Uso incorreto de medicamentos afeta saúde

Da Reportagem

Atualmente, as morbidades relacionadas a medicamentos é um sério problema de saúde pública e um determinante de internações hospitalares. Além de graves, os danos causados por remédios custam em torno de R$ 60 milhões ao ano ao Sistema de Único de Saúde (SUS). Como forma de alerta, o Conselho Regional de Farmácia (CRF/MT) iniciou uma campanha de promoção à adesão às terapias medicamentosos e ao seu uso racional e seguro.

A iniciativa faz parte das atividades do “Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos”, celebrado hoje (05). Ontem, foram ofertados diversos serviços às pessoas, que passaram pela Praça Alencastro, em Cuiabá. As atividades também ocorreram em Sinop, Rondonópolis e Barra do Garças. “O objetivo é alertar a população sobre os ricos da automedicação por que o medicamento se usado de forma inadequada pode trazer certos prejuízos, desde dependência, intoxicações ou até mesmo a morte”, informou Ednaldo Anthony Jesus da Silva, tesoureiro do CRF/MT.

As morbidades mais onerosas são as causadas por reações adversas (39,3% dos gastos), pela não adesão ao tratamento (36,9%) e pelo uso de doses incorretas (16,9%). Porém, metade dos casos poderia ser evitada com uma supervisão mais cuidadosa e efetiva dos tratamentos.

Uma das intenções da campanha é contribuir de forma mais efetiva para a reversão dessas estatísticas. Para isso, durante esse mês, voluntários engajados na iniciativa buscarão serviços públicos de saúde, como as unidades básicas de saúde (UBs) e as farmácias públicas, para verificar se pacientes polimedicados têm acesso e aderem ao tratamento medicamentoso ou não.

Entre o público-alvo encontra-se pacientes com hipertensão e diabéticos, por exemplo. Segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 70% das pessoas com hipertensão, diabetes ou dislipidemias não conseguem controlar suas doenças mesmo tendo diagnóstico e prescrição de médicos.

Já em outro estudo, o órgão apurou que 82% dos pacientes que utilizavam cinco ou mais medicamentos de uso contínuo o faziam de forma incorreta ou demonstravam baixa adesão ao tratamento. Um em cada três pacientes abandonou algum tratamento, 54% omitiram doses, 33% usaram medicamentos em horários errados, 21% adicionaram doses não prescritas e 13% não iniciaram algum tratamento prescrito.

O estudo será feito em 24 das 27 unidades federativas. A proposta é envolver, também, os farmacêuticos dos serviços onde será feita a coleta dos dados, para que eles, ao entrevistar seus pacientes, tenham uma melhor compreensão do problema, e consigam traçar estratégias para resolvê-lo.

A expectativa é divulgar o resultado durante o Congresso do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, que acontece julho próximo.

CUIDADO FARMACÊUTICO – Cuiabá é uma das capitais brasileiras em que o efetivo de farmacêuticos que atuam nas unidades de saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) é baixo. Para mudar o cenário está em andamento o “Projeto Cuidado Farmacêutico no SUS”, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que visa à inserção do cuidado farmacêutico na rotina dos postos de saúde.

A medida já foi implantada em 119 municípios brasileiros. Atualmente, capacita cerca de mil profissionais da área para o atendimento direto ao paciente. “Em Cuiabá, estamos tentando firmar parceria com o Conselho Federal e o Conselho Regional de Farmácia para a inserção dessas capacitações e nós conclamamos a todo o gestor público que dê essa oportunidade a esse profissional, que só em graduação estuda cinco anos, mais pós, mestrado e doutorado. Portanto, é a pessoa gabaritada para prestar o acompanhamento fármaco-terapêutico e o cuidado clínico ao paciente”, disse Ednaldo Anthony Jesus da Silva.

Por conta da carência, por vezes, a dispensação é feita por profissionais de outras áreas. “Não desmerecendo outras profissões, mais a área de medicamento é importante que tenha o farmacêutico por que ele conhece desde controle de qualidade ao o ciclo logístico de programação, aquisição, seleção, distribuição, uso e dispensação e uso correto da medicação”, explicou lembrando que o ato da dispensação é privativo do farmacêutico.

Farmácia Pague Menos inaugurou 15 lojas em abril

A rede de farmácias Pague Menos revela que abriu 15 novas lojas em abril, chegando a 1.130 pontos de venda. Com uma inauguração a cada dois dias, o destaque segundo a empresa ficou para a região Sudeste, que ganhou sete lojas no período, sendo cinco em Minas Gerais e duas em São Paulo. Das outras oito lojas abertas, duas estão na Bahia, enquanto os estados do Ceará, Pernambuco, Amazonas, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul ganharam uma nova loja cada. Além das inaugurações, a Pague Menos também têm realizado reformas nas lojas maduras, com o propósito de melhorar o momento da compra. Além disso, os novos pontos de venda já possuem prestação de serviços farmacêuticos Clinic Farma, salas dentro das lojas para serviços básicos de atenção à saúde.

Câmara de Comércio Exterior zera alíquotas de importação para medicamentos

Foram publicadas, nesta quinta-feira (03), três resoluções Camex no DOU

Brasília (04 de março) – Por razões de desabastecimento, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou nesta quinta-feira (03), a alíquota do Imposto de Importação incidente sobre dois medicamentos: cloridrato de duloxetina e clavulanato de potássio, ambas na quota de 24 toneladas. A redução da tarifa de importação vigorará por um período de 12 meses. A medida está na Resolução Camex nº 32, publicada nesta quinta-feira (03) no Diário Oficial da União.

O cloridrato de duloxetina é um medicamento indicado no tratamentos de depressão, fibromialgia, transtorno de ansiedade, entre outros; já o clavulanato de potássio, quando combinado com antibióticos, combate a infecções bacterianas.

No DOU de hoje (04) a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) detalhou, através da portaria nº 23, os critérios para alocação de cotas para importação.

Reduções para Bens de Capital e de Informática e Telecomunicação

Outras duas resoluções Camex, publicadas no DOU de ontem alteram para zero as alíquotas de importação sobre Bens de Capitais (BK) e de Bens de Informática e Telecomunicações (BIT), no regime de Ex-tarifários. As alterações serão válidas até 31 de dezembro de 2019.

Ao todo são 214 Ex-Tarifários para BK, sendo 187 pedidos novos e 27 pedidos de renovação, enquanto a segunda contempla a relação de 24 Ex-Tarifários para BIT, sendo 23 pedidos novos e 1 pedido de renovação.

A Resolução que trata de Bens de Capital propõe alterações em Ex-Tarifários vigentes, por necessidade de revisão nas descrições técnicas, além de proposta de revogação de Ex-Tarifário, pois foi identificada produção nacional equivalente.

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Saúde receberá medicamentos em 10 dias

Dentro do prazo máximo de 10 dias, a Prefeitura de Macaé abastecerá toda rede municipal de Saúde com 373 itens de medicamentos durante 12 meses. A licitação, no valor de R$ 19,2 milhões, unificou as compras da Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, a partir da compra em lote, gerando uma economia de 27%. Somente moradores de Macaé poderão retirar os medicamentos, por meio da apresentação de receita médica e comprovante de residência atualizado como luz, água, telefone fixo, além de documentações da Estratégia Saúde da Família (ESF), INSS e bancos.

Entre os principais itens da lista estão remédios para diabetes, hipertensão e anticonvulsivantes conforme relação abaixo."Todos os usuários da rede serão contemplados. Cerca de 74% da lista prévia da grade de medicamentos foi atendida, além de obtermos uma economia para o município com a compra em escala", frisou o prefeito de Macaé, Dr. Aluizio.

As empresas vencedoras no processo de licitação, que aconteceu em abril, são: Costa Camargo, Drogafonte, Especifarma, Linea, Medicom Rio Farma, Sogamax, Viva Farma, Dimaster, Diskmed, Multifarma, Golden Farm, Hospinova, A.L. Comércio e Serviços, C.G. Lima Distribuidora, Invictos Distribuidora, Ultrafarma, Prohosp e Telemedic.

Conheça a Relação Municipal de Medicamentos no site da Prefeitura: www.macae.rj.gov.br

› FONTE: SECOM

MPF/MG pede que medicamentos para síndrome de Guillain-Barré sejam disponibilizados em hospitais e UPAs

A medida visa agilizar o tratamento e impedir que doentes tenham sequelas por demora no recebimento do fármaco

Imagem ilustrativa: Pixabay

O Ministério Público Federal em Uberlândia (MPF/MG) ajuizou ação civil pública para obrigar a União e o Estado de Minas Gerais, por meio, respectivamente, do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde de MG, a tomarem as medidas necessárias para que a imunoglobulina humana, medicamento usado no tratamento da síndrome de Guillain-Barré, seja disponibilizada em todos os hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs) do estado.

A ação pede a revisão do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, documento que orienta o diagnóstico e tratamento de doenças, para que o tratamento da síndrome de Guillain-Barré seja considerado de urgência e emergência, devendo toda unidade de saúde de nível de atenção secundário e terciário (áreas hospitalares e pronto atendimento) dispor do medicamento para pacientes que se enquadrem no protocolo.

A síndrome de Guillain-Barré é uma doença neurológica caracterizada por fraqueza progressiva nas pernas, acompanhada de paralisia muscular. A enfermidade evolui rapidamente e atinge seu ponto máximo em duas ou três semanas. Não se conhece a causa específica, mas está associada a vários vírus, inclusive o da Zika.

Podem ocorrer perdas motoras e paralisia e, com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir braços, tronco, pescoço, músculos da face, sistemas digestivo e respiratório. O diagnóstico é feito através de avaliação clínica neurológica e exames laboratoriais. A recuperação é lenta e o tratamento é feito com o uso da imunoglobulina humana.

De acordo com o procurador da República Cléber Eustáquio Neves, autor da ação, atualmente a síndrome é descrita no protocolo clínico como enfermidade com tratamento eletivo e laboratorial. “Com isso, o tratamento é realizado apenas por hospitais de grande porte, o que, evidentemente, limita o atendimento aos pacientes, já que se trata de uma doença com evolução rápida e diagnóstico complexo”.

Há relatos médicos indicando que o paciente deve receber a imunoglobulina humana logo que haja a suspeita da doença, dado que o quadro clínico pode piorar rapidamente, prejudicando a alimentação e as funções respiratórias. Além disso, a demora no início do tratamento pode deixar graves sequelas motoras e lesões no sistema nervoso.

O MPF pede que a justiça determine prazo de 60 dias para que as alterações necessárias sejam feitas no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, e para que a imunoglobulina humana seja adquirida e distribuída a todas as unidades de saúde em quantidade suficiente para que o protocolo seja colocado em prática.

A ação foi protocolada sob o nº 1002699-86.2018.4.01.3803 e distribuída para a 1ª Vara Federal de Uberlândia.

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SBP alerta para risco de desabastecimento de Palivizumabe e pede à Anvisa celeridade na liberação do medicamento

04/05/2018 às 17h53

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) encaminhou nesta semana um ofício à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) expressando sua preocupação com o desabastecimento da substância Palivizumabe em diversas unidades hospitalares privadas do País. Utilizado para profilaxia em bebês prematuros, cardiopatas e com doença pulmonar crônica, o medicamento atua na imunização contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal agente de agravos respiratórios em vias aéreas inferiores, como bronquiolites e pneumonias.

No documento, a SBP solicita celeridade na liberação dos lotes disponíveis do produto – que aguardam apenas decisão da Agência para serem distribuídos aos centros médicos –, e enfatiza a necessidade de realizar a prevenção de maneira oportuna, precedendo a circulação do vírus, para garantir a efetividade da medida.

De acordo com o presidente do Departamento Científico de imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri, o Palivizumabe é especialmente indicado para evitar as formas graves de infecção causadas pelo VSR. “Estamos justamente no período de sazonalidade do vírus. A falta do medicamento nesse momento pode desencadear um aumento no número de hospitalizações de lactentes jovens em todo o Brasil, inclusive ocasionando óbitos evitáveis”, explica o especialista.

Desde janeiro de 2018, a profilaxia com Palivizumabe consta na Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS), tabela que reúne os procedimentos e eventos custeados pelas operadoras de planos de saúde. A incorporação do medicamento foi protagonizada pela SBP, que conduziu as negociações do pleito junto a Agência Nacional de Saúde (ANS). Pelo SUS, o medicamento está disponível desde 2013, regulado pela Portaria nº 522, do Ministério da Saúde.

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19/12/2017 às 10h17 Após pleito da SBP, ANS incorporará profilaxia com palivizumabe para prevenção do VSR

Biolab apresenta Posicor® para redução dos níveis de colesterol

Fonte: Biolab

Líder em prescrição de produtos em cardiologia, a Biolab Farmacêutica lança Posicor®, medicamento composto por Ezetimiba, que auxilia o processo de redução dos níveis de colesterol. Posicor® inibe de forma seletiva a absorção de colesterol no intestino e reduz os níveis de colesterol total, LDL-C e triglicérides no sangue.

A Ezetimiba, quando associada à uma estatina, possibilita diminuição adicional nos níveis de colesterol, e apresenta menos efeitos colaterais do que quando comparada à estatina em monoterapia.

Posicor® está disponível em apresentação de 10 mg em caixas com 30 comprimidos. O produto já está em comercialização em todo o país.

Esclarecimento

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FCE Pharma apresenta soluções para a pesquisa clínica no Brasil

Exposição internacional de tecnologia para a indústria farmacêutica terá, entre seus expositores, empresas que oferecem serviços e equipamentos para o desenvolvimento da pesquisa clínica

O desenvolvimento da pesquisa clínica no Brasil beneficia a todos, de profissionais de saúde a pacientes. O país, inclusive, é reconhecido pela qualidade de seus profissionais

A pesquisa clínica é a etapa anterior ao registro de um medicamento. Em resumo, é o momento em que se verifica a eficácia e os efeitos colaterais em seres humanos. Essa etapa ocorre somente após a chamada fase pré-clínica, que envolve, além da proposta e desenvolvimento inicial, testes laboratoriais e em animais.

O desenvolvimento da pesquisa clínica no Brasil beneficia a todos, de profissionais de saúde, que conseguem oportunidades de treinamento e exposição a padrões de qualidade internacionais, a pacientes, que obtêm melhores tratamentos e diagnósticos mais acurados. O país, inclusive, é reconhecido pela qualidade de seus profissionais.

Esse é um dos assuntos que estarão em pauta este ano na FCE Pharma, Exposição Internacional de Tecnologia para a Indústria Farmacêutica, que acontece de 22 a 24 de maio em São Paulo. Considerada o principal ponto de encontro do setor, por reunir toda a cadeia produtiva, a feira terá diversos expositores cujos principais produtos e insumos vão ao encontro dessa necessidade de desenvolver a pesquisa clínica nacionalmente.

Presente na exposição, a Interprise, por exemplo, tem 25 anos de experiência em importação de equipamentos analíticos e reagentes, e possui um portfólio completo para os diversos tipos de aplicações laboratoriais. Já a Isodur e a Partitec são especialistas em salas limpas: a primeira oferece projetos e equipamentos personalizados enquanto que a segunda possui soluções para o controle de contaminação e para biodescontaminação das salas.

A FCE Pharma contará ainda com a Arena do Conhecimento, um ciclo de palestras para auxiliar o visitante a manter-se atualizado com as últimas novidades do setor. Elas serão promovidas pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), também envolvida com pesquisa clínica no Brasil. “Uma das contribuições da Sindusfarma é auxiliar para que a documentação seja encaminhada da maneira mais adequada possível (para os reguladores), a fim que não retorne com novas exigências, alongando os prazos”, diz Rosana Martelaro, Gerente de Assuntos Regulatórios do Sindusfarma.

A FCE Pharma, concomitantemente à FCE Cosmetique, acontecerá entre os dias 22 e 24 de maio – a exposição nos estandes vai das 13h às 20h.

Serviço

FCE Pharma – Exposição Internacional de Tecnologia para a Indústria Farmacêutica

Data: De 22 a 24 de maio de 2018

Horário: das 13h às 20h

Local: São Paulo Expo

Endereço: Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 São Paulo

Disponível sistema para notificar investigação de medicamentos

A nova ferramenta servirá para que as empresas possam apresentar documentos referentes ao cumprimento eletrônico de notificações de dossiês de investigação sem a necessidade de protocolo presencial físico.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 04/05/2018 14:50
Última Modificação: 04/05/2018 15:00

Com o intuito de dar mais celeridade aos processos de envio de protocolos, a Anvisa, implementou, no último mês de abril, o sistema de cumprimento eletrônico para as notificações de dossiês de investigação de medicamentos e insumos farmacêuticos.

A nova ferramenta servirá para que as empresas apresentem documentos referentes ao cumprimento eletrônico de notificações de dossiês de investigação sem a necessidade de protocolo presencial físico. O protocolo de cumprimento das notificações por meio dos documentos físicos na Anvisa será mantido até 31/12/2018, podendo ser utilizado como alternativa de cumprimento durante esse período.

A partir de 1° de janeiro de 2019, todas as notificações de dossiês de investigação de medicamentos e insumos farmacêuticos deverão ser atendidas exclusivamente em formato eletrônico.

Entenda a ferramenta

O cumprimento eletrônico de notificações de dossiês pode ser realizado seguindo o passo a passo descrito abaixo:
Após leitura da notificação na caixa postal, a empresa deve acessar o peticionamento no menu “Cumprimento de Exigência – Medicamentos e dossiê de Investigação de Medicamentos e Insumos”. Na tela seguinte, deve-se incluir o número do expediente da notificação. Devem ser anexados todos os documentos solicitados. Serão aceitos arquivos nos formatos PDF, JPG, TIF ou PNG. O(s) item(ns) do checklist que receberá(ão) os documentos, incluindo o(s) anexo(s) ou arquivo(s) comprobatório(s) do cumprimento de exigência deve(m) ser selecionado(s). Não será possível prosseguir sem antes visualizar todos os arquivos anexados. A protocolização do documento deve seguir a orientação que consta no sistema. O que é dossiê de investigação?

O dossiê de investigação é o instrumento de fiscalização utilizado para apurar as suspeitas de irregularidades quando a Anvisa, por meio de sua área técnica, recebe algum tipo de denúncia, como desvio de qualidade, fabricação em desacordo com o registro, falsificação, publicidade irregular, que deva ser fiscalizada.

É importante lembrar que a existência do dossiê não pressupõe que exista realmente irregularidade, o dossiê tem o intuito de investigar de forma técnica a denúncia realizada.

Pesquisa da UFMG vai comparar efeitos de medicamentos para HIV

Publicado em 06/05/2018 – 15:21

Por Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão recrutando participantes para um estudo que pretende comparar dois medicamentos considerados equivalentes para a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), um que atualmente precisa ser importado e outro já produzido no Brasil. Poderão se voluntariar quem se enquadre nos grupos considerados chave: homens que fazem sexo com outros homens e pessoas trans com pelo menos 18 anos.

Os interessados devem buscar o Centro de Referência em Doenças Infecciosas e Parasitárias Orestes Diniz, no centro de Belo Horizonte. Haverá uma triagem e serão selecionadas ao final 200 pessoas. Metade delas fará uso de um dos medicamentos e a outra metade do outro. Os participantes não saberão qual a versão estarão tomando. O acompanhamento se dará ao longo de 12 meses.

A PrEP é uma pílula antirretroviral que forma uma barreira química e impede a infecção por HIV. Seu uso deve ocorrer diariamente e depende de prescrição e acompanhamento médico. Se tomado corretamente conforme as orientações, sua proteção pode alcançar percentual próximo a 100%. Especialistas recomendam  que o método deve ser combinado com outras medidas, incluindo o uso de preservativos, que protege contra as demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

O Brasil foi pioneiro na América Latina ao adotá-lo como política de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) distribui desde o fim do ano passado o medicamento para grupos específicos considerados chave no combate à Aids. Entre eles, estão homens que fazem sexo com homens, gays, pessoas trans, profissionais do sexo e casais em que um membro é soropositivo e o outro não é.

A marca mais difundida no mercado internacional é o medicamento Truvada, da empresa norte-americana Gilead. Trata-se de uma associação dos fármacos Emtricitabina e Tenofovir distribuída pelo SUS. Embora essa combinação ainda não seja produzida no Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, anunciou recentemente um acordo  visando sua fabricação.

Por outro lado, alguns laboratórios nacionais produzem um medicamento que já foi apontado como equivalente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se da associação entre Lamivudina e Tenofovir. No Brasil, porém, a combinação desses dois fármacos não é usada para a PrEP, o que poderá ocorrer com o aprofundamento dos estudos. Por outro lado, ela é geralmente prescrita para mães grávidas soropositivas, pois atua para impedir a transmissão do vírus ao bebê. Também é indicado no tratamento da Aids para pacientes em geral e ainda como Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), que consiste no uso da medicação em até 72 horas após situação em que exista risco de infecção.

"Existem trabalhos internacionais que mostram que o Tenefovir sozinho funciona tão bem quanto associado à Emtricitabina ou à Lamivudina", conta infectologista e professor da UFMG, Dirceu Grego, coordenador do estudo. Ele explica, porém, que a pesquisa da UFMG se classifica como estudo clínico de fase 2, que avaliará a segurança e aceitabilidade da medicação. A eficácia é analisada com mais detalhamento na fase 3, que envolve um número maior de pessoas, embora algumas sinalizações já possam ser observadas na fase 2.

A pesquisa da UFMG conta o financiamento do Ministério da Saúde e poderá dar segurança para que o governo brasileiro, no futuro, opte por usar como PrEP o medicamento baseado na associação entre Lamivudina e Tenefovir, que já conta com versões nacionais. Mesmo que o custo das duas pílulas seja semelhante, já que a indústria estrangeira tem condições de baixar o preço e enfrentar a concorrência nacional, Dirceu Greco considera que há algumas vantagens quando se compra o medicamento do país.

"A indústria brasileira paga impostos no Brasil, gera emprego e renda, os trabalhadores que são pagos moram no país. Então existe esse argumento. Talvez não se economize tanto no custo do medicamento, mas ao estimular a indústria nacional há vários efeitos secundários na economia nacional. Mas pode acontecer da indústria internacional baixar significativamente o preço. Aí não tem jeito. Provavelmente, o governo vai comprar lá fora", avalia o infectologista.

Outra consequência de uma comprovação segura da equivalência das duas associações, segundo ele, seria o impacto mundial. Em sua visão, se o governo brasileiro optar um dia por usar a associação de Lamivudina e Tenefovir e mostrar na prática essa equivalência, outros países que não têm a produção do medicamento terão novos elementos para negociar um preço melhor junto à indústria internacional.
Comportamento

O estudo também pretende observar aspectos vinculados ao comportamento e ao contexto sociocultural. O objetivo é produzir conhecimento a partir da realidade local, subsidiando a estruturação de políticas públicas e de campanhas em saúde. Em alguns países, por exemplo, pesquisas mostraram que as pessoas não passaram a usar menos camisinha por usarem PrEP. Para Dirceu Grego, a pílula traz vantagens, mas deve ser encarada como um método a mais e não como método alternativo. Ele reconhece, porém, que algumas pessoas podem negociar riscos e decidir usá-la em substituição ao preservativo.

"A prevenção ao HIV, teoricamente, é simples: se todos usassem preservativo, não haveria mais transmissão nem do HIV e nem das demais DSTs. Mas na prática não é assim. Se fosse, já teríamos colocado fim à epidemia. Mas a sexualidade não é algo mecânico. A tomada de decisão sobre o risco é algo complexo que envolve, entre diversos fatores, diferenças sociais, questões de acesso, aspectos culturais de um país machista como o nosso. Numa relação heterossexual, geralmente quem mais influi na decisão sobre usar um método de barreira é o homem", diz o infectologista.

Para ele, há também aspectos de ordem psicológica e discussões complexas, entre elas qual a definição de prazer sexual. Os pesquisadores da UFMG se propõem ainda a monitorar os efeitos colaterais e os eventos adversos e saber se, nesse aspecto, há diferença entre os dois medicamentos. Irão medir também a qualidade de vida dos voluntários e observar, por exemplo, o desenvolvimento de ansiedade e estresse decorrente do esforço e do compromisso diário de se tomar a pílula.

"Tomar um medicamento diariamente não é algo trivial. Como uma pessoa que não possui HIV vai lidar com a situação de levar na carteira ou na bolsa um frasco de comprimidos contra o vírus?" questiona Dirceu Grego. A dificuldade de garantir adesão constante ao preservativo também pode se repetir com a pílula, o que é outra preocupação, sobretudo porque é essencial a disciplina do uso diário do medicamento.

Edição: Valéria Aguiar