Fórum realizado na feira abordou o desperdício de alimentos e discutiu o significado da data de validade dos produtos
Até o dia 12 de abril, a 37ª edição da Mercosuper – Feira e Convenção Paranaense de Supermercados – vai receber aproximadamente 45 mil visitas de supermercadistas e varejistas e deve fechar R$ 540 milhões em negócios. Na cerimônia de abertura, o presidente da Apras – Associação Paranaense de Supermercados – Pedro Joanir Zonta, mostrou otimismo para o futuro da economia do país. “Neste ano, registraremos melhora no desemprego e renda, além de queda nas taxas de juros. Este é o momento de nos prepararmos para crescer e de voltar a investir”.
Segundo Zonta, é o investimento das empresas que vai contribuir com a recuperação econômica e oferecer maior poder de compra ao consumidor. Neste contexto, o presidente destaca que a Mercosuper é uma oportunidade de supermercadistas e varejistas se atualizarem e se prepararem para um ano mais promissor.
Na feira, os mais de 230 expositores vão apresentar os principais lançamentos de produtos, além de praticar condições e preços especiais. “Isso reflete diretamente no bolso dos consumidores, já que os supermercados devem repassar os bons negócios concretizados em promoções nas suas lojas”, destaca Zonta.
Fórum “O Impacto do desperdício na Cadeia Alimentícia”
Um dos principais temas abordados na Mercosuper 2018 é o desperdício de alimentos, que foi discutido em um Fórum realizado na manhã do dia 10 de abril por diversos especialistas de toda a cadeia alimentícia. No mundo, 1 terço de todo alimento produzido é desperdiçado, o que gera um custo de 750 bilhões de dólares, segundo alerta da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
“Este dado assusta, principalmente em um cenário em que 815 milhões de pessoas passam fome no mundo”, aponta o coordenador do comitê de prevenção de perdas da Apras e do CPAR – PR (Comissão de Prevenção de Perdas, Auditoria e Gerenciamento de Riscos), Éder Motin.
Os palestrantes falaram muito sobre a importância da conscientização no combate ao desperdício de alimentos. Nos supermercados, ainda há muito a ser feito com relação a cultura do consumidor, que muitas vezes desiste de levar um produto e o abandona em locais inadequados, como é o caso das carnes e produtos refrigerados. O manuseio inadequado de produtos mais frágeis, como as frutas e hortaliças, também contribuem para o aumento do desperdício. “Devemos comprar com os olhos e não com as unhas”, brincou Natalino Avance, presidente da Ceasa, ao lembrar que muitos alimentos perdem o seu valor comercial devido as avarias causadas pelo manuseio.
No Fórum, foi levantada a questão da validade dos produtos e a possibilidade de consumi-los sem que a segurança alimentar seja afetada.
O palestrante Alexandre Momesso expôs casos de diversos outros países que não adotam o prazo de validade. A Grécia, por exemplo, autoriza a venda de alimentos após a validade, desde que estejam em prateleiras separadas e com preço reduzido. “No Brasil, estamos há mais de 20 anos discutindo se podemos doar o alimento vencido sem que seja crime”.
Segundo Momesso, o Brasil ainda não tem uma política nacional que regule iniciativas de combate ao desperdício de alimentos e que defina o destino de sobras do processo de produção, comercialização e consumo. “Quase 30 projetos sobre combate ao desperdício de alimentos tramitam na Câmara Federal, porém praticamente todos ainda tentam regular a doação, tentando retirar possíveis punições a doadores”, acrescenta.
Em dezembro, a cadeia de supermercados do Reino Unido Co-op começou a vender alguns produtos que passaram da validade por apenas 10 pences (cerca de R$ 0,44). A ideia é reduzir o desperdício de alimentos. De acordo com a Agência Sanitária do Reino Unido, a data de validade dos produtos industrializados está mais relacionada à qualidade do alimento do que ao risco que o consumo depois do prazo indicado traz à saúde. Por isso, o órgão aconselhou outras redes de supermercado do país a seguirem o exemplo da Co-op.
Um dos programas que contribuem para a redução do desperdício de alimentos é o Mesa Brasil, do Sesc. Em 2017, o programa distribuiu no Paraná mais de 2 mil toneladas de alimentos sem valor comercial, mas com valor nutricional, que beneficiaram cerca de 138 mil pessoas.
Mostrando que há esperança, outro palestrante do evento, Valter Bianchini, da FAO, afirmou em sua palestra que “é possível erradicarmos a fome na próxima década”.
Palestra magna
O palestrante Marcos Casuo surpreendeu um grande público em sua palestra realizada na Mercosuper neste dia 10. O artista circense, que se tornou famoso por ser o primeiro brasileiro a entrar para o Cirque du Soleil e a protagonizar um espetáculo na famosa trupe canadense, realizou uma apresentação performática que falou sobre a sua trajetória e motivou o público supermercadista presente.
Confira a programação completa do evento no site: www.apras.org.br/mercosuper.
Serviço
A Mercosuper 2018 – 37ª Feira e Convenção Paranaense de Supermercados será realizada nos dias 10, 11 e 12 de abril, no Expotrade Convention Center, em Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), localizado na Rodovia Deputado Leopoldo Jacomel, 10.454.
Fonte: Assessoria de Imprensa