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Brasileiras inovam e criam empresa de “cervejas japonesas”

A cervejaria Japas, que aposta em bebidas com wasabi e flor de jasmim, vendeu 15 mil litros em oito meses

25.04.2017|Por Débora Duarte

Indispensável nos churrascos de domingo e figura presente nos happy hours, a cerveja é uma paixão nacional. O brasileiro adora tomar uma gelada e provar diversos tipos da bebida. O que não existia, ainda, era uma cerveja brasileira com ingredientes japoneses. Hoje, graças a cervejaria Japas, existe.

A Japas foi fundada por quatro amigas cervejeiras: Maíra Kimura, Fernanda Ueno, Carolina Okubo e Yumi Shimada. Como os nomes não mentem, as quatro são descendentes de japoneses .

Todas elas trabalham em cervejarias espalhadas pelo Brasil. Maíra, na carioca 2Cabeças, Fernanda na Colorado e Carolina na Invicta, ambas em Ribeirão Preto e Yumi que realiza o trabalho de sommeliére. Em eventos e cursos pela área, acabaram se conhecendo e resolveram criar um projeto juntas.

No início, pretendiam só “brincar” com criações diferentes. “Resolvemos apostar em ingredientes japoneses tradicionais. Na Cervejaria Nacional [bar em Pinheiros, São Paulo], lançamos a nossa primeira cerveja: a Wasabiru, com wasabi”, conta Maíra.

Em uma parceria com o estabelecimento, fizeram a produção e lançamento da bebida em janeiro de 2015. Foram 500 litros esgotados em quatro dias. A partir daí, perceberam que abrir uma empresa própria podia ser uma boa estratégia para todas. Foi assim que surgiu a Japas.

Depois de um ano de criação de estratégia, a empresa foi oficializada em outubro de 2016. Mesmo apostando no negócio, as quatro amigas seguem com seus empregos em outras cervejarias enquanto fazem a gestão da Japas. Segundo Maíra, o investimento inicial foi mínimo já que apostaram em um modelo diferenciado de produção.

O sistema de cervejaria cigana é não ter fábrica própria e usar um modelo já padronizado de outra marca. “No nosso caso, usamos a fábrica da Invicta, em Ribeirão Preto, para produzir as nossas cervejas. Eles também distribuem para nós. Não ganhamos tanto quanto ganharíamos se tivéssemos uma fábrica, mas não é o nosso foco”, explica a empreendedora.

Até hoje, a Japas possui dois rótulos a venda em todo o Brasil. A Wasabiru, feita com Wasabi, e a Matsurika, produzida com flor de jasmim. A unidade long neck (355 ml) custa de R$ 18 a R$ 22. “Estamos sempre buscando novos ingredientes. A Yumi e a Fernanda estão até viajando para o Japão para procurar novas propostas”, diz Maíra.

Além dos ingredientes, a Japas também aposta em uma comunicação visual com referências japonesas. “Temos muito interesse nessa cultura. A Yumi, que cuida do design, aposta em colagens, origamis e desenhos à mão”, afirma.

Com quase oito meses de existência, a Japas já vendeu cerca de 15 mil litros de cerveja em dois lotes de cada um dos dois rótulos. Para 2017, pretendem aumentar o volume de produção. “Queremos criar novas receitas e vender mais!”, conta Maíra.

Yogoberry quer retomar crescimento no Rio e no Brasil

Rede carioca de frozen yougurt tem nove unidades na cidade e espera chegar a 47 pontos de vendas entre quiosques e lojas; expectativa é crescer 30%

Rio de Janeiro – Quando foi criada, a rede de frozen yogurt Yogoberry logo virou sensação entre o público pela proposta de sorvete saudável com sabor de iogurte. Dez anos depois, a empresa carioca se reinventa e lança o modelo de quiosque para tentar voltar a crescer.

Criada pela empresária sul coreana radicada no Rio, Un Ae Hong, a Yogoberry abriu sua primeira loja em Ipanema e chegou a ter 120 franquias no país, 16 delas na capital fluminense. Hoje, são apenas 37 no Brasil, nove no Rio, e outras cinco lojas no Irã. Com o novo modelo de negócio, a empresária espera abrir dois quiosques e crescer 30% este ano.

"O cenário socioeconômico mudou bastante, mas a Yogoberry se sustenta na força da marca e na reputação junto aos consumidores e aos diversos fornecedores, com condições mais vantajosas para o franqueado e para o público final. Entre as estratégias da rede, está o lançamento do quiosque, que requer espaço e investimento menores. Além disso, sempre procuramos aumentar o mix de produtos, com lançamentos sazonais e liberdade para o franqueado escolher os produtos de acordo com o seu público e demandas", explica Un Ae.

O público da rede é bem abrangente, e atinge mulheres e homens entre 25 e 60 anos, além de crianças, majoritariamente das classes A e B. Pelo estudo de viabilidade da Yogoberry, o Rio tem capacidade para 17 quiosques e 30 lojas, principalmente nas zonas sul, oeste e no centro.

A proposta é que os quiosques estejam em shoppings e galerias pela grande movimentação e por terem o tamanho e estrutura adequados para receber uma Yogoberry. Antes da instalação do ponto, a rede avalia fatores como principais vias de acesso, classe social predominante, localização, dias e horários de funcionamento do comércio local, visibilidade do ponto, entre outros.

Investimento

Un Ae diz que a empresa não pretende centralizar esforços em promover apenas um modelo de negócios, no entanto, destaca que as taxas do quiosque são menores do que aquelas cobradas da lojas.

"Treinamos todos os nossos funcionários para atender os clientes com respeito e simpatia e manusear os produtos com máxima higiene, em um ambiente de loja moderno e impecável. Tudo isso se reflete em cada produto da Yogoberry", valoriza a empresária, destacando que os preços seguem uma tabela nacional.

Ao optar por esse novo modelo de negócio, o franqueado pode economizar cerca de R$ 55 mil. Para uma loja a partir de 30 m² é preciso desembolsar aproximadamente R$ 235 mil, que inclui R$ 120 mil para instalação de maquinário e mobiliário, além de R$ 50 mil de capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 50 mil com retorno em 36 meses.

Já no quiosque, o investimento é de R$ 180 mil, com R$ 70 mil para instalação e R$ 50 mil para capital de giro. A estimativa é que o faturamento médio mensal seja de R$ 70 mil, superior ao da loja justamente pela localização privilegiada. O retorno é de 36 meses.

Thaise Constancio