Falta insulina para pacientes SUS
JOANICE DE DEUS
Da Reportagem
A falta de insulina na Farmácia de Alto Custo, que fica em Cuiabá, volta a atormentar os diabéticos, que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim como a doença, o problema tem sido crônico em Mato Grosso, onde os pacientes passam semanas à espera do remédio de uso contínuo. Responsável pela unidade farmacêutica, a Secretaria de Estado de Saúde (Ses) informou que o processo para recebimento do produto encontra-se em fase final.
“É uma situação difícil por que quem é diabético não pode ficar sem a insulina. Nessas horas, quem tem condições tem para onde correr já quem não tem pede para Deus ajudar”, disse o frentista Benedito Escolástico, de 51 anos, que foi até a farmácia, ontem pela manhã, buscar o medicamento para a esposa que é diabética.
Escolástico conta que a mulher, conforme orientação médica, utiliza dois tipos de insulina, uma de ação ultra-rápida (lispro) e uma outra de ação intermediária ou mais lenta, denominada lantus (glargina/tipo 1). No entanto, ontem ele só conseguiu pegar a do tipo lispro.
O mesmo ocorreu com a professora Nilce Ferreira Soares, 51. “Eu preciso das duas por que a Lispro é usada depois das refeições e, a Lantus, à noite. Como aqui não tem, vou ter que comprar”, afirmou. Sem conseguir um dos tipos de insulina, a professora também vai ter que retornar ao médico para renovar o processo junto à Farmácia de Alto Custo, pois o procedimento é feito de seis em seis meses.
No Estado, 2,3 mil pessoas que fazem uso da Lantus, sendo mais de 500 pacientes do interior. Outros 900 pacientes utilizam a Lispro. Quando o paciente deixa de tomar o medicamento o organismo do diabético dá o alerta e os efeitos aparecem rapidamente, porque a insulina é responsável por pegar a glicose, que é fruto do que é consumido e transportar para as células gerando energia ao corpo.
Sem a dose diária do remédio, o doente pode ter palpitações, cansaço em casos extremos pode levar a cegueira e até problemas cardiovasculares. As sequelas podem ser irreversíveis e podem até levar à morte.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Saúde informou que o processo para o recebimento dos medicamentos está em fase final. O pagamento para a empresa responsável pelos lotes da Lantus (tipo 1) na quantia de seis meses está previsto para as próximas semanas. Após o pagamento, o fornecedor tem até 15 dias para entregar as insulinas.