Ambev quer levar suco Do Bem para todo o país

Marca investe em seu próprio ponto de venda, em Ipanema, na Zona Sul do Rio

por O Globo
28/05/2017 4:30

A marca de sucos Do Bem está mudando seu mote publicitário e investindo em uma nova estratégia de marketing de olho no aumento das vendas. Um ano após a Ambev ter se tornado sócia da marca carioca, a empresa quer ampliar a rede de distribuição em 50% e levar seus produtos, como chás e água de coco, para as regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste.

O pontapé dessa mudança começa com sua nova campanha publicitária que passa a ter o mote “Vem ser do bem”, com veiculação apenas na internet. Marcos Leta, sócio e fundador da Do Bem, antecipa que a marca terá seu próprio ponto de venda como parte dessa mudança de comunicação. Será um espaço em Ipanema que vai contar com restaurante orgânico, bar de sucos e espaço para palestras e cursos.

— Devemos inaugurar entre agosto e setembro deste ano. Será um local para viver a experiência da marca, que nasceu em Ipanema e faz parte da cultura do Rio de Janeiro. Queremos testar esse formato de casa e talvez a gente leve isso para outros lugares. Queremos dobrar de tamanho neste ano. Vamos iniciar uma campanha na internet com novo mote. Mas vamos para a televisão talvez no ano que vem, pois queremos aumentar a distribuição do produto — disse Leta.

Após ver as vendas de seus sucos e chás aumentarem 56% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a marca, destacou Leta, vai lançar novos sabores de suco, como manga, pêssego, goiaba e caju. Ele cita ainda o estudo de ingredientes como chia:

— Vamos usar o novo laboratório da Ambev no Parque Tecnológico da UFRJ para testar novos ingredientes. Também estamos desenvolvendo novas embalagens. Nessa último ano, fixamos a integração com a Ambev. Agora, estamos partindo para o crescimento nacional.

Remédio barato – faturamento de farmácias populares cresce 83,44% no último ano

Sexta, 26 Maio 2017 13:13 Escrito por Paulo Fabricio

A aposta em um modelo de farmácias atrativas, com aparência chamativa, instalações práticas e preços competitivos fez com que as 417 lojas das redes populares ligadas à Farmarcas conquistassem um expressivo crescimento, muito acima do mercado.

Somando todas as lojas das redes Ultra Popular, Super Popular e Maxi Popular, se obtém um índice de crescimento orgânico no faturamento de 83,44%, chegando ao montante de R$683 milhões; em 2015, o valor foi de R$372,5 milhões. Os números são o resultado da soma do crescimento do número de lojas e do aumento do faturamento individual.

Um fato que se destaca é que mesmo farmácias que já adotam há mais de três anos esse modelo popular obtiveram um grande crescimento, atingindo o índice de 20,38% apenas em dezembro. O dado é relevante, pois, geralmente, as empresas apresentam um crescimento maior logo após a mudança de modelo de trabalho, contudo, essas lojas mostraram uma evolução acima do mercado mesmo após a consolidação do modelo.

Em relação ao número de farmácias, as redes populares começaram 2016 com 255 lojas abertas em todo o país e terminaram atingindo a marca de 402 estabelecimentos. Mas o mais relevante é a conquista de mercados estratégicos que pareciam muito complexos pela distância geográfica, como é o caso de aberturas de unidades no Acre e Pará.

“Temos o objetivo de atuar nas mais variadas localidades do país, por isso, montar uma logística para atender associados nessas localidades e acompanhar os ótimos resultados obtidos é fundamental para a Farmarcas. Isso garante que não existem fronteiras dentro do país para esse modelo inovador de farmácia”, explica Edison Tamascia, presidente da Farmarcas, acrescentando que já existem lojas em 18 estados.

Posicionamento estratégico

As redes populares possuem um posicionamento estratégico bem definido: serem reconhecidas em qualquer lugar do Brasil como referência em preço baixo ao consumidor com um alto nível de atendimento, mesclando isso à padronização de layout e excelência na gestão.

“Infelizmente, ainda se tem uma percepção por parte dos empreendedores de que lojas populares não priorizam a qualidade e a boa gestão, mas com o modelo adotado e os resultados apresentados quebramos esse paradigma. A satisfação dos proprietários das lojas é tão positiva que grande parte está projetando ou abrindo novas farmácias”, conta Tamascia.

A Farmarcas busca proporcionar constante capacitação para as farmácias das redes associadas e um modelo de gestão de negócios inovador, oferecendo facilidade no acesso a informações estratégicas para a tomada de decisão.

Outro benefício se dá na negociação coletiva com fornecedores, como ocorre com a obtenção de taxas mais competitivas junto às operadoras de cartão de crédito e débito e com compras em condições comerciais agressivas.

Porém, para que os resultados sejam atingidos é necessário que os associados se atentem a uma séria de ajustes que proporcionam a excelência nas operações, tendo um acompanhamento muito próximo por parte da sede central, localizada em São Paulo. Mas, para as farmácias, as estratégias são passadas de forma simples e ágil, permitindo que o proprietário tenha maior foco e assertividade em ações que visem o crescimento do negócio.

Farmácia sofre sem remédios em MT

Elayne Mendes
A Gazeta

Pacientes que dependem de medicamentos que deveriam ser fornecidos na Farmácia de Alto Custo do Estado, continuam enfrentando dificuldades. Indo contra a promessa dos primeiros 100 dias de gestão, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) não tem conseguido manter o estoque da unidade na média de 80% e usuários afirmam que falta de medicamentos se tornou ainda mais constante a partir de 2015, quando o atual governador, Pedro Taques, assumiu a gestão de Mato Grosso.

Além disso, serviços terceirizados da farmácia, como limpeza e segurança, podem ser suspensos a qualquer momento, uma vez que o Executivo está há três meses sem realizar o pagamento às empresas.

“O governador não sabe o que é trabalhar o mês inteiro, pegar todo o salário para comprar o medicamento que seu filho precisa e ainda assim, faltar dinheiro. A gente se sente incapaz e culpado ao mesmo tempo é desesperador”.

Este é o relato do vigilante e presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista de Cuiabá (AMA), Célio Wilson. Ele conta que fica extremamente preocupado quando se dirige até à Farmácia de Alto Custo para buscar as três caixas de aristab 10mg, que seu filho autista precisa para controlar a hiperatividade e não encontra.

Com um salário de R$ 1.300 por mês, ele diz não consegue comprar o medicamento, uma vez que cada caixa custa em média R$ 450. “Até 2014 a gente conseguia encontrar o medicamento. É claro que as vezes faltava, mas logo que chegava, as atendentes da farmácia me ligavam para ir buscar. Porém, desde 2015, quando mudou o governo, eu tenho tido uma dificuldade enorme em pegar o remédio”.

O motivo da escassez do aristab, segundo Célio, é que uma Comissão Farmacêutica e de Terapia criada pela atual gestão, suspendeu diversas portarias que garantiam o fornecimento de alguns medicamentos, como a portaria 172, a qual permitia a ele ter acesso ao aristab, para seu filho. “A justificativa é que eram remédios caros e que poucas pessoas solicitavam, então não havia necessidade de comprarem”.

Sem dinheiro, a alternativa para garantir o tratamento do filho, foi recorrer à Justiça. Porém, o vigilante afirma que até assim, o filho chega a ficar até 45 dias sem o medicamento. “O Judiciário só libera medicamentos para dois meses, já que há um limite para bloqueio de verba e eu não sou o único a buscar ajuda de um juiz. Até eu renovar o pedido e ser liberado novamente lá se vão quase dois meses”.

Sem o medicamento, o filho de Célio fica impossibilitado de ir à escola e fazer as sessões de fisioterapia, pois ele fica muito agressivo e não consegue conviver com outras crianças ou adultos, além dos pais. “Até conosco ele se irrita e eu me entristeço muito vendo ele nesse estado, não podendo fazer nada”.

Sem recursos federais, 5 Farmácias Populares devem fechar na região

Cinco das seis Farmácias Populares existentes no Alto Tietê devem fechar as portas neste ano. A medida vai de encontro com a decisão do Ministério da Saúde de cortar o financiamento do programa que oferece medicamentos gratuitos e a baixo custo para a população. Em Suzano, terá o atendimento encerrado a unidade de Palmeiras, que segundo a Prefeitura, atende três pacientes por hora. Já a do Centro deve ter a gestão assumida pela administração municipal. Em Itaquaquecetuba, cidade que também conta com duas unidades, a Prefeitura aguarda mais orientações do Ministério.
No Alto Tietê, além de Suzano e Itaquá, também possuem Farmácias Populares Ferraz de Vasconcelos e Poá, a reportagem procurou ambas as cidades para falar sobre o fechamento das unidades, mas até o fechamento desta edição elas não se posicionaram. O Ministério da Saúde disse que vai ampliar em R$ 100 milhões o recurso destinado a compra de medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica em todo o País. “Estes fármacos são destinados às doenças mais prevalentes e prioritárias da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e são adquiridos com contrapartida financeira estadual e municipal”, completa.
O Ministério ressalta ainda que a decisão de realocar os recursos, que antes eram destinados às unidades próprias do Programa Farmácia Popular, partiu da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), formada por membros do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e membros do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). Antes, segundo a pasta federal, o custo administrativo para a manutenção das farmácias da rede própria chegava a 80% do orçamento do programa, que é de quase R$ 100 milhões por ano, e apenas cerca de R$ 18 milhões, de fato, estavam sendo utilizados na compra e distribuição de medicamentos. “E este valor também será enviado para as prefeituras. Além disso, o gestor local pode avaliar a manutenção do serviço das unidades próprias com recursos próprios ou transferidos”, completa.
Desta forma, com o fechamento das unidades de todo o País, caso as prefeituras queiram, poderão fazer a gestão das farmácias. Além disso, as cidades também contam com as unidades que comercializam remédios da Farmácia Popular.
As credenciadas por sua vez oferecem uma gama menor de medicamentos a baixo custo. No entanto, para se ter uma ideia, na região 106 farmácias atuam com a venda destes remédios.

Medicamentos uso controlado

Excesso nunca é algo saudável, ainda mais em relação ao consumo irracional/desnecessário de medicamentos

00:00 · 27.05.2017

A liberdade de escolha em alguns momentos da vida pode ser algo benéfico. Não é o caso quando se trata de medicação. Quando os remédios são vistos como 'companheiros constantes', devido ao fácil acesso na hora de encontrá-los e para pôr fim a uma dor, nasce o uso desnecessário, irracional e abusivo, bem como as frequentes causas de intoxicação medicamentosa.

Segundo levantamento de 2012 do Ministério da Saúde, com apoio da Fiocruz e do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sintox), os medicamentos lideraram os registros de intoxicação humana. Os analgésicos e antitérmicos figuram em quarto lugar dentre as classes terapêuticas relacionadas às complicações.

Anti-inflamatórios

"No Brasil, os anti-inflamatórios não esteroides (AINE) são facilmente encontrados ao alcance de todos em farmácias. Inclusive naproxeno, ibuprofeno e cetoprofeno constam da lista dos Medicamentos Insentos de Prescrição (MIP), embora sejam agentes de diferentes potenciais de toxidade", explica a coordenadora do Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) da Universidade Federal do Ceará (UFC), a farmacêutica Mirian Parente.

Tal fato, afirma, "favorece a automedicação com AINE, desconsiderando restrições de indicações, efeitos adversos e interações medicamentosas potencialmente prejudiciais com outros fármacos usados na atenção primária à saúde". O uso dos anti-inflamatórios não esteroides é contraindicado para dores leves e moderadas, assim como para gestantes, pacientes idosos (aumenta o risco de sangramento gastrointestinal) com histórico de ulceração péptica, com asma e hipersensibilidade a AINE (incluindo ácido acetilsalicílico).

Hipertensão

Detalhe: o uso prolongado dessa classe de anti-inflamatórios pode aumentar em 5 a 6mmHg a pressão média em pacientes com hipertensão arterial sistêmica.

Também tende a interferir na eficácia de alguns anti-hipertensivos. Entre os efeitos colaterais decorrentes do uso indevido de analgésicos, a farmacêutica responsável pelo Centro de Farmacovigilância do Ceará/UFC, Eudiana Vale Francelino, cita, ainda, a possibilidade de hemorragias gastrointestinais e edema ao redor dos olhos. "O consumo de medicamentos do tipo analgésicos perpassa por uma questão cultural reforçada pelo déficit ao acesso à saúde que a população deveria ter de qualidade e gratuita"

Efeito rebote

Vários tipos de fármacos – com usos terapêuticos diversos – podem causar o 'efeito rebote'. Essa condição ocorre após ser descontinuado o consumo de medicamentos com ação contrária aos distúrbios da doença, exacerbando-os a níveis superiores aos anteriores do tratamento. Pode causar eventos adversos graves e fatais, devendo ser considerado um problema de saúde pública.

Miriam Parente cita exemplos de medicamentos nos quais o efeito rebote pode ser agravado em consequência da sua suspensão: psiquiátricos ansiolíticos (barbitúricos, benzodiazepinas, carbamatos); sedativo-hipnóticos (barbitúricos, bendodiazepinas, morfina, prometazina, zopiclone). Também integram essa relação os estimulantes do sistema nervoso central (anfetaminas, cafeína, cocaína, mazindol, metilfenidato); antidepressivos (tricíclicos, inibidores da MAO e de recaptação de serotonina) ou antipsicóticos (clozapina, fenotiazínicos, haloperidol, pimozida).

"O uso diário de analgésicos para uma dor de cabeça leve, por exemplo, pode aumentar essa dor em crises posteriores. Aí o medicamento precisa ser substituído por um mais potente e assim vai", descreve Ediana Vale Francelino.

Camaçari: Sócio e gerentes da Farmácia Pague Menos são indiciados por homicídio

Escrito por: Camaçari Notícias / Ascom – Camaçari -26 de Maio de 2017

A delegada Thaís Siqueira, titular da 18ª Delegacia Territorial (DT), de Camaçari, anunciou, nesta sexta-feira (26), a conclusão do inquérito sobre a investigação do incêndio que vitimou fatalmente dez pessoas e feriu outras nove, ocorrido na farmácia Pague Menos, em Camaçari, em 23 de novembro de 2016. Oito pessoas foram indiciadas por homicídio e tentativa de homicídio, entre elas um dos sócios da rede de Farmácias Pague Menos.

Acompanhada do perito criminal Eduardo Rodamilans, coordenador de Engenharia Legal do Departamento de Polícia Técnica (DPT), a delegada disse aos jornalistas, reunidos no auditório do edifício-sede da Polícia Civil, na Piedade, que chegou a essa conclusão baseada no depoimento de mais de 60 pessoas e nos laudos produzidos pelo DPT. Segundo ela, os envolvidos agiram diretamente para o desfecho dos fatos ao infringir as normas regulamentares relacionadas ao trabalho de manutenção que vinha sendo realizado na loja.

Josué Ubiranilson Alves, diretor da empresa Pague Menos, Augusto Alves Pereira, gerente regional, Maria Rita Santos Sampaio, gerente da farmácia incendiada em Camaçari, Erick Bezerra Chianca, sócio da empresa de manutenção Chianca, Rafael Fabrício Nascimento de Almeida, sócio da empresa de manutenção AR Empreendimentos, e Luciano Santos Silva, técnico em refrigeração pela AR, vão responder por homicídios por dolo eventual e tentativas de homicídio das nove vítimas que ficaram feridas.

Já Fernando Vieira de Farias e Edilson Soares de Souza, funcionários da empresa de manutenção Chianca, foram indiciados por homicídio culposo, visto que agiram com negligência. No local do incêndio, a perícia encontrou botijões de gás GLP e soldas elétricas que estavam sendo utilizadas pelos operários que trabalhavam nas obras de reparo do telhado e do sistema de ar condicionado da loja.

O perito Eduardo Rodamilans explicou que várias irregularidades foram observadas na execução da obra, expondo a riscos os funcionários e clientes do local. "O gás GLP estava sendo utilizado para soldar objetos num ambiente fechado e sem ventilação adequada, o que aumenta o risco de explosões. Além disso, os materiais inflamáveis não foram retirados da loja durante a obra", exemplificou o perito, acrescentando que a explosão causou o desabamento da estrutura da loja.

O inquérito concluído pela delegada Thaís Siqueira foi remetido ao Ministério Público (MP), de Camaçari, no final de março, e contava com mais de 350 páginas. "Não restou dúvidas de que todos os indiciados sabiam dos riscos e, mesmo assim, consentiram a abertura da loja naquele dia", salientou, acrescentando que os laudos do DPT foram fundamentais para a conclusão dos trabalhos.

Saúde promete entregar 20 dos 46 remédios em falta nos postos

Secretário Sandro Scarpelini estima que desabastecimento seja totalmente resolvido nos próximos 2 meses

27/5/2017 16:25 ACidadeON/Ribeirao Wesley Alcantara

A Secretaria da Saúde prevê normalizar, dentro de 15 dias, o abastecimento de 20 dos 46 medicamentos em falta hoje nos postinhos de saúde de Ribeirão Preto.

No início deste ano, eram 69 remédios em falta nas 43 farmácias das unidades de saúde. Eram medicamentos de uso contínuo para controle da diabetes, fibromialgia, depressão e vasculares.

Segundo o secretário Sandro Scarpelini, a compra dos medicamentos teve início após a renegociação de uma dívida de R$ 4,7 milhões com os fornecedores.

“Fizemos o parcelamento de toda a dívida em até 10 vezes. Vamos quitar todos os débitos em dezembro. Ao firmarem acordo com a administração municipal, os laboratórios retomaram o fornecimento dos remédios”, explicou Scarpelini.

Licitações abertas

O secretário de Saúde informou ainda que a secretaria já abriu licitação para a compra do outros 26 medicamentos e, com isso, acabar definitivamente com o desabastecimento. A expectativa é que o processo seja finalizado em, no máximo, dois meses.

“Já publicamos vários editais e os laboratórios estão apresentando suas propostas. Assim que sair os vencedores, vamos firmar os novos contrato”, disse.

No período da falta de remédios, a Secretaria de Saúde chegou a recomendar aos pacientes a buscarem até mesmo alternativas terapêuticas para o tratamento de doenças.

R$ 28 milhões em caixa

Na apresentação de contas referente ao primeiro quadrimestre deste ano da Secretaria da Saúde, Scarpelini disse que a pasta fechou com saldo positivo de de R$ 28,4 milhões. Pelo boletim financeiro apresentado na Câmara, a secretaria teve um orçamento de R$ 183,3 milhões contra uma despesa de R$ 154,9 milhões. Só com folha de pagamento dos mais de três mil servidores, a Saúde desembolsou no período R$ 72,9 milhões, incluindo encargos, vale transporte e vale alimentação.

Transportadoras de cargas de medicamentos estão na mira de bandidos

Empresas têm sido alvo constante de quadrilhas em BH. Ontem, quatro homens roubaram mais um carregamento na Região Noroeste

postado em 28/05/2017 06:00 / atualizado em 28/05/2017 14:18

Landercy Hemerson

Transportadores de cargas de remédios em Belo Horizonte têm sido alvo de ataques de pelo menos duas quadrilhas que vêm agindo desde dezembro do ano passado. Os bandidos já causaram prejuízos próximos de R$ 800 mil, em 22 roubos a veículos de seis empresas que atuam junto a distribuidora e laboratórios de medicamentos. Somente neste mês já são nove assaltos.

P. B., de 48 anos, dono de uma das transportadoras, teve carregamento de mais de R$ 25 mil roubado na manhã de ontem. Por volta das 7h30, quatro homens renderam o motorista e dois ajudantes na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes com Rua Tito Lívio, no Bairro Glória, Região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, armados, os bandidos obrigaram os três funcionários a descer do caminhão, um Hyundai HR baú, e entraram num veículo Fox, de cor prata.

Por cerca de uma hora, o motorista e ajudantes ficaram reféns dos bandidos, que circularam pelo Anel Rodoviário, entre outras vias, para dar tempo aos outros ladrões de descarregarem os produtos. Eles foram soltos depois que os bandidos informaram aos comparsas que a carga já estava em local seguro. Os funcionários, deixados então no Anel Rodoviário, no Dom Bosco, ligaram para a polícia para informar o roubo. O caminhão foi encontrado por volta das 10h abandonado em Esmeraldas, na Grande BH.

De acordo com o empresário, a série de assaltos aos veículos de sua empresa e das outras cinco transportadora de BH teve início em 22 de dezembro. Foram 22 ocorrências num período de cinco meses, média de 4,4 roubos/mês. Transportadoras fizeram um levantamento de todos os roubos e somente uma das empresas teve prejuízo em torno de R$ 500 mil.

“Identificamos a ação de dois grupos. Um é formado por dois jovens que moram na Região Noroeste, que poderíamos dizer que são ‘amadores’. O outro é uma quadrilha organizada, que ataca com quatro homens. Não temos maiores dados, mas sabemos que usam rádios de comunicação e equipamentos eletrônicos que conseguem bloquear o monitoramento de cargas”, explicou.

Na ação de ontem, P.B. disse que foi o segundo grupo que agiu. “Eles rendem motoristas e ajudantes e os mantém reféns, para dar tempo aos que levaram o caminhão de transferir o carregamento, seja para um galpão ou outro veículo de carga”, assinalou.

O grupo dos dois jovens já foi identificado pelos empresários do setor. Um dossiê foi montado pelos donos das transportadoras, apontando como agem e em que locais. No documento tem fotos, nomes, identificação e até o currículo de um deles. “São dois jovens que têm se aventurado em busca de dinheiro para comprar carros e ostentar. Um deles até o ano passado tinha emprego fixo de mecânico numa empresa de ônibus e o outro trabalha em montagem de móveis. Em 30 de março foram presos, mas como estavam com uma réplica de arma de fogo, foram soltos e no dia seguinte roubaram um carregamento de medicamentos avaliado em R$ 20 mil”, contou P.B..

A dupla de assaltantes, W.P.S.S., de 21 anos, e R.B.S., de 23, é apontada como responsável por 13 dos 22 assaltos, segundo mapeamento feito pelos empresários, a partir das informações de seus motoristas e ajudantes, sobre as características dos ladrões e o modo de agir. Em geral, os dois bandidos usam um VW Golf ou um Fiat Palio na abordagem, um deles assume a direção do veículo de carga e diz aos funcionários da empresa para aguardar em um determinado local, até a devolução do carro sem os produtos.

NO PREJUÍZO J. é dona de uma transportadora que também tem sido alvo dos ataques. “O seguro tem franquia alta, em torno de R$ 20 mil, e estamos pagando pelas cargas roubadas. Nosso prejuízo é de cerca de R$ 100 mil. Estamos trabalhando de forma insegura, perto de fechar as portas”, desabafou. De acordo com a empresária, sem resposta policial aos constantes assaltos, os donos se uniram para buscar apoio das autoridades.

“Como os boletins de ocorrência vinham sendo registrados nas delegacias das áreas em que ocorriam os crimes, juntamos todos os documentos e encaminhamos à unidade especializada de roubo de cargas da Polícia Civil. Na semana passada, estivemos na Assembleia Legislativa pedindo apoio, e uma audiência pública deve ser convocada. Precisamos de respostas urgentes”, finalizou.

A maioria dos ataques ocorre ainda em bairros na região onde estão as transportadoras. Para P.B., a sequência de assalto aos veículos de medicamentos que fazem a distribuição em áreas urbanas da Grande BH e cidades do interior, surgiu depois do reforço na segurança dos carregamentos que circulam por estradas, com escolta armada.

“Os medicamentos são fáceis de rastrear, pois neles constam dados específicos. Ainda não temos noção de quem compraria esses produtos roubados. Mas suspeitamos que podem ser estabelecimentos em bairros de periferia ou cidades vizinhas, em que não há fiscalização sanitária atuante, que permitiria constatar aqueles que comercializam esses medicamentos.” Para Paulo, com a centralização das apurações numa unidade policial especializada, será possível colocar fim a essa onda de roubos.

Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais, informou que está trabalhando com todos os recursos avançados de inteligência investigativa para identificar e prender àqueles que estiverem participando dos crimes de roubos de cargas.

Pacientes relatam dificuldade para conseguir remédios nas farmácias municipais de Colatina, ES

Prefeitura prometeu regularizar a situação, mas ainda não resolveu o problema.

Por Alessandro Bachetti, TV Gazeta

28/05/2017 12h38

Faltam remédios em farmácias cidadãs em Colatina

Moradores de Colatina, na região Noroeste do Espírito Santo, estão com dificuldades em conseguir remédios gratuitos das farmácias da prefeitura. O problema se repete há alguns meses, mas a prefeitura tinha prometido regularizar a situação. No entanto, muitos pacientes saem das farmácias sem os medicamentos que precisam.

O problema é enfrentado pelo aposentado Antônio Carlos Fadini. Ele foi ao posto de saúde do bairro São Silvano em busca de um remédio. “Dos nove remédios, eu consegui o ácido fólico e o omeprazol, e agora sete continua sem”, disse.

Na farmácia do Centro da cidade, o aposentado também não conseguiu. “Consegui mais um remédio aqui. De nove, restaram seis que eu não consegui, Estou tentando desde janeiro com uma dificuldade muito grande”, completou.

E a mesma situação se repete com outros pacientes, como é o caso da aposentada Luciene Zanetti, que também não conseguiu o que precisava. “Eu vim buscar vários remédios para hipertensa, para problemas emocionais. Não consegue aqui. Tenho que comprar”, contou.

O auxiliar de serviços gerais, Ozéias Alcantara Alves foi com a mãe buscar remédio em uma farmácia particular credenciada ao Programa Farmácia Popular. Eles conseguiram alguns medicamentos de graça, mas outros precisaram pagar.

“Não consegui quase todos não, faltaram muitos remédios, eu dei sorte porque eu peguei na farmácia popular. Falaram que não tem e não tem previsão", disse Ozéias.

“Sempre venho aqui e nunca tem nada. Quando não tem aqui e não tem no postinho, a gente fica procurando o remédio. Agora vai ter que comprar, esperar a aposentadoria sair”, disse a mãe dele, a dona de casa Josenita Machado Alcantara.

A farmacêutica Lorena Gonçalves Birchler disse que o morador que não consegue o medicamento no posto de saúde pode procurar ainda as farmácias populares. Segundo ela, nesses locais há medicamento de graça enviado pelo governo federal.

“Os medicamentos já estão sendo normalizados, já chegaram bastante, tem alguns medicamentos pontuais que faltam chegar. O paciente pode procurar ainda a lista de remédios que pode procurar na farmácia popular”, explicou Lorena.

Veja a lista de remédios fornecidos pelas farmácias populares credenciadas pelo governo federal em Colatina:

Anticoncepção – Acetato de Medroxiprogesterona 150mgAnticoncepção – Valerato de Estradiol 5mg + Enantato de Noretisterona 50mgAnticoncepção – Etinilestradiol 0,03mg + Levonorgestrel 0,15mgAnticoncepção – Noretisterona 0,35mgAsma Brometo de Ipratrópio 0,02mgAsma – Brometo de Ipratrópio 0,25mgAsma- Dipropionato de Beclometsona 200mcgAsma – Dipropionato de Beclometsona 250mcgAsma- Dipropionato de Beclometsona 50mcgAsma – Sulfato de Salbutamol 100mcgAsma- Sulfato de Salbutamol 5mgDiabetes – Cloridrato de Metformina 500mgDiabetes – Cloridrato de Metformina 500mg – Ação ProlongadaDiabetes – Cloridrato de Metformina 850mgDiabetes – Glibenclamida 5mgDiabetes – Insulina Humana 100ui/mlDiabetes – Insulina Humana Regular 100ui/mlDislipidemia – Sinvastatina 10mgDislipidemia – Sinvastatina 20mgDislipidemia – Sinvastatina 40mgParkinson – Carbidopa 25mg + Levodopa 250mgParkinson – Cloridrato de Benserazida 25mg + Levodopa 100mgGlaucoma – Maleato de Timolol 5mgGlaucoma – Maleato de Timolol 2,5mgHipertensão – Atenolol 25mgHipertensão – Captopril 25mgHipertensão – Cloridrato de Propranolol 40mgHipertensão – Hidroclorotiazida 25mgHipertensão – Losartana Potássica 50mgHipertensão – Maleato de Enalapril 10mgOsteoporose – Alendronato de Sódio 70mgRinite – Budesonida 32mcg

Rastreio de remédios terá testes em agosto

Novo sistema que visa a reduzir o contrabando e roubo de medicamentos teve regras publicadas pela Anvisa; implementação está sofrendo atrasos

Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo

29 Maio 2017 | 03h00

BRASÍLIA – O sistema de rastreamento de remédios, que permite traçar a trajetória do produto desde a fábrica até os postos de venda, começa a ser testado em agosto no Brasil com no máximo cinco classes de medicamentos. Entre os candidatos para o teste estão um antibiótico, uma droga para controlar a hipertensão e outra para diabete. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já publicou as regras para nortear o sistema na fase de experimentação, que começa em agosto e tem duração de um ano.

A ideia é que o produto possa ser rastreado durante todo o percurso e seja possível fazer o acompanhamento mesmo em locais onde o acesso à internet não é constante. Uma das intenções é de que farmácias pequenas façam a transmissão de informações via celular. “Quando o sistema estiver em vigor, acreditamos que aplicativos serão criados. O que pode permitir que o próprio consumidor verifique se o remédio não é falsificado.”

Nos próximos dois meses, é aguardada a edição de normas que vão acertar os detalhes de quais empresas e quais produtos serão envolvidos no trabalho. O presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirma que devem participar dessa fase um laboratório internacional, um laboratório brasileiro de grande porte, outro de pequeno porte e um laboratório público. “A participação é obrigatória. Mas muitas empresas já mostraram interesse em participar”, disse, em entrevista ao Estado.

Implementação. Preparativos para por em prática o sistema não vêm de hoje. Pela ideia inicial, a rastreabilidade deveria estar totalmente implementada no País há pelo menos cinco anos. Foram sucessivos adiamentos e alterações no projeto, considerado essencial para tentar prevenir contrabando, roubo e falsificação de medicamentos.

O formato agora acertado é bem mais restrito do que havia sido projetado em 2009, quando a lei foi criada. A lei anterior determinava que o sistema fosse aplicado em todo o mercado, para todos os medicamentos. O modelo anunciado este mês pela Anvisa exclui do projeto piloto radiofármacos, medicamentos vendidos sem receita médica, amostras grátis, contrastes injetáveis e gases medicinais.

Também são excluídos desta fase remédios distribuídos pelo Sistema Único de Saúde de controle individualizado (em que autoridades sabem nome e endereço do paciente), como os fornecidos no programa de tuberculose e de aids. A tendência é de que a exclusão seja mantida, mesmo depois de concluída a etapa de projetos.

Nova lei ajustou cronograma de implementação

O presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, reconheceu a demora na adoção da lei de rastreabilidade. Para ele, no entanto, a primeira versão era pouco factível. “O prazo proposto para isso, de três anos, era muito pequeno. Não foi feito um estudo para verificar quanto o processo custaria, qual tecnologia seria usada”, disse. Ele argumenta que, mesmo em países ricos, o prazo para a implementação do sistema é maior. Diante das dificuldades, uma nova lei foi aprovada no ano passado. Pelo cronograma traçado, a implantação para todo o mercado começa somente em abril de 2022.

A preocupação da agência, agora, é escolher produtos que sejam muito representativos. Daí a opção por um antibiótico de largo uso (preferencialmente que tenha tanto a versão oral quanto injetável) e medicamentos para controle de hipertensão e diabete, duas doenças muito comuns entre brasileiros. “O objetivo central da rastreabilidade é evitar fraude e a ação de quadrilhas especializadas em roubo de cargas de medicamentos”, justificou Barbosa.

Para analistas ouvidos pelo Estado, a rastreabilidade é importante para a vigilância de produtos. E problemas na qualidade, avaliam, podem ocorrer em todos os remédios, não apenas nos mais caros.

Desde que assumiu a presidência da Anvisa, o sanitarista defendia que a rastreabilidade tivesse dimensão reduzida para produtos considerados de maior risco de fraude e contrabando. Outra mudança defendida por Barbosa, que agora se tornou regra, é a mudança no banco de dados. O controle será feito por um banco público, controlado pela Anvisa. “Na regra anterior, a previsão era de que o controle seria feito pelo produtor ou importador do remédio.”

O presidente da Sindusfarma – entidade que representa indústrias farmacêuticas –, Cleiton de Castro Marques, fez elogios. “No formato inicial, os custos seriam muito altos. Com a proposta atual, é possível a indústria absorver o impacto. Ele trará mais segurança.”