinco anos.

Educação e saúde
A corretora do Bradesco espera um crescimento menor da receita em 2018, refletindo os baixos aumentos de preços em 2017 e o crescimento insuficiente dos volumes. As condições de preços estão relacionadas à baixa inflação em 2017 e não à falta de poder de barganha das empresas. Enquanto isso, o crescimento do volume mostra diferentes tendências em todas as indústrias.

Na indústria farmacêutica, não está claro se a recente aceleração do volume pode durar ou se está relacionada a questões extraordinárias em 2017, como os saques das contas inativas do FGTS e o maior poder de compra individual. Os serviços de saúde continuam dependentes das melhorias no mercado de trabalho, o que influencia a compra dos planos de saúde e a demanda por outros serviços, como diagnósticos. Para a educação, o FIES e a demanda ainda em recuperação devem reduzir o crescimento do número de matrículas.

Por tudo isso, a expectativa é de uma certa pressão de margem na maioria das indústrias, exceto diagnósticos, por diferentes motivos. Os produtores farmacêuticos experimentam uma forte concorrência nas categorias de genéricos e “similares”. Os varejistas de medicamentos também enfrentam pressão competitiva, pois muitos players retomam atualmente seus planos de expansão. Finalmente, as empresas de educação devem ser afetadas pelo efeito do FIES, bem como por despesas pré-operacionais, exceto por histórias de recuperação, como Anima e Estácio.

A corretora recomenda Qualicorp (QUAL3), com preço-alvo de R$ 42, e Ser Educacional (SEER3), também com preço-alvo de R$ 42,00.

DVFN News

Surge nova vacina para a prevenção contra a herpes zóster

Com crescimento dos casos, pesquisadores médicos e autoridades de saúde parecem empolgados com uma nova vacina para herpes zoster, doença popularmente conhecida como cobreiro

O herpes zóster, doença infecciosa causada pelo vírus varicela-zoster (o mesmo responsável pela catapora), acaba de ganhar uma nova vacina, a Shingrix. Aprovada no mês passado pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos, a vacina ainda não está disponível no Brasil. Segundo o Dr. William Schaffner, especialista em doenças preveníveis da Faculdade de Medicina da Universidade Vanderbilt, onde foi testada, “a vacina tem um índice de proteção inicial espetacular em todas as faixas etárias. O sistema imunológico de uma pessoa de 70 ou 80 anos reage como se ela tivesse apenas 25 ou 30”.

Geralmente adquirido na infância – momento em que a maioria das pessoas manifesta as lesões clássicas da catapora – o vírus varicela-zoster pode ficar dormente no organismo por anos e "acordar" em qualquer fase da vida. Quando desperta, faz surgir dolorosas bolhas em algumas regiões do corpo. De acordo com a médica infectologista e sócia da clínica Vacina Express, Dra. Carolina Abrão, "o vírus fica alojado em gânglios nas regiões do tórax ou do abdômen e um dia, por causa da queda da imunidade ou porque a pessoa está mais velha, ele reativa como herpes-zoster", explica. Mesmo aqueles que não tiveram catapora na infância podem desenvolver a doença na vida adulta. "Não precisa ter tido a doença, basta contato com o vírus. E a população brasileira é muito exposta a ele – 94% já tiveram contato com o varicela-zóster", afirma Carolina.

A Shingrix tem esquema em duas doses que devem ser administradas com pelo menos dois meses de intervalo, e a aplicação é dolorosa. Por estes motivos, e pela dificuldade em fazer a população idosa se vacinar, defensores da saúde pública preveem alguns problemas potenciais em adquirir esta vacina. Porém, nos estudos a vacina prometeu ser 30% mais eficiente do que a vacina atual. “O objetivo, quando a vacina estiver disponível, é uma forte campanha de conscientização. Afinal, quem conhece pessoas que já tiveram a doença, sabe como ela é sofrida”, diz Carolina.

Os órgãos reguladores ainda não têm 11 anos de dados sobre a Shingrix, mas em algumas amostragens, ela permaneceu eficaz por seis anos ou mais, segundo a GSK, companhia farmacêutica multinacional britânica. Isso também deve reduzir a incidência de neuralgia pós-herpética, desde que os 42 milhões de pessoas na faixa dos 50 anos comecem a se vacinar.

Idosos

É um dos grupos que mais correm risco de desenvolver a doença que, dependendo do local de acometimento, pode causar ameaça à visão e dores intensas (neuralgia) que podem durar meses ou até anos. Porém, a nova vacina protege tão bem os idosos quanto as pessoas de meia-idade. A Shingrix acumula eficácia de 97 por cento em quem tem mais de 50 anos; em estudo separado com pessoas com mais de 70 anos, ela preveniu 90 por cento dos casos de herpes até de quem tinha bem mais de 80.

Sobre a Vacina Express

A Vacina Express é a primeira clínica de vacinas de Aparecida de Goiânia. Possui acreditação pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), e a única da região com equipamentos de última geração como, por exemplo, a câmara de conservação portátil que pode transportar vacinas e possibilita a vacinação extra-muro. Também possui câmaras frias que funcionam por até 72 horas sem energia e possuem um sistema que avisa por telefone caso algum problema de temperatura seja identificado.

Setor farma em destaque em ranking do Valor Econômico

Última atualização 3 Janeiro, 2018

O ano terminou com mais uma demonstração da força do canal farma. O ranking Valor Grandes Grupos, publicação do jornal Valor Econômico que reúne as 200 maiores empresas do Brasil, incluiu dez grupos que atuam no varejo e indústria farmacêutica. A Eurofarma estreou em 2017, ocupando a 153ª posição. Entre as dez empresas que mais cresceram por receita, a Raia Drogasil ficou na sétima colocação, com um crescimento de 27,2% em 2016, fruto de uma estratégia agressiva focada na expansão orgânica.

Na categoria comércio, entre os 20 grupos que mais cresceram por receita, quatro estão ligadas ao varejo farmacêutico. Na primeira posição vem a Raia Drogasil, seguida pela Profarma (2º). O Grupo Dimed (9º) e a Ultra (17º) completam a lista. A Raia Drogasil também ocupa a 13ª posição entre as 20 maiores da área do comércio.

Na categoria indústria, cinco laboratórios farmacêuticos destacaram-se entre as 20 maiores: Grupo NC (EMS) (1º em receita), Aché (7º em receita e 16º em lucro líquido), Eurofarma (9º em receita e 11º em rentabilidade patrimonial), Hypermarcas (6º em lucro líquido e 13º em patrimônio líquido). A Bayer ficou na 20ª colocação entre as 20 maiores. A Novartis figura na 109ª colocação no ranking.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico