Um veneno chamado gordura hidrogenada!

Uma das principais diferenças entre óleos e gorduras é sua forma em temperatura ambiente, óleos são líquidos e gorduras sólidas. A hidrogenação de óleos é feita pela indústria de alimentos, pois aumenta o prazo de validade dos produtos, é mais fácil de ser transportada após esse processo, auxilia na forma e textura dos alimentos, reduz custos e não precisa de um ambiente específico para ser estocada e armazenada.

Gordura hidrogenada, ou gordura trans se referem a uma gordura transformada a partir dos óleos vegetais por um processo de hidrogenação em condições de alta pressão e temperatura e durante bastante tempo, tornando-os gordura (sólida). O óleo é submetido à pressão com gás hidrogênio sob temperatura entre 100 e 200°C por várias horas na presença de um catalisador.

Nesse processo, átomos de hidrogênio são jogados de forma aleatória nas moléculas de ácidos graxos poli-insaturados, típicos dos óleos, criando inúmeras moléculas novas (que não existem na natureza). Sua nocividade sendo revelada cada vez, pois esse tipo de gordura (criada pela indústria), pode causas diversos danos à saúde como doenças cardiovasculares, doenças no fígado e sistema nervoso central, obesidade, esteatose hepática, diabetes e até mesmo alguns tipos de câncer (o de mama, por exemplo).

Vale sempre ficar atendo às informações contidas nos rótulos dos alimentos e suas listas de ingredientes. Geralmente eles podem vir mascarados para enganar o consumidor, segue lista liberada pela ANVISA dos nomes que geralmente são encontrados nos rótulos para descrever esse tipo de gordura:

– Gordura vegetal

– Gordura de vegetal de girassol

– Gordura vegetal de soja

– Gordura de soja parcialmente hidrogenada

– Gordura hidrogenada

– Gordura hidrogenada de soja

– Gordura parcialmente hidrogenada

– Gordura parcialmente hidrogenada e/ou interesterificada

– Gordura vegetal hidrogenada

– Gordura vegetal parcialmente hidrogenada

– Hidrogenada

– Margarina vegetal hidrogenada

– Óleo de milho hidrogenado

– Óleo vegetal de algodão

– Soja e palma hidrogenado

– Óleo vegetal hidrogenado

– Óleo vegetal líquido e hidrogenado

– Óleo vegetal parcialmente hidrogenado

– Creme vegetal

– Composto lácteo com gordura vegetal

– Margarina

– Margarina vegetal

O consumidor precisa estar atento mesmo com o rótulo indicando zero de gordura trans no alimento. A legislação, criada em 2006, possui uma brecha que permite que a quantidade de gordura trans seja omitida se for inferior a 0,2 gramas por porção, com isso a indústria que não é nada boba, diminui ao máximo a porção na informação nutricional para não ter que colocar a quantidade real de gordura trans no alimento.

Alimentos que são ricos em gorduras trans:

• Sorvetes;

• Batata congelada;

• Salgadinhos;

• Donuts;

• Biscoitos recheados;

• Margarinas sólidas ou cremosas e cremes vegetais (não, elas não são amigas do coração);

• Massas industrializadas para bolos e tortas;

• Cookies e biscoitos recheados e/ou amanteigados;

• Pipoca de micro-ondas.

• Miojo

• Comidas congeladas;

• Pizzas congeladas;

• Patês

Essa lista é super extensa, fique atento e sempre dê preferência por uma alimentação natural e minimamente industrializada.

Polo cervejeiro de JF é reconhecido como Arranjo Produtivo Local pelo Estado

Evento marca entrada do polo cervejeiro da cidade e região nas políticas públicas de Minas

Por Julia Pessôa

Quem vive em Juiz de Fora certamente já teve a oportunidade de certificar a excelência da cerveja produzida por aqui. A partir desta sexta-feira (26), o polo cervejeiro da cidade e da Zona da Mata passa a ser reconhecido como Arranjo Produtivo Local (APL), integrando a política pública de Minas voltada para a produção de cerveja. A iniciativa foi oficializada com a assinatura de um termo pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e o secretário extraordinário de Desenvolvimento Integrado e Fórum Regionais, Wadson Ribeiro (PCdoB).

A solenidade, realizada às 15h, também marcou o início do evento “Um brinde a JF”, que se estenderá pelo fim de semana. Também estavam presentes o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, João Mattos; a presidente da Abrazel Zona da Mata, Carla Pires; e o presidente da União Cervejeira da Zona da Mata (UniCerva ZM), Alexandre Vaz, além do vice-presidente da organização, Cristiam Rocha.

Para Bruno Siqueira, o reconhecimento do APL, o primeiro para cerveja em Minas Gerais, é uma chancela da qualidade da produção da cidade. “É uma certificação importante do trabalho de cada um inserido na cadeia produtiva. Nossas cervejas são reconhecidas em todo o estado e até no país, por sua qualidade. Com isso, podemos atrair pessoas de todo o país para apreciar este produto, fortalecendo a economia e o turismo.”

Já o secretário Wadson Ribeiro apontou que a certificação se deve ao destaque da cadeia produtiva de Juiz de Fora e região por esforços próprios. “Não se cria um APL, reconhece-se. Juiz de Fora tem laços históricos com a cerveja, foi aqui que foi fundada a primeira cervejaria de Minas Gerais, ainda no século XIX, e a colonização alemã ajudou a propagar a cultura e o consumo de cerveja. Além disso, a cadeia produtiva é altamente estruturada.” Segundo o secretário, com o reconhecimento do arranjo, é possível buscar mecanismos para capacitação, discussão de tecnologia, investimentos em equipamentos e contribuir para a atividade. “Este é o próximo passo.”

O presidente da UniCerva ZM Alexandre Vaz destacou a união dos cervejeiros como um fator decisivo para a conquista, que traz impactos positivos para toda a cidade. “Este aval para a cerveja de Juiz de Fora ajuda a construir uma identidade positiva dos cidadãos juiz-foranos, aumentando sua autoestima enquanto tais.” Depois da cerimônia, o primeiro dia “Um brinde a JF” que tem feira de cervejas e programação cultural segue no sábado, a partir de 14h, e no domingo, a partir do meio-dia.

Evento da FIEPE vai integrar cadeia produtiva da Indústria de Alimentos e Bebidas

Além das palestras, encontro terá exposição conectando industriais, produtores rurais, fornecedores, distribuidores e demais empresas do segmento

31/12/1969

A Indústria de alimentos e bebidas é o setor que mais cresce no Brasil e no mundo, sendo responsável por 9,5% do PIB nacional. Em meio a um cenário de recessão, o segmento tem conseguido driblar a crise. Em 2016 o faturamento nominal do setor de alimentos cresceu 9,3% em relação a 2015, e fechou o ano com R$ 614,3 bilhões, segundo balanço da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA). São 32,5 mil empresas no país que geram 1,6 milhões de empregos.

Para potencializar o crescimento do setor de forma organizada e sustentável, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), realizará no dia 30 de maio, das 16h às 20h30, o Seminário de Integração da Cadeia de Alimentos e Bebidas. O evento irá preparar empresários para as inovações dos processos e gestão, além de capacitar toda a cadeia, envolvendo industriais, produtores rurais, agroindústria, fornecedores e compradores de insumos, distribuidores, revendedores, atacado, varejo, bares, restaurantes e padarias, entre outras empresas ligadas ao segmento.

“É importante compreender o funcionamento e as interações de todos os elos do segmento. Desta forma, o Seminário vai oferecer aos empreendedores uma visão mais ampla para oportunidades de novos negócios. Além disso será uma ótima ocasião para se capacitar e também fomentar o relacionamento e os negócios entre empreendedores, fornecedores, sindicatos, associações, entidades de apoio e demais impactados na cadeia produtiva”, ressalta o gerente de desenvolvimento industrial da FIEPE, Maurício Laranjeira.

A programação de palestras trará temáticas sobre a economia, tecnologia, inovações, novos mercados, gestão e regulamentação. O mestre cervejeiro, Filipe Magalhães, vai explanar sobre as cervejas artesanais pernambucanas, enquanto a sommelier Mariana Dubeux falará sobre os vinhos locais. O mercado de alimentos como potencial exportador, a tendência dos alimentos saudáveis e nutricionais, inovação e marketing no mercado de alimentos e bebidas também nortearão as apresentações do evento que contará ainda com palestra do empresário e doutor em hamburgologia pela Universidade McDonald’s, Mário Jorge Carvalheira sobre empreendedorismo: dedicação e persistência.

As inscrições para o evento estão abertas e podem ser feitas aqui. Informações (81) 3412.8400, (81) 99164.9752 ou comercial@fiepe.org.br. O Seminário de Integração da Cadeia de Alimentos e Bebidas é realizado pela FIEPE em parceria Sebrae, com apoio dos Sindicatos Associados, Sindigelo, CNI e patrocínio da ADDiper e Caixa Econômica Federal.

Lindt oferece opções variadas de presentes para o Dia dos Namorados

A lata Lindor Heart, principal aposta da marca para a data, pode ser recheada com Lindor Balls, as tradicionais trufas Lindt com recheio de ganache

Com a proximidade do Dia dos Namorados, no dia 12 de junho, a Lindt – marca líder mundial em chocolates premium – apresenta opções práticas e delicadas, que prometem encantar os apaixonados e amantes de chocolate.

Para o dia mais romântico do ano, a marca preparou uma sugestão de presente que agrada todos os tipos de gostos, com alguns dos principais produtos de seu portfólio: a Lindor Heart (R$ 24,90) – lata em forma de coração, querida pelos fãs da Lindt – que pode ser recheada com as trufas de chocolate Lindor Ball (R$ 19,90, 100g).

Outros produtos que também podem encantar como presentes na data são as Pralinas, uma seleção especial de bombons sortidos recheados, com acabamento diferenciado, para os apaixonados por detalhes; ou Cornet, uma caixa repleta de bombons Lindt com as opções de sabores chocolate ao leite, caramelo, sortidos e stracciatella – chocolate branco cremoso com pedaços de cacau.

Os produtos estão disponíveis nas 29 lojas da Lindt, presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal, onde também é possível encontrar uma gama variada de produtos Lindt para presentear.

Onde encontrar
Lojas Lindt e nos melhores supermercados e empórios
www.facebook.com.br/LindtChocolateBrasil
www.instagram.com/lindtchocolatebrasil

Sobre a Lindt & Sprüngli
Fundada há 170 anos, em Zurique, a Lindt & Sprüngli é líder mundial no setor de chocolates premium e, atualmente, possui oito unidades de produção na Europa e nos EUA com cerca de 9 mil funcionários. Os produtos da marca são distribuídos por várias empresas subsidiárias e sucursais e por meio de uma rede global de distribuidores independentes em todo o mundo. No Brasil, a marca é representada pela Aurora Bebidas e Alimentos Finos desde 1969. Em 2014, a Lindt & Sprüngli formou uma joint venture com o Grupo CRM apostando no modelo de lojas próprias da marca.

Informações para a imprensa
agênciamam
Natália Ceripieri
ceri@agenciamam.com
Bruna Oliveira
bruna@agenciamam.com

Segunda edição da innovapack está confirmada para 2017

24 de maio de 2017

Único encontro com foco em design, tendências e inovação para embalagens da indústria alimentícia acontecerá no Transamerica Expo Center, em agosto

Após o sucesso de sua primeira edição, a innovapack, única feira da América Latina focada em design, tendências e inovação para a embalagem final de alimentos e bebidas, será realizada paralelamente ao evento Food ingredients South America (FiSA), o mais completo para a indústria de ingredientes alimentícios da América Latina. A expectativa é que cerca de 11 mil visitantes se reúnam no Transamerica Expo Center, de 22 a 24 de agosto.

Entre as atrações já confirmadas, estão o Packaging Innovations Gallery, área que destaca as principais inovações em embalagens da indústria alimentícia no Brasil e no mundo, e a Conferência innovapack, com a participação dos principais pesquisadores e companhias de inteligência de mercado. No pavilhão acontecem também as Seminar Sessions, sessões de 30 minutos sobre os lançamentos e novas tecnologias das empresas, ministradas por líderes de mercado.

“Temos a convicção de que a innovapack e a FiSA oferecem ao mercado uma experiência completa. Em 2017, as feiras trarão um número ainda maior de lançamentos e tecnologias, reunindo um público qualificado e focado em realizar negócios”, acredita o gerente dos dois eventos, Fernando Alonso.

A innovapack reúne segmentos como Concepção & Design, Embalagens & Afins e Eco Packaging & Soluções Sustentáveis, levando a seu espaço expositores e visitantes de agências de design de embalagem, impressão, tampas e fechamentos, rotulagem, materiais de embalagem, recicladores, entre outros.

Fonte: 2PRÓ Comunicação

Fabricante da Dolly reabre fábrica e diz que foi vítima de fraude

O escritório de contabilidade está sendo investigado por ter desviado R$ 100 milhões destinados ao pagamento de impostos
Por Karin Salomão
24 maio 2017, 17h21

São Paulo – A Ragi Refrigerantes, fabricante da marca Dolly, reabriu sua fábrica depois de ter sido proibida de funcionar por conta de sonegação de impostos. Ela afirmou ser vítima do seu escritório de contabilidade, que agora é investigado pelo Ministério Público e a Polícia Federal.

A empresa é alvo da Operação Clone, da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Ela tem dívidas de R$ 2 bilhões no ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) e estaria operando irregularmente, sem a devida inscrição estadual. Nos últimos anos, a companhia teve sua inscrição estadual cassada pelo Fisco.

Ela teria sido notificada pela Secretaria da Fazenda para prestar esclarecimentos, mas nunca respondeu. Segundo ela, o email para notificações de pendências era do próprio escritório de contabilidade e, por isso, ela não teria conhecimento das dívidas e desvios.

No último dia 19, os agentes da Secretaria investigaram seis instalações da companhia: três em Diadema, uma em Tatuí e em dois escritórios na capital paulista. Na ocasião, impediram a fábrica de Diadema de continuar funcionando.

Desde então, os executivos da Dolly firmaram um acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo a fim de quitar os tributos estaduais pendentes. As dívidas decorrentes da fraude continuarão a ser discutidas. Na segunda-feira, 22, a fábrica de Diadema voltou a operar normalmente, informou a Ragi Refrigerantes.

O escritório de contabilidade está sendo investigado por ter desviado R$ 100 milhões destinados ao pagamento de impostos, de acordo com a companhia.

O escritório, Raucci E Domingues Assessoria Contábil, também seria responsável por pagamentos de acordos trabalhistas. Segundo a empresa, o escritório pedia pagamentos para fechar acordos trabalhistas, que haviam sido arquivados pela Justiça do Trabalho, para depois embolsar a quantia. Mais de R$ 2,3 milhões teriam sido desviados dessa forma, diz a empresa.

Gerente geral da Nestlé Araras, oficializa investimento milionário na unidade

Centro de Tecnologia e Qualidade sai de São Paulo e vem para Araras

O gerente geral da fábrica da Nestlé em Araras, Donir Costa, anunciou hoje, pela manhã, o investimento de R$48 milhões de reais, na unidade da Cidade. Conforme fora antecipado pelo prefeito Pedrinho Eliseu, Donir oficializou essa injeção de recursos diante da imprensa local.

O investimento, será na implantação do Centro de Tecnologia e Qualidade, permitindo que a empresa consolide sua estratégia de controle e qualidade na segurança alimentar dos seus produtos. A mudança de São Paulo para a nova sede em Araras, vai gerar 45 novos postos de trabalho para mestres e doutores em diversas áreas, além de garantir aos jovens estudantes a oportunidade ao primeiro emprego.

O gerente geral do Centro de Tecnologia Analítica da Nestlé Brasil, Fred Politi, ressalta que o laboratório, que será implantado em araras, será o mais moderno da rede e atenderá não só a Nestlé Brasil, mas também as unidades do exterior.

Secom/PMA

Temendo boicote, varejo busca produtos alternativos à JBS

Supermercados pedem que concorrentes aumentem a produção

Consumidora observa produtos em supermercado de São Paulo: redes devem exigir preço menor em negociação com JBS após impacto da delação de Joesley – Victor Moriyama / Bloomberg

por Bruno Rosa
25/05/2017 4:30

RIO – As principais redes de varejo do país já iniciaram uma espécie de alerta na indústria de alimentos em razão da crise da JBS e buscam, entre os concorrentes da empresa, produtos alternativos para repor as gôndolas. A avaliação é que a crise do grupo — deflagrada depois que a delação de Joesley Batista envolveu o presidente Michel Temer — pode ter impacto na percepção dos consumidores. De acordo com executivos dos principais supermercados, os concorrentes da companhia já foram avisados para aumentar a produção. O medo é que o boicote às marcas do frigorífico — como Friboi, Seara e Vigor, entre outras — aumente e se reflita nas vendas dos varejistas.

Procura por alimentos orgânicos é cada vez maior

Escrito por Siméia Casati

Os alimentos orgânicos beneficiam a saúde, o meio ambiente e proporcionam justiça social

Pesquisa desenvolvida no Campus Sorocaba da UFSCar mostrou que 92% dos consumidores brasileiros estão dispostos a comprar alimentos orgânicos. Entre os principais motivos para a mudança de hábito estão a valorização da saúde e do meio ambiente. Os números mostraram também que dos 8% que não estão dispostos a comprar tais alimentos, 63% comprariam se esses produtos fossem mais baratos. 

O setor de alimentos orgânicos vem crescendo no mundo todo, em 2014 movimentou mais de US$ 80 bilhões. A grande procura por esses alimentos é motivada por serem produtos produzidos sem insumos químicos, o que preserva a saúde e o ecossistema local. 

A Engenheira Agrônoma Juliana Smith, em entrevista ao Primeira Página, apontou alguns motivos para o consumo de produtos orgânicos. Em primeiro lugar está a saúde, já que esses alimentos são livres de resíduos de agrotóxicos, portanto são seguros à saúde. O meio ambiente também se beneficia, pois são sustentáveis, têm baixíssimo impacto ambiental porque conservam os recursos naturais de forma direta e indireta. No campo, não são lançados resíduos de agrotóxicos ou de adubos químicos potencialmente poluentes, além de ser uma agricultura diversificada que favorece à ecologia local como um todo. Indiretamente, não utilizando agrotóxicos e adubos industriais, cuja produção é altamente poluente, degradante e insustentável, ajuda a preservar a natureza em geral, não só localmente. Juliana destaca ainda como benefício a questão da justiça social, pois a certificação exige que os trabalhadores tenham boas condições de trabalho, direitos garantidos e acesso a serviços básicos. O produtor também tem maior qualidade de vida por não lidar com produtos tóxicos e por receber valores mais justos pela sua produção.

Para a engenheira, consumir orgânicos não é só uma questão da saúde pessoal, é uma questão de responsabilidade ambiental e social. Indagada sobre a cultura da alimentação orgânica na cidade de São Carlos, Juliana acredita que por ser uma cidade rica em conhecimento, há muitas pessoas conscientes do que significa consumir orgânicos e, por isso, a grande procura. Mas o mercado ainda tem muito campo para crescer.

Custo dos alimentos orgânicos – Juliana afirma que, em geral, os orgânicos são realmente mais caros que os convencionais. No entanto, esta diferença de preços vem diminuindo ao longo do tempo. Para dar um exemplo, no momento, o morango orgânico está com o mesmo preço do convencional! Essa diferença tem diversas razões diferentes:

– oferta x demanda – a oferta de alimentos orgânicos ainda é muito pequena em relação à demanda que existe; são poucos produtores, pouca disponibilidade, pouca concorrência, e muitas pessoas interessadas em consumir;

– escala de produção – existem, sim, grandes produtores de orgânicos como a Native, Volkmann, etc., mas a grande maioria da produção é proveniente de agricultura familiar em pequena escala, por vezes produtores isolados ou organizados em grupos pequenos. Isso faz com que alguns custos, como frete principalmente, ou mesmo embalagens, mão de obra, etc. se tornem proporcionalmente mais altos devido à pequena escala de produção;

– certificação – os custos de certificação são bastante altos! Quem vende direto ao consumidor em feiras ou para órgãos públicos, tem possibilidade de obter uma certificação gratuita, no entanto, quem comercializa seus produtos para lojas, supermercados, restaurantes, etc., tem obrigatoriamente que pagar pela certificação, e ela é um custo muito representativo para o produtor.

Custo de produção – Os custos de produção em alguns casos podem ser maiores que na agricultura convencional, principalmente nos primeiros anos do sistema orgânico – isso porque o ambiente, que compreende o solo, as plantas e todos os seres vivos que ali convivem, demoram para atingir um equilíbrio. Enquanto este equilíbrio não é atingido, a produtividade é menor e a incidência de pragas e doenças é maior, então consequentemente o custo de produção é mais alto. Mas depois que o sistema se equilibra, a tendência é que o custo de produção se torne menor que do convencional.

Comércio justo – Os preços que os produtores orgânicos recebem pelos seus produtos são muito mais justos que na agricultura convencional. Não é raro vermos reportagens mostrando produtores convencionais largando suas produções no campo, ou queimando, deixando de colher, porque o preço pago pelo mercado não está compensando os custos de produção e colheita. Isso é muito cruel com o agricultor! No sistema orgânico os preços são bastante estáveis.

Em seis estilos, amigos fabricam dentro de bar uma cerveja que é a cara de MS

Ipê e toca da onça viraram chope em bar onde cliente toma cerveja do tanque
Paula Maciulevicius

Uma ideia que levou três anos para sair do papel. Entre o gostar de cerveja artesanal e o servir, houve muito estudo, pesquisa e produção. Três amigos começaram o rascunho do projeto que na quinta-feira abre as portas em Campo Grande, num boteco. Regina é engenheira de alimentos e quem assina a produção ao lado do casal de advogados Fabiana e Hipólito Lima. 

"Sabe aquele livro 1001 cervejas para beber antes de morrer? A gente já tomou 1002", brinca o sócio-proprietário Hipólito Lima. Desde 2014 ele, a esposa Fabiana e a amiga Regina começaram a viajar o país, visitar fornecedores e estudar cases de sucesso e também de fracasso.

"A gente tinha uma grande paixão por cerveja e procurou fazer dela um negócio.  Queremos servir as pessoas levando um alimento de qualidade que permita experiências gastronômicas diferentes", explica Hipólito.

Sócios Regina e Hipólito e o sommelier de cerveja Filipe montaram cardápio harmonizando bebidas e comidas.

A cervejaria juntou bar e fábrica num mesmo espaço, na Rua Alagoas. Das cadeiras na parte de dentro se vê oito tanques que totalizam os 16 mil litros que eles conseguem produzir. Por enquanto, são seis estilos ligados na chopeira que levam nomes regionais e dão a cara de Mato Grosso do Sul.

Rótulos – A weiss se chama "Piracema"; a belgian blond, "Toca da onça"; a american premium lager, "Ipê"; a american IPA, "Boiadeira"; a irish red ale, "Canta galo"; e a dry stout, "Sara-cura".

"A gente não segue uma escola específica, tentamos mesclar estilos diferentes até para satisfazer o público em geral", explica Regina Nuruki. As receitas das cervejas foram desenvolvidas pelo mestre cervejeiro Evandro Zanini.

O nome da cervejaria também é uma homenagem a Campo Grande. "Prosa porque a fundação da cidade se deu às margens do córrego e porque remete a uma conversa entre amigos aberta, informal, bem ao estilo de vida do sul-mato-grossense", descreve Hipólito. 

A ideia de deixar os tanques de produção à mostra foi para que os clientes vejam como é feito todo processo e quais equipamentos fazem a cerveja chegar até o copo. "Nossa torre trave tem seis saídas e duas dessas torneiras podem conectar direto de qualquer um destes tanques. Temos estrutura para isso", explicam os sócios. 

Cada estilo pede um copo diferente na hora de servir, mas os tamanhos variam de 300 ml até 600 ml e os preços vão de R$ 12 a R$ 17. Valores que concorrem no mercado de cerveja artesanal. O cliente também pode provar cada estilo na tábua de degustação, em que seis copinhos de 120 ml vão mostrar como é cada cerveja. Além de poder abastecer o growler – recipiente de vidro ou cerâmica que mantém temperatura e sabor da bebida para consumir depois.

As portas são daquelas de armazém e as paredes, mais escuras. A iluminação indireta dá o tom de aconchego e refúgio para um final de dia. A parte externa é dividida entre o pergolado na lateral e a fachada, que conta com 4m de recuo para mesas e cadeiras em frente ao bar.

No cardápio, virão as indicações de harmonização de cervejas e comidas, montado pelos sócios e pelo publicitário e sommelier de cerveja, Filipi Minatel. Entre porções, serão mais de 20, desde carne seca com mandioca, pastéis, linguiça sertaneja, tapioca e bolinhos até os sete pratos que compõe o menu com risoto, bacalhau e cortes de carne.

Fábrica – A cervejaria ainda quer abrir para visitação todo o seu processo em horários específicos. Acima do bar, uma arte explica de forma bem simples como é feita a cerveja artesanal.

"Começa na trituração dos grãos, a segunda etapa já é a mistura, na qual se faz a extração do carboidrato do malte e depois vem a filtração, que separa ele que está em forma de caldo do bagaço. A parte da fervura é no terceiro tanque, que ferve o mosto e faz adição do lúpulo, que é o que dá amargor à cerveja. Depois de ferver, temos o resfriamento do mosto, depois o trocador de calor e vai para o tanque fermentador, que é a parte em que se evidenciam todos os aromas e sabores. Fermentado, ocorre o processo de maturação. A cerveja será filtrada e então vai direto para a torre da chopeira ou envase", resume Regina.

A cervejaria abre as portas nesta quinta-feira, dia 25, na Rua Alagoas, 901. O horário de funcionamento é de quarta a sexta, das 17h à meia-noite, aos sábados a partir das 10h30 e aos domingos, das 10h30h até as 15h.