O Faturamento Real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE) no conceito de mesmas lojas – que considera as lojas em operação no tempo mínimo de 12 meses – registrou queda de 0,60% de janeiro a abril de 2017 em relação ao mesmo período de 2016.
De acordo com a APAS, esta é a menor queda no acumulado do ano desde janeiro de 2015, quando registrou queda de 0,16%. Em abril a alta foi de 4,83%, em relação ao mesmo período de 2016, e de 3,39%, em comparação com março de 2017.
No conceito de todas as lojas – que considera todas as lojas criadas no período pesquisado – a alta em 2017 foi de 2,66% no acumulado de janeiro a abril, em relação ao mesmo período do ano passado. Em abril houve alta de 7,75%, em relação a abril de 2016, e de 3,35%, em relação a março deste ano.
Conforme explicou o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, as vendas desde 2015 apresentam quedas expressivas, diante de um cenário econômico que contempla desemprego elevado e consequente queda no rendimento das famílias, mas demonstram desaceleração ao longo dos quatro primeiros meses do ano, e isso está relacionado a alguns fatores importantes.
“Os consumidores já trocaram de marcas, já reduziram consumo, já optaram por diversificar os canais de compra e já incorporaram a busca por promoções. Ou seja, as alternativas que os consumidores tinham já foram incorporadas ao seu comportamento de compra. Deste modo, os consumidores têm reduzido o consumo de outros bens, produtos e serviços para manter seu consumo de alimentos e bebidas dentro do lar”.
Mariano disse ainda que, aliado a isto, o consumo de bens duráveis não demonstra sinais de recuperação, diante do cenário de confiança afetado, o que proporciona uma menor renda comprometida com parcelamento destes bens e possibilita um direcionamento destes recursos para outros setores, entre eles, os supermercados.
O economista explicou também que outros dois fatores importantes para a retomada do consumo: uma inflação mais moderada ao longo dos últimos meses, que auxilia na retomada do poder de compra da população e os dissídios salariais dos trabalhadores, que têm contribuído para uma renda real maior, impactando positivamente, de modo adicional, no poder de compra.
Para 2017, a expectativa da APAS é de recuperação lenta e gradual da economia, o que tende a trazer impactos positivos nas vendas dos supermercados. Isso porque, em um ambiente com melhora na atividade econômica com relativa estabilidade de preços, e com reflexos positivos na geração de emprego, a renda das famílias deve aumentar, o que pode ser revertido em mais consumo.
“Um fato positivo que tende a auxiliar a tendência na recuperação das vendas nos supermercados é a inflação mais moderada nos preços de alimentos para 2017 quando comparado com 2016. A projeção de crescimento para as vendas reais nos supermercados paulistas em 2017 está entre 1% e 2”, finaliza.
IPCA
O faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPCA/IBGE) no acumulado de janeiro e abril de 2017 em relação ao mesmo período de 2016 apontou queda de 1,12% no conceito de mesmas lojas. Em abril houve alta de 3,92% em relação a abril de 2016 e de 4,56% em relação a março.
No conceito de todas lojas houve alta de 2,12% de janeiro a abril em relação ao ano de 2016. Em abril houve alta de 6,82% em relação a abril de 2016 e de 4,72% em relação a março.
O faturamento nominal dos supermercados no estado de São Paulo no acumulado de janeiro a abril de 2017 em relação a 2016 teve alta de 3,52% no conceito de mesmas lojas. Em abril a alta foi de 8,16% em relação a abril de 2016 e de 4,71% em relação a março.
No conceito de todas lojas houve alta de 6,90% de janeiro a abril em relação a 2016. Em abril a alta foi de 11,18% em relação a abril de 2016 e de 4,87% em relação a março.
Nota Metodológica: O Índice de Vendas dos Supermercados tem como objetivo acompanhar e analisar o desempenho das vendas do setor supermercadista no estado de São Paulo através da evolução do faturamento dos Hipermercados e dos Supermercados. A pesquisa é composta por hipermercados e supermercados do estado de São Paulo, os quais possuem uma representatividade de 85% do setor supermercadista. Os indicadores são divulgados tanto em caráter de mesmas lojas (que consideram apenas lojas abertas há pelo menos um ano) e de todas lojas (que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado). As análises dos resultados auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação a reabastecimento, investimentos, compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios, potencialidades e inserção no mercado.