Justiça determina que Nestlé cesse emissão de pó de café de fábrica de Araras

27 de maio de 2017 Denny Siviero

A Justiça de Araras decidiu, em caráter liminar, que a multinacional Nestlé deve, em até 60 dias, suspender a utilização dos resíduos e rejeitos… Compartilhe em suas redes sociais!

Fotos feitas pelos moradores chegaram a ser anexadas pelo Ministério Público em Ação Civil Pública movida contra multinacional; imagens demonstrariam como o pó acaba causando sujeira em residências próximas

A Justiça de Araras decidiu, em caráter liminar, que a multinacional Nestlé deve, em até 60 dias, suspender a utilização dos resíduos e rejeitos de café solúvel na geração de energia destinada a seu processo produtivo ou, alternativamente, promover a adoção das tecnologias necessárias para eliminar, inteiramente, a poluição ambiental. Segundo a decisão do juiz Thomaz Corrêa Farqui, de Araras, essa poluição seria expedição de resíduos, odor e ruído.

A decisão liminar do juiz foi expedida em 10 de maio e prevê que se não for cumprida, a empresa terá que arcar com multa diária de R$20 mil. Como a Nestlé tem 60 dias, o cumprimento da liminar seria sentido, de fato, somente em julho.

Além disso o juiz impôs à empresa que submeta à Cetesb (Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo), em até 60 dias, projeto e cronograma conforme requerido pelo Ministério Público.

O promotor Wanderley Baptista da Trindade Júnior pediu, ainda em março, que a empresa previna a repetição do dano ambiental. O representante do MP (Ministério Público) pediu projeto e cronograma de adequação dos limites das emissões de fumaça, gases, e material particulado, interrupção da emissão de substâncias odoríferas e; interromper eventual presença de fenômenos de reação química e deposição, no meio físico-geográfico caso sejam gerados nas distintas e/ou sucessivas etapas do processo produtivo da Nestlé e lançados para fora dos limites físicos dos edifícios da unidade de produção de Araras. Caso a empresa não cumpra essa etapa em 60 dias, a multa diária chega a R$ 5 mil.

O valor da ação é de R$ 100 milhões “diante do valor estimado ao dano moral coletivo”, entende o Ministério Público. O órgão ainda explica que a Ação Civil Pública teve origem em representação/abaixo-assinado firmado pelos moradores da vizinhança da Nestlé de Araras. A apuração do MP começou em agosto de 2014, “que noticiou a prática de infração ambiental originada pela emissão de poluentes, ou seja, rejeito de pó de café, odores e ruídos, gerados no setor de produção de café solúvel”.

“A matriz energética supracitada foi criada na Suíça e é utilizada na maioria das fábricas da Nestlé no mundo e, como veremos a seguir, é insustentável ambientalmente”, defende o MP.

Para o órgão, os moradores sofrem com fuligem do pó de café lançada por fábrica em Araras. O resíduo de café, na forma de pó, gerado no processo industrial da Nestlé ao ser emanado na atmosfera, “atinge e causa sujidade nas edificações e, por efeito, implica em perdas e danos aos seus proprietários, ao meio ambiente e à população em geral”. O MP ainda defende que “além das fuligens e partículas poluentes, a empresa, também, vem comprometendo a qualidade do ar com emissão de odores no processo produtivo e que causam incômodo coletivo”.

O juiz concordou parcialmente com o MP e citou que a empresa “teve bastante tempo para exterminar a poluição, mas, preferindo manter o sistema adotado, por certo em vista de questões econômicas, não o fez”.

O magistrado rechaçou que sua liminar impeça ou atravanque a produção da Nestlé em Araras. “Eventual eliminação do sistema poluidor não implicará no térmico das atividades”, pontua ele.

Em ofício a Prefeitura de Araras e a Cetesb foram cobradas pela Justiça para que, após 60 dias da data da audiência realizada, verifiquem, em dias alternados, sempre durante o horário de produção da Nestlé, a existência de poluição ambiental (resíduos lançados na atmosfera, odor decorrente da produção de café e ruído).

                   

Empresa diz que apresentou medidas de evolução

Por meio de nota (confira na íntegra a nota, abaixo) a Nestlé informou que apresentou à promotoria uma proposta de trabalho com medidas concretas de evolução para a unidade fabril. Assegura ainda que está fazendo tudo que está ao seu alcance, de forma séria e de boa fé, para endereçar as questões de impacto ambiental, “em total respeito à população de Araras e dentro de seu compromisso com a sociedade e com o meio ambiente”.

A nota ainda esclarece que a fábrica da Nestlé em Araras opera sob certificações internacionais e com práticas sustentáveis para garantir que suas operações não tragam impactos ao meio ambiente. “O estrito cumprimento das leis dessa natureza é uma diretriz inegociável para a Nestlé”.

A Nestlé ainda garante que desde junho de 2016 a unidade eliminou o envio de resíduos para aterros sanitários e que tem rigoroso controle de emissão de partículas.

                     

Confira, na íntegra, o posicionamento da Nestlé

“A Nestlé informa que apresentou à promotoria uma proposta de trabalho com medidas concretas de evolução para a unidade fabril e, no momento, aguarda o parecer do Ministério Público. Assegura que está fazendo tudo que está ao seu alcance, de forma série e de boa fé, para endereçar as questões de impacto ambiental, em total respeito à população de Araras e dentro de seu compromisso com a sociedade e com o meio ambiente.

É importante destacar que a fábrica da Nestlé em Araras opera sob certificações internacionais, como a ISO 14001 (gestão ambiental), adotando práticas sustentáveis para garantir que suas operações não tragam impactos ao meio ambiente. O estrito cumprimento das leis dessa natureza é uma diretriz inegociável para a Nestlé e constitui os Princípios Nestlé de Gestão Empresarial, aplicados pela companhia em todas as suas unidades fabris no Brasil.

Vale reforçar também que nos últimos anos, em seu parque industrial em Araras, reduziu em 32% a emissão total de resíduos, diminuiu o consumo anual de água e energia em suas atividades e ainda ampliou o uso de recursos energéticos sustentáveis

Vale ressaltar que, desde junho de 2016, a unidade eliminou o envio de resíduos para aterros sanitários — todos os resíduos são tratados utilizando um processo de reciclagem ou compostagem –, diminuiu o consumo anual de água e energia em suas atividades e ainda ampliou o uso de recursos energéticos sustentáveis.

A empresa realiza melhoras contínuas com o objetivo de aprimorar o já existente rigoroso controle de emissão de partículas resultante do beneficiamento de matéria-prima.

A Nestlé está presente há mais de 90 anos na cidade de Araras, onde inaugurou sua primeira fábrica no Brasil em 1921. Desde então, vem realizando constantes investimentos em suas operações. Com importância estratégica para a companhia, a unidade fabril de Araras está entre as que historicamente mais receberam investimentos da Nestlé e continua sendo beneficiada com diversas melhorias em suas instalações.”
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Denny Siviero

Alta de 20% nas vendas de frango caipira

Luiz Ricardo e Silvia Bianchi, proprietários da Família Bianchi Frango Caipira, querem expandir distribuição

A marca de produtos caipiras Família Bianchi está no mercado há 4 anos no segmento de frango abatido congelado e há 1 ano no segmento de ovos caipiras. De acordo com Luiz Ricardo Bianchi, sócio proprietário da Família Bianchi, o trabalho realizado para venda em supermercados começou bem devagar e com divulgação boca a boca. “Mesmo assim o crescimento foi de 20% ao ano e isso nos deixou muito animados pois apesar da tradição de mais de 80 anos no mercado de pintos de um dia e ovos férteis ainda não éramos conhecidos no mercado atacadista e de varejo”, conta o executivo.

Nas redes varejistas o frango é vendido congelado, nas opções frango inteiro no saquinho, inteiro na bandeja, inteiro cortado nas juntas, meio frango na bandeja e os cortes são asa, coxa com sobrecoxa e peito. Bianchi revela que as vendas para supermercados representam 10% do faturamento do grupo. “Como estamos em início de trabalho nossa meta é aumentar em 50% o faturamento com a distribuição nos supermercados”, completa o sócio, que avisa que a empresa está se preparando para expandir as vendas para todo o Brasil.

Um veneno chamado gordura hidrogenada!

Uma das principais diferenças entre óleos e gorduras é sua forma em temperatura ambiente, óleos são líquidos e gorduras sólidas. A hidrogenação de óleos é feita pela indústria de alimentos, pois aumenta o prazo de validade dos produtos, é mais fácil de ser transportada após esse processo, auxilia na forma e textura dos alimentos, reduz custos e não precisa de um ambiente específico para ser estocada e armazenada.

Gordura hidrogenada, ou gordura trans se referem a uma gordura transformada a partir dos óleos vegetais por um processo de hidrogenação em condições de alta pressão e temperatura e durante bastante tempo, tornando-os gordura (sólida). O óleo é submetido à pressão com gás hidrogênio sob temperatura entre 100 e 200°C por várias horas na presença de um catalisador.

Nesse processo, átomos de hidrogênio são jogados de forma aleatória nas moléculas de ácidos graxos poli-insaturados, típicos dos óleos, criando inúmeras moléculas novas (que não existem na natureza). Sua nocividade sendo revelada cada vez, pois esse tipo de gordura (criada pela indústria), pode causas diversos danos à saúde como doenças cardiovasculares, doenças no fígado e sistema nervoso central, obesidade, esteatose hepática, diabetes e até mesmo alguns tipos de câncer (o de mama, por exemplo).

Vale sempre ficar atendo às informações contidas nos rótulos dos alimentos e suas listas de ingredientes. Geralmente eles podem vir mascarados para enganar o consumidor, segue lista liberada pela ANVISA dos nomes que geralmente são encontrados nos rótulos para descrever esse tipo de gordura:

– Gordura vegetal

– Gordura de vegetal de girassol

– Gordura vegetal de soja

– Gordura de soja parcialmente hidrogenada

– Gordura hidrogenada

– Gordura hidrogenada de soja

– Gordura parcialmente hidrogenada

– Gordura parcialmente hidrogenada e/ou interesterificada

– Gordura vegetal hidrogenada

– Gordura vegetal parcialmente hidrogenada

– Hidrogenada

– Margarina vegetal hidrogenada

– Óleo de milho hidrogenado

– Óleo vegetal de algodão

– Soja e palma hidrogenado

– Óleo vegetal hidrogenado

– Óleo vegetal líquido e hidrogenado

– Óleo vegetal parcialmente hidrogenado

– Creme vegetal

– Composto lácteo com gordura vegetal

– Margarina

– Margarina vegetal

O consumidor precisa estar atento mesmo com o rótulo indicando zero de gordura trans no alimento. A legislação, criada em 2006, possui uma brecha que permite que a quantidade de gordura trans seja omitida se for inferior a 0,2 gramas por porção, com isso a indústria que não é nada boba, diminui ao máximo a porção na informação nutricional para não ter que colocar a quantidade real de gordura trans no alimento.

Alimentos que são ricos em gorduras trans:

• Sorvetes;

• Batata congelada;

• Salgadinhos;

• Donuts;

• Biscoitos recheados;

• Margarinas sólidas ou cremosas e cremes vegetais (não, elas não são amigas do coração);

• Massas industrializadas para bolos e tortas;

• Cookies e biscoitos recheados e/ou amanteigados;

• Pipoca de micro-ondas.

• Miojo

• Comidas congeladas;

• Pizzas congeladas;

• Patês

Essa lista é super extensa, fique atento e sempre dê preferência por uma alimentação natural e minimamente industrializada.

Polo cervejeiro de JF é reconhecido como Arranjo Produtivo Local pelo Estado

Evento marca entrada do polo cervejeiro da cidade e região nas políticas públicas de Minas

Por Julia Pessôa

Quem vive em Juiz de Fora certamente já teve a oportunidade de certificar a excelência da cerveja produzida por aqui. A partir desta sexta-feira (26), o polo cervejeiro da cidade e da Zona da Mata passa a ser reconhecido como Arranjo Produtivo Local (APL), integrando a política pública de Minas voltada para a produção de cerveja. A iniciativa foi oficializada com a assinatura de um termo pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e o secretário extraordinário de Desenvolvimento Integrado e Fórum Regionais, Wadson Ribeiro (PCdoB).

A solenidade, realizada às 15h, também marcou o início do evento “Um brinde a JF”, que se estenderá pelo fim de semana. Também estavam presentes o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, João Mattos; a presidente da Abrazel Zona da Mata, Carla Pires; e o presidente da União Cervejeira da Zona da Mata (UniCerva ZM), Alexandre Vaz, além do vice-presidente da organização, Cristiam Rocha.

Para Bruno Siqueira, o reconhecimento do APL, o primeiro para cerveja em Minas Gerais, é uma chancela da qualidade da produção da cidade. “É uma certificação importante do trabalho de cada um inserido na cadeia produtiva. Nossas cervejas são reconhecidas em todo o estado e até no país, por sua qualidade. Com isso, podemos atrair pessoas de todo o país para apreciar este produto, fortalecendo a economia e o turismo.”

Já o secretário Wadson Ribeiro apontou que a certificação se deve ao destaque da cadeia produtiva de Juiz de Fora e região por esforços próprios. “Não se cria um APL, reconhece-se. Juiz de Fora tem laços históricos com a cerveja, foi aqui que foi fundada a primeira cervejaria de Minas Gerais, ainda no século XIX, e a colonização alemã ajudou a propagar a cultura e o consumo de cerveja. Além disso, a cadeia produtiva é altamente estruturada.” Segundo o secretário, com o reconhecimento do arranjo, é possível buscar mecanismos para capacitação, discussão de tecnologia, investimentos em equipamentos e contribuir para a atividade. “Este é o próximo passo.”

O presidente da UniCerva ZM Alexandre Vaz destacou a união dos cervejeiros como um fator decisivo para a conquista, que traz impactos positivos para toda a cidade. “Este aval para a cerveja de Juiz de Fora ajuda a construir uma identidade positiva dos cidadãos juiz-foranos, aumentando sua autoestima enquanto tais.” Depois da cerimônia, o primeiro dia “Um brinde a JF” que tem feira de cervejas e programação cultural segue no sábado, a partir de 14h, e no domingo, a partir do meio-dia.

Cerveja artesanal será lançada no Projeto Tamar

24 de maio de 201724 de maio de 2017 Ray Santos

Batizada de “Tartaruga de Pente”, bebida vai ser apresenta neste sábado na Praia do Forte

A Tartaruga de Pente receberá uma homenagem especial neste sábado, dia 27. Será lançada no Restaurante do Tamar, localizado no Projeto Tamar Praia do Forte, uma cerveja artesanal que terá o nome da espécie ameaçada de extinção. O evento, que tem entrada gratuita, também contará com o som de Marcos Clement, a partir das 20 horas, que convidou Du Txai e Jô Estrada para participar da Serenata do Tamar.

Na noite, a Cia de Brassagem Brasil, responsável pelo lançamento, fará uma breve apresentação sobre a cervejaria e seu conceito, além de uma degustação guiada com os convidados e indicações de harmonização. A “Tartaruga de Pente” é uma Belgian Blond Ale intensa, refrescante e agradável pela presença de notas cítricas reforçadas pela suave utilização de semente de coentro em sua formulação. Na noite também será lançada a “Onça-Pintada”, uma Session Ipa que demonstra sua força através de seus sabores e aromas de frutas amarelas e um cítrico proeminente do lúpulo Sorachi Ace.

Apresentação musical – Marcos Clement apresentará um repertório que mescla clássicos de Raul Seixas e canções autorais que estarão no seu primeiro CD a ser lançado este ano. A noite ainda contará com os convidados Du Txai e Jô Estrada. O som vai ser acústico com três violões. Marcos Clement interpreta Raul desde 2002, e já se apresentou no Parque da Cidade, Praça Municipal e Pelourinho. É considerado um dos melhores intérpretes da obra do roqueiro na atualidade.

Serenata do Tamar – Todos os sábados, a partir das 20h, o Projeto Tamar Praia do Forte proporciona uma noite à beira-mar, com o melhor da cozinha local e música de qualidade. A cada semana, uma atração musical se apresenta em tom aconchegante e intimista, em um ambiente ideal para estar com a família e amigos. Música, ciência e gastronomia para a conservação das tartarugas marinhas.
Serviço

Marcos Clement faz serenata no Projeto Tamar

Local: Projeto Tamar Praia do Forte, Mata de São João, Bahia, Brasil.

Veja localização aqui: http://bit.ly/2cbBiv8

Data e horário: 27 de maio, às 20h00.

ac | Laboratório de Notícias

Ex-dono explica por que vendeu Coca-Cola para empresa mexicana

Empresário Ricardo Vontobel, da Vonpar, falou pela primeira vez sobre os motivos que levaram à decisão tomada em setembro de 2016

Por: Marta Sfredomarta.sfredo@zerohora.com.br

24/05/2017 – 12h16min | Atualizada em 24/05/2017 – 19h06min

Em um café da manhã nesta quarta-feira, na Casa NTX, o empresário Ricardo Vontobel falou em público pela primeira vez após a venda da Vonpar Bebidas, que engarrafa e distribui Coca-Cola e outras marcas do grupo em parte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O negócio com a mexicana Femsa foi fechado em setembro do ano passado, por R$ 3,5 bilhões parte paga à vista, parte em ações e outros títulos.

– Faz seis meses que estou um pouco afastado. Estamos recomeçando com outro negócio, infinitamente menor, que é a Neugebauer. Sempre se disse que vender Coca-Cola era fácil, mas não foi o que vivi. Não existe negócio fácil – desabafou Vontobel no início da conversa.

Depois de relatar o desenvolvimento do negócio fundado pelo pai, João Jacob Vontobel, há 68 anos, e as crenças da empresa, que incluiam um inusitado "alegria", o empresário tomou a iniciativa de abordar o tema:

– Vocês devem estar se perguntando "se era tão bom, por que tomaram a decisão de sair?". Como eu disse, negócio não é emoção. É pragmatismo. É preciso ter leitura de contexto e não ser surpreendido. Um fundamento econômico é que, para crescer, precisa ter aumento de receita ou de volume. No Estado, o consumo per capita de refrigerante já é muito grande (haveria, portanto, pouco espaço para crescer), a população está envelhecendo e os jovens estão mudando de hábitos. E preço tem um limite. Se eu quiser vender Coca-Cola a R$ 10, as pessoas não vão comprar.

Nesse quadro, relatou, a opção seria crescer comprando, expandindo para Santa Catarina ou Uruguai. Mas apareceu alguém – no caso, a Femsa – que conseguiria capturar mais benefícios econômicos da integração das operações, o que no jargão dos negócios é chamado de sinergia.

– Na vida, é preciso saber a hora de começar, de continuar e de parar. Se a decisão fosse tomada na hora errada, o risco seria jogar 68 anos de história no lixo. Lembrei da história de Pelé, que parou de jogar no auge, e explicou que queria fazer isso enquanto ainda era rei. Comecei a trabalhar aos 12 anos em um caminhão de Coca-Cola. O que sei fazer é vender Coca-Cola. Mas há uma força maior, que é o mercado globalizado, onde o custo de capital é incomparavelmente mais barato. Tem de ser humilde para entender esse contexto – explicou Vontobel.

Conforme o empresário, foi uma antevisão desse futuro que fez a empresa familiar, cinco anos antes, comprar a Neugebauer. Segundo Vontobel, imaginava-se que seria um negócio muito parecido com a elaboração e distribuição de refrigerantes. Não foi bem assim:

– Apanhamos feito cachorro. Era uma escala totalmente diferente. Uma coisa é vender uma marca líder, outra vender uma que só tem história. Ninguém compra história. O que compramos era um pardieiro, eu fiquei um ano com vergonha de ir lá. Quanto mais vendíamos, mais perdíamos, porque havia uma perda na produção entre 20% e 30%. Mas tivemos decisão, arrojo, investimos em uma fábrica nova, em Arroio do Meio. Quando terminou a construção, não havia mercado. Hoje, felizmente, estamos vendo o negócio crescer 35% ao ano, começando a exportar Bib's para os Estados Unidos.

No final da conversa, Vontobel fez questão de dizer que, embora esteja passando muito tempo nos Estados Unidos atualmente, isso não quer dizer que tenha abandonado o Estado e o país. Segundo o empresário, é uma espécie de "ano sabático", durante o qual segue vindo ao Estado ao menos uma vez ao mês. Considerou o momento que o país está vivendo "deplorável" e disse não ver "solução de curto prazo":

– Nossa sociedade está doente. Furamos fila, não cumprimos nada. E isso não começou agora. Temos muito retrabalho no Brasil. Se alguém joga papel no chão, alguém tem de juntar. Se picha, tem de pintar. Essa é uma tinta improdutiva.

Apesar da visão crítica, Vontobel reforçou que, apesar de tudo, o Brasil ainda é um país em que "tudo está por fazer", portanto oferece mais oportunidades e mais facilidade para desenvolver negócios do que mercados maduros como Estados Unidos e Europa, onde há mais concorrência e as margens de lucro são ainda mais apertadas.

Café Cassiano aposta no setor de cápsulas

Esta passou a ser uma tendência e os produtos são compatíveis com as principais máquinas para esse tipo de extração

O Dia Internacional do Café é celebrado nesta quarta-feira, 24 de maio. A melhor forma de comemorar, sem dúvida, é com uma xícara dessa que é uma das bebidas preferidas do brasileiro.

O Café Cassiano, acompanhando as tendências do mercado, apontou que a tradicional bebida pode ser apreciada, também, através das novas cápsulas de café gourmet, comercializada em caixas com 10 unidades nos principais hiper e supermercados de Americana e região, bem como em lojas especializadas em gastronomia. A expectativa é que o mercado de cápsulas cresça uma média de 15,3% por ano até 2019.

Segundo o Café Cassiano, as cápsulas são compatíveis com as principais máquinas para esse tipo de extração presentes no mercado. A preparação através dessa modalidade é rápida e prática, conquistando muitos adeptos, principalmente no consumo doméstico.

As cápsulas resultam em uma bebida com alta cremosidade, riqueza de texturas e sabor único. Para garantir o aroma e sabor originais do café, as doses individuais são protegidas por atmosfera modificada.

Uma pesquisa realizada pela Euromonitor International e divulgado pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) fez uma análise das tendências de consumo entre 2014 e 2019. O relatório aponta que, atualmente, o mercado de cápsulas corresponda a 0,6% do volume de café consumido no Brasil, um montante de 980 mil toneladas. Até 2019, esse percentual deve chegar a 1,1% do volume total.

Preparo

Seja através das cápsulas ou do preparo tradicional, o importante é não deixar faltar o café de cada dia. Para aprimorar a experiência de apreciar a bebida é interessante observar algumas dicas para aproveitar ao máximo o sabor do café.

O primeiro cuidado é observar a água que será usada no preparo. A indicação da diretora de Marketing do Café Cassiano, Lia Lima Gatti Höfling, é escolher água mineral ou filtrada, já que a água da torneira apresenta alto teor de cloro. A temperatura também é um fator importante.

A água deve ser apenas aquecida e não fervida, já que a perda de oxigênio altera a acidez da bebida. O ideal é que o café seja preparado a 90°. O pó de café deve ser guardado na geladeira para preservar seu aroma, evitando recipientes abertos e transparentes.

Batatas Frisé e Chips

Alimentos

A McCain, conhecida pela comercialização de batatas pré-fritas congeladas, apresenta dois lançamentos para diversificar o oferta de produtos em restaurantes e similares, sem que, para isso, sejam necessárias grandes alterações no trabalho e na estrutura. Tratam-se de dois cortes que já são amplamente comercializados da Europa: Frisé e Maxi Chips. O primeiro corte, que resulta em uma batata palito ondulada, resulta em um produto macio por dentro e crocante por fora, além de ter um diferencial bem atrativo, devido ao formato. Já a Maxi Chips, produto exclusivo da marca, permitem o preparo das conhecidas batatas chips que geralmente só são encontradas prontas em supermercados. Uma das vantagens dessa versão é a possibilidade de servir o produto quente ou frio, uma vez que a Maxi chips não perde sabor e crocância.

www.mccain.com.br – 0800 704 3236

Editora Nova Gestão Ltda. | Tels.: (11) 3562-3166 | (11) 3562-3170

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Fiscalização interdita fábrica de doce de leite na cidade de Limoeiro de Anadia

Empresa diz que está em processo de regularização no Ministério da Agricultura

Assessoria / MP-AL

Uma indústria de alimentos, localizada no município de Limoeiro de Anadia, no Agreste alagoano, teve parte de suas atividades interditadas, nesta terça-feira (23), durante os trabalhos da Fiscalização Preventiva Integrada do Rio São Francisco (FPI). O setor que produzia doces de leite não possui registro no Ministério da Agricultura, uma exigência legal para empresas que vendem produtos para outros estados.

A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) lavrou um auto de infração porque a indústria fabricava os doces de leite sem autorização daquele órgão federal e também fez a interdição dessa linha de produção específica, que ficará sem funcionar até que o Ministério da Agricultura dê a devida permissão.

A Adeal também apreendeu todos os produtos derivados do leite que já estavam prontos para a venda. Apenas foi recolhido o que estava sem o registro obrigatório.

Licença ambiental

O Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) expediu notificação para que o proprietário comprove se está cumprindo todas as condicionantes previstas na licença ambiental já concedida à empresa. Dentre elas, o certificado de destinação final dos resíduos comuns, perigosos e das cinzas. Ele terá prazo de cinco dias para comprová-las.

Porém, o IMA fez uma interdição na área de ampliação da empresa, que também tinha que ter a autorização do Instituto.

O IMA também lavrou dois autos de infração porque encontrou outras irregularidades. Mais de 200m³ de madeira estavam na empresa. A lenha, que seria utilizada nas caldeiras da fábrica, foi apreendida. Também foi detectado um lançamento de resíduos sólidos, líquidos e de substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em lei.

O dono da empresa explicou que, em 2016, protocolou no Ministério da Agricultura o pedido de regularização do setor de doces de leite da fábrica. Entretanto, a autorização ainda não foi emitida.

No ‘olho do furacão’, JBS já perdeu R$ 9,6 bi

A intensa exposição dos crimes delatados pelos irmãos Batista durante o fim de semana resultou ontem no pior dia da história da JBS

Em meio à aversão de investidores, a empresa perdeu R$ 7,45 bilhões em valor de mercado. Na bolsa, as ações da JBS recuaram 31,3%, na maior desvalorização desde que a empresa abriu o capital, em 2007.

Desde quarta-feira, quando surgiram as primeira notícias da delação de Joesley Batista, os papéis da JBS caíram 37% na B3 (ex-BM&F Bovespa), o que fez o valor da empresa cair de R$ 25,9 bilhões para apenas R$ 16,3 bilhões nesse período.

A reação dos investidores condensa, em grande medida, a espiral negativa que sacudiu a empresa. Ainda que as perspectivas operacionais permaneçam positivas – fato que ajudou a conter a queda das ações na última sexta-feira -, as delações geram temores sobre a sustentabilidade financeira da JBS.

Ontem, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou os ratings da JBS e da JBS USA, e colocou a nota da companhia em revisão para um novo rebaixamento. A Fitch rebaixou o rating da JBS e também colocou a nota em observação para possível rebaixamento. Por seu turno, a Standard & Poor's (S&P) colocou em observação para possível rebaixamento o rating da Moy Park, subsidiária da JBS.

O risco de pesadas multas também pressiona a companhia. No âmbito das negociações do acordo de leniência, o Ministério Público Federal (MPF) pede o pagamento de mais de R$ 11 bilhões em multas à JBS, mas ainda não chegou a um entendimento com a controladora J&F. E isso não é tudo. Fatalmente, a JBS terá de pagar multa nos EUA – a empresa negocia acordo com o Departamento de Justiça (DoJ) -, onde também já é alvo de ações coletivas.

O escritório americano de advocacia Rosen Law Firm abriu novo chamado para interessados em participar de uma possível ação de classe contra a JBS, motivada pelos impactos na companhia da delação e também pela Operação Bullish, que investiga irregularidades nos aportes feitos pelo BNDESPar, que tem 21,3% do capital da JBS. O escritório alega que a JBS pode ter divulgado informações enganosas aos investidores. Além disso, a empresa também pode sofrer ações coletivas relacionadas à Operação Carne Fraca.

A crise de confiança é outro fator que abala a JBS, sobretudo no Brasil, onde consumidores fazem campanhas de boicote às marcas da empresa – Friboi, Seara, Doriana, Swift, entre outras. Não à toa, a rival BRF ganha espaço junto aos consumidores e aos investidores. Ontem, as ações da dona das marcas Sadia e Perdigão subiram 6,1%, gerando um ganho de R$ 2 bilhões em valor de mercado.

Há também efeitos colaterais da delação, com a possível punição da JBS pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo uso de informações privilegiadas. A autarquia investiga se a empresa lucrou com a compra de dólares antes da divulgação da delação, sabendo que a exposição dela afetaria o câmbio. Os controladores da JBS também estão na mira da CVM pelo possível "insider trading" pela venda de ações da JBS antes da divulgação da delação.

Para o gestor de um fundo de pensão, a forte baixa da ações da empresa no pregão de ontem está ligada à zeragem de posições especialmente por parte dos investidores internacionais. A exposição em JBS virou um problema para o estrangeiro, uma vez que hoje há muito mais risco do que retorno potencial no médio prazo. Além disso, o estrangeiro, que conta com um leque de opções com mais de 300 papéis do setor para investir no mundo inteiro, não tem tempo para acompanhar os desdobramentos do caso da JBS, os processos judiciais, se os controladores vão ser presos.

Esse risco, argumentou o gestor, ficou mais claro após o fim de semana, com os questionamentos acerca das vantagens obtidas na delação pelos irmãos Joesley e Wesley Batista e as investigações sobre se teriam lucrado com a própria denúncia. O valor de R$ 11,6 bilhões pedido pelo MPF para fechar o acordo de leniência, apesar de não aceito, é outro risco. "O valor de R$ 11 bilhões acabaria com a empresa", afirmou o gestor.

Diante de tudo, histórias do passado mal-explicadas, como as condições do acordo que selou a incorporação do frigorífico Bertin pela JBS, voltam à tona, adicionando incertezas no cenário já conturbado. Notícias veiculadas na imprensa na semana passada dão conta de que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pediu que a Justiça cancele o negócio, alegando fraudes fiscais e societárias pela JBS.

O pano de fundo desse caso do passado é a possível apropriação indevida de um ágio na incorporação do Bertin. A suspeita é que os Batista compraram, em 2009, uma participação maior dos Bertin do que divulgaram ao mercado, o que pode ter lesado minoritários e a Receita.

A participação oculta da família Batista, que foi aventada pelo advogado Sérgio Bermudes em 2013, se daria pela Blessed Holdings, empresa americana sediada em Delaware. A Blessed, por seu turno, é controlada duas empresas sediadas em paraísos fiscais: Lighthouse Capital Insurance Company, cuja sede fica nas Ilhas Cayman, e a U.S Commonwealth Life, que é de Porto Rico.