Pão de Açúcar inicia reformas de 50 supermercados
Para 2018, a previsão é de renovar mais 50 lojas, diz Marcelo Bazzali, diretor de Pão de Açúcar e de lojas de proximidade
O GPA (Grupo Pão de Açúcar) vai iniciar um processo de renovação de seus supermercados neste ano, num movimento que deve acentuar o nível de competição nesse setor. Depois dos hipermercados, os supermercados estão ganhando maior relevância nos planos das grandes varejistas no País. Algumas ações também estão sendo tomadas para melhorar resultados – as vendas dos supermercados do GPA caíram 1,2% no acumulado de janeiro a setembro.
Cinquenta supermercados da bandeira Pão de Açúcar devem ser reformados neste ano e pelo menos outros cinquenta em 2018. O plano para o ano que vem deve ser apresentado até dezembro ao comando do GPA. A cadeia tem 185 lojas no País.
Desta forma, o GPA reforça investimentos nos dois negócios que geram os retornos mais significativos para o grupo: a rede de atacarejo Assaí, que já tem sido o foco da companhia, e o Pão de Açúcar, que nos últimos anos não era visto como prioridade nos investimentos.
Entre as 50 reformas deste ano, 39 devem ser renovações mais "light", diz Marcelo Bazzali, diretor de Pão de Açúcar e de lojas de proximidade. Onze serão reformas completas, com investimentos de R$ 3 milhões, em média, por unidade. As reformas mais simples custarão R$ 300 mil cada. No total, considerando essas somas, serão cerca de R$ 45 milhões nessas primeiras 50 lojas. "Para 2018, devo pleitear pelo menos 50 novas reformas, mas isso ainda não está decidido", disse Bazzali.
Cinco dessas onze lojas devem inaugurar o novo formato da sétima geração de supermercados Pão de Açúcar. Elas serão as primeiras unidades desse modelo no país. As aberturas devem ocorrer até metade de dezembro. Na geração anterior frutas, legumes e verduras estão distribuídos nos quatro cantos da loja.
Na sétima geração, os itens ficam concentrados em um único lado da loja, de forma mais organizada. Perecíveis são ponto sensível dentro dos supermercado, porque são fator de decisão na escolha do ponto de venda.
No acumulado do ano até junho, as vendas líquidas do supermercados Pão de Açúcar caíam 2,9%. A retração desacelerou no terceiro trimestre e de janeiro a setembro acumula queda de 1,2%. Em teleconferência com analistas na sexta-feira (27/10), o grupo afirmou que a rede reagiu a ações tomadas no segundo trimestre.
"Há uma recuperação do Pão de Açúcar, com melhora em volumes e vendas no supermercado, além da manutenção da melhor performance do Extra Hiper [que foi reestruturado entre 2015 e 2016]", disse Luis Moreno, vice-presidente de negócios do multivarejo (que inclui as duas redes).
Na operação que inclui Extra e Pão de Açúcar, a receita líquida caiu 2% de julho a setembro, mas o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação ajustado (Ebitda ajustado) totalizou R$ 345 milhões, 7,7% de alta. A expansão refletiu, em parte, a entrada de "outras despesas e receitas operacionais" de R$ 130 milhões, principalmente "relacionadas à reestruturação e resultados com ativos imobilizados, que totalizaram R$ 80 milhões". Sem contar esse fator (e a inclusão de débitos num plano de parcelamento), esse lucro encolheria 28%.
Ao considerar os números de Pão de Açúcar, Extra e da rede de atacarejo Assaí, a receita da empresa sobe 8,1% e o Ebitda ajustado cresce 17,3%.
Em relatório, a equipe da Citi Corretora fala em resultados "mistos" no GPA. "As vendas 'mesmas lojas' [em operação há mais de 12 meses] subiram 3,3% [de julho a setembro, abaixo dos 4,1% projetados [pela corretora]. Mas o Ebitda ajustado ficou levemente acima do consenso do mercado", escreveu em relatório.
Analistas do BTG Pactual destacam o reflexo da deflação de alimentos sobre os resultados – o comando da empresa mencionou o assunto na teleconferência – dizendo que esse efeito foi compensado por maiores ganhos de eficiência e maturação de novas lojas do Assaí. "Os resultados também bateram as perspectivas desafiadoras para as vendas e as margens por causa da queda da inflação dos alimentos, um movimento que esperamos continuar no curto prazo", escreveu Fabio Monteiro, do BTG.
"Assim, ao mesmo tempo em que os números operacionais na divisão de alimentos são improváveis de oferecer grandes gatilhos no curto prazo, nossa classificação de compra [do papel] é baseada em uma abordagem de longo prazo, já que as iniciativas em andamento devem garantir margens operacionais estruturalmente mais altas (embora ainda muito menores do que os históricos)", prosseguiu o analista do BTG.
Fonte: Valor Econômico
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