Chega de embalagens. Vendas a granel estão de volta ao varejo

São Paulo, 11 de Maio de 2017 às 08:00 por Mariana Missiaggia

Lojas especializadas ganham espaço, enquanto supermercados aumentam a oferta de alimentos por quilo com o apelo "direto da roça"

Estamos longe ainda de nos tornarmos uma Berlim ou Paris, onde já funcionam supermercados 100% sem embalagens. Mas tudo indica que o país avança na mudança de comportamento em relação ao uso de descartáveis.

À medida que o consumo de castanhas, sementes e farinhas ganhou força na rotina dos brasileiros, a tendência de levar à mesa alimentos mais frescos e naturais impulsionou um tipo de venda muito comum até a década de 1980: a granel.

Isso porque quem sai em busca desses itens nas prateleiras dos supermercados se depara com embalagens de no mínimo 500 gramas, com maior índice de conservantes, data de validade estendida e preços bem mais salgados.

Pelo menos, essa é a constatação de quem entende do assunto. Galena Goulart, 47 anos, é proprietária da Rei dos Grãos, em Moema, uma loja com mais de 600 itens vendidos a granel.

Aberto há um ano e meio, o negócio foi criado com base na experiência da própria empresária, que tinha muita dificuldade de encontrar todo o sortimento que desejava em uma única loja.

Galena percebeu que conseguia comprar farinhas em um lugar, castanhas em outro, e ainda recorria a um terceiro para frutas e suplementos. “Queria dar fim a essa peregrinação”.

Durante um ano, ela procurou um imóvel, no qual pudesse dar destaque à ilha de produtos vendidos por quilo. Farinhas, frutas desidratadas, e até preparos para feijoada vegana, risoto e yakisoba são vendidos de acordo com a necessidade de cada cliente.

E é exatamente nessa característica que reside o maior interesse do brasileiro por esse tipo de compra, de acordo com Antônio Sá, professor de varejo na FAAP.

O acesso a alimentos frescos que causem a sensação de “direto da roça” – e na quantidade desejada – é o que mais atrai o brasileiro para esse tipo de estabelecimento, afirma o especialista. A queda na renda e o aumento do desemprego são outros aspectos que compõem esse cenário.

Sá explica que embora não existam estatísticas que comprovem, esse comportamento também vem se repetindo na compra de produtos de limpeza.

Sem certificação e sem aquelas embalagens especiais, podem custar até a metade do preço se comprados por litro – uma opção para o consumidor que está vivenciando os efeitos da crise.

Além disso, há ainda uma pequena parcela da população preocupada com o impacto da quantidade de embalagens no meio ambiente, aponta Sá.

Dados do Ministério do Meio Ambiente mostram que cerca de um terço do lixo doméstico gerado pelos brasileiros é composto por embalagens. Do total, 80% são descartadas depois de serem usadas apenas uma vez.

Alertado por essa pesquisa, o Pão de Açúcar implantou a campanha "Reutilizar" em algumas de suas lojas a fim de apoiar e realizar ações em defesa do meio ambiente.

Como parte do programa, a rede varejista desenvolveu uma espécie de carrinho com depósitos gravitacionais, que funcionam no sistema First In, First Out, ou seja, os itens que entram primeiro saem primeiro, para garantir a qualidade e o frescor dos 60 itens disponíveis, como chás, chocolates e pimentas.

Os colaboradores de cada loja foram treinados para operar o equipamento e ajudar os clientes na escolha e quantidade dos produtos.

Para aqueles que desejarem, também é possível utilizar uma embalagem levada de casa ou adquirir um vidro reutilizável que pode ser comprado na própria loja.

Embora a novidade seja vista com bons olhos pelos consumidores e acompanhe uma tendência mundial, trata-se de uma decisão delicada e difícil para a maioria das redes de supermercados, na opinião de Antônio Sá.

O especialista em varejo explica que tal modificação implica numa reformulação de operação, justamente, uma das maiores preocupações do varejo. Isso porque a venda a granel demanda manutenção, rotatividade, higiene, segurança, além de funcionários dedicados exclusivamento a isso. "A grande briga do varejo é ter a operação mais barata possível", diz.

Em Berlim, o Original Unverpackt é um supermercado 100% livre de embalagens plásticas e fundado em 2004 com a proposta de liquidar desde as bandejinhas de isopor aos frascos de xampu.

Tudo o que é vendido no supermercado aberto pelas sócias Sara Wolf e Milena Glimbovski é envazado em potes reciclados dos próprios consumidores, que escolhem a quantidade de produtos que querem.

A ideia é simplificar o processo de compra ao máximo, minimizando custos, desperdícios e processos – muito similar aos mini-mercados ou armazéns de antigamente, onde tudo era disposto em sacos abertos de arroz ou em grandes tulhas.

Os empresários Marco Antônio Nogueira e Uiatã Rocha Pires resgataram o conceito de um jeito diferente com a abertura da Oil & Vinegar Brasil, uma franquia holandesa.

Nas lojas de Campinas e Porto Alegre, é possível avistar de longe a vitrine da loja com grandes frascos de vidro. São diferentes cores e sabores de azeites, vinagres, massas e conservas – todos vendidos a granel.

O funcionamento é o mesmo. Quem quiser pode usar seu próprio frasco ou escolher entre as dezenas de opções de vidros vendidos pela própria marca, que são de diversos volumes e formatos, com opções verdes e transparentes.

Além disso, há também ânforas, barris e canecos de aço inox, pipetas de vidro e até uma embalagem econômica, um sachê de plástico – todos importados.

Ali, a quantidade mínima para compra de azeites, vinagres e óleos é de 50 ml, podendo chegar até a três litros. São mais de 30 opções de itens a granel, que variam de R$ 29,95 até R$ 80,95 a cada 100ml.

Por hábito, modismo ou ideologia, a compra de alimentos a granel está voltando com força e ganhando adeptos, especialmente no setor de produtos naturais. Na Itália, o Carrefour implantou recentemente um modelo de venda nessa modalidade.

“As coisas vão e voltam. Houve um tempo em que consumíamos orgânicos, mas para ganhar escala fomos para os agrotóxicos. Agora, estamos fazendo o caminho inverso", diz.

"Antigamente, o varejo era basciamente feito na feira, a pé. Mas, para proteger os alimentos, embelezar e atestar qualidade, críamos uma enorme indústria de embalagens e levamos mais lixo do que alimento para casa".

Reunião na Acimacar discute novas normas para embalar alimentos

10/05/2017 às 22:00 – Atualizado em 10/05/2017 às 08:59 – por Da Assessoria

Comprar alimentos fracionados no mercado é um costume comum. São poucas as famílias ou pessoas que levam, por exemplo, um quilo de presunto para casa de uma vez só. Por isso, há a necessidade de fracionar alimentos e vendê-los em gramas ou quantidades menores.

Desde o dia 25 de abril, entrou em vigor a Resolução nº 469/2016, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), para novas normas que deverão ser seguidas por estabelecimentos como açougues, padarias, casas de frios, peixarias e supermercados que comercializam alimentos fracionados de origem animal.

Um dos principais pontos da Resolução determina que todo produto derivado de origem animal somente poderá ser fracionado, embalado, reembalado e rotulado, se o varejista contar com um responsável técnico qualificado para orientar a atividade de autosserviço (quando há o embalamento sem a presença do consumidor).

Para tratar sobre o assunto, a Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar) convida os associados do ramo afetados por essa resolução, para uma reunião na quinta-feira (11), às 7h30, com o médico veterinário do setor de Vigilância Sanitária do município Daniel Cotrim Garcia.

Segundo especialistas, a medida visa garantir a qualidade e as condições higiênico-sanitárias de alimentos fracionados comercializados no varejo, já que alguns estabelecimentos do estado não estavam adotando os cuidados necessários para o armazenamento.

O não cumprimento da Resolução configura em infração sanitária, passível de punição pelo Código Sanitário do Estado do Paraná e demais legislações de âmbito municipal.

CEO da Coca-Cola combate ameaça digital à compra de refrigerante

10/05/201714h56

Jennifer Kaplan

(Bloomberg) — Ao se instalar em seu novo emprego, o CEO da Coca-Cola James Quincey enfrenta um desafio que nunca preocupou a maioria de seus antecessores: a revolução digital.

Os consumidores estão cada vez mais comprando pela internet, passando mais tempo em aplicativos móveis e recebendo seus mantimentos em casa. E isso está abalando a Coca-Cola de modos surpreendentes, disse Quincey em uma entrevista em seu escritório em Atlanta.

Quando os consumidores deixam de ir ao shopping local e passam a comprar roupas na Amazon, eles também deixam de comprar Coca-Cola em uma máquina de venda automática ou na praça de alimentação. Assim, embora o declínio dos varejistas tenha se concentrado principalmente na falência de redes de roupas e em lojas fechadas, uma marca como a Coca-Cola está sofrendo também.

"A tecnologia digital está mudando seu comportamento", disse ele. "Isso afeta outras categorias que não são o principal motivo de sua ida ao shopping."

Transformar a Coca-Cola em um vencedor da era digital ? ao invés de outra vítima do comércio tradicional ? é uma prioridade fundamental para Quincey.

Os desafios tecnológicos enfrentados pelo executivo de 52 anos, que entrou no lugar de Muhtar Kent no dia 1º de maio, são agravados por uma revolta contra as bebidas açucaradas. Essa mudança drástica levou a gigante dos refrigerantes a investir em novas marcas como Suja Life e Aloe Gloe, que atraem consumidores preocupados com a saúde. Quincey também está reduzindo gastos e se livrando de diversas fábricas de engarrafamento em todo o mundo, na tentativa de ressurgir como uma operação mais enxuta e focada.

Diante do declínio das vendas, a Coca-Cola viu sua ação cair 3,8 por cento nos últimos 12 meses, em contraste com um ganho de 16 por cento do Standard & Poor's 500 Index.

Sem papel

Mas a tecnologia é um dos principais focos de Quincey, um inglês que passou mais de duas décadas na Coca-Cola. Ele quer modernizar a empresa de 131 anos e se gaba de quase não usar papel em seu escritório (olhando de relance para um único documento em um armário, Quincey pede desculpas pelo papel que "entrou sorrateiramente").

O poder revolucionário da tecnologia tem sido especialmente acentuado em alguns mercados estrangeiros, como a China. Quando Quincey foi diretor de operações no início de 2016, ele observou uma queda das vendas no país ? provocada pelo declínio das vendas a restaurantes de macarrão e outros.

As lojas em si não eram o problema ? elas continuavam vendendo grandes quantidades de alimentos ? mas mais clientes passaram a fazer o pedido pela internet e solicitar entregas. O problema para a Coca-Cola: os restaurantes ofereciam garrafas de vidro e tamanhos inadequados para o transporte com scooter.

Os avanços tecnológicos também tornaram obsoletos alguns trabalhos na Coca-Cola. A empresa está eliminando 1.200 empregos, em parte porque vem alienando as fábricas de engarrafamento.

"A tecnologia trouxe muitas maneiras novas de fazer as coisas e isso acaba substituindo alguns trabalhos e algumas pessoas", disse ele. "Você tem que se adaptar."

Itubaína amplia portfólio com garrafa de 500 mililitros

A Itubaína, refrigerante da Brasil Kirin, amplia seu portfólio com garrafas de 500 mililitros. Além de supermercados, bares e restaurantes também receberão a novidade.

As embalagens de meio litro complementam a linha de Itubaína, que já conta com garrafas PET 2 litros, garrafa de vidro de 600 mililitros, lata de 350 mililitros, long neck de 355 mililitros, e PET mini, de 237 mililitros.

Festival oferece cervejas artesanais produzidas em Varginha, MG

Evento acontece a partir desta quarta-feira (10) em frente à Concha Acústica.

Por G1 Sul de Minas

10/05/2017 09h01

A partir desta quarta-feira (10), Varginha (MG) recebe um encontro de cervejeiros artesanais da cidade. O 4º Festival de Cerveja Artesanal será realizado em frente à Concha Acústica, no Centro da cidade, com entrada gratuita. O evento segue até o sábado (13) e terá ainda shows ao vivo com músicos da cidade.

Todas as cervejas oferecidas durante o evento são produzidas por cervejeiros da cidade. Segundo um dos organizadores do evento, Silvio Beato, desde o ano passado, alguns amigos se uniram pra divulgar e apoiar a produção de cervejas artesanais da cidade. No início, eram apenas 10 pessoas, e atualmente, são mais de 50, a maioria com produção para consumo próprio.

As cervejas artesanais que já estão no mercado são divulgadas em eventos da cidade, como a Feira do Livro de Varginha e a Feira Natalina. “Neste evento [que começa nesta quarta-feira] são quatro cervejeiros e cada um vai oferecer dois tipos de cerveja que produz”, explica Beato.

Entre as opções, estão bebidas que levam ingredientes da região, como o café, e outras com toques de frutas como banana, laranja e plantas como o capim-limão. Os copos de 330 ml são vendidos a R$ 6 e R$ 7 no local.

Músicos da cidade convidados para o evento irão se revezar no palco tocando em todos os estilos, do rock ao sertanejo.

O evento acontece das 17h às 22h, de quarta-feira a sexta-feira (12), e no sábado, das 14h30 às 18h. Mais informações podem ser encontradas na página do evento.

Ambev tem reunião com Maia após ‘jabuti’ limitar crédito tributário a setor

Entidade responsável pelo setor afirma que renúncia fiscal das multinacionais de concentrado localizadas na Zona Franca de Manaus foi de R$ 9,6 bilhões no ano de 2015

SÃO PAULO E BRASÍLIA – O presidente da Ambev, Bernardo Paiva, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tiveram uma reunião nesta terça-feira, 9. O encontro ocorre em meio a uma reação do setor de bebidas contrária à inclusão na medida provisória do Refis de medida que limita a utilização de créditos tributários relacionados ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por fabricantes instalados na Zona Franca de Manaus.

Procurada, a Ambev não descartou que a pauta do encontro envolvia o "jabuti", como são chamados temas incluídos em medida provisória sem relação com assunto principal. A companhia evitou dar detalhes e disse que também foram discutidos temas relacionados às expectativas da empresa para o ano depois de a fabricante ter divulgado seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2017.

Desde a semana passada, parlamentares da bancada do Amazonas na Câmara e no Senado têm prometido derrubar a emenda que prejudica a produção de extratos para refrigerantes na Zona Franca de Manaus.

Eles já teriam em mãos requerimentos para a retirada do "jabuti", mas acreditam que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, possa eliminar o artigo – de ofício – para seguir o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que questões alheias ao tema de uma Medida Provisória não podem ser "contrabandeadas" para dentro de uma MP.

Na Câmara, o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) já adiantou que combaterá a emenda que deflagrou a "guerra do refrigerante". Do Senado, o ex-ministro Eduardo Braga (PMDB-AM) já enviou um pedido à Mesa Diretora do Congresso para a retirada dos três artigos que tratam da tributação das bebidas.

Críticas ao tema da chamada "compensação cruzada" de créditos tributários pelo setor de bebidas têm sido levantados por pequenos produtores. Eles alegam que a indústria de bebidas carece de isonomia porque grandes fabricantes utilizam créditos gerados na produção de concentrado para refrigerantes na Zona Franca de Manaus para abater impostos relacionados a outros produtos que não refrigerantes: caso das cervejas ou sucos.

Do lado da defesa da inclusão do tema na medida provisória está a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), que reúne pequenos fabricantes e promete brigar pela manutenção do item na pauta.

A entidade afirma que a renúncia fiscal das multinacionais de concentrado localizadas na Zona Franca de Manaus foi de R$ 9,6 bilhões no ano de 2015.

Estadão Conteúdo

Rei do Mate aumenta presença no varejo com chás em garrafas de PET

Com o aumento da tendência de consumo de chás prontos para beber, a rede de franquias Rei do Mate investe nos canais de venda de autosserviço, como supermercados e lojas de conveniência, com o lançamento de chás em garrafa de PET. As bebidas são envasadas a quente (sistema hot fill). As embalagens são decoradas com rótulos termoencolhíveis.

“Dos R$ 10 milhões que o Rei do Mate irá investir em 2017, R$ 2 milhões serão destinados à linha de chá envasado. Devido à crise, muitas pessoas passaram a consumir dentro de casa e, pensando nisso, a empresa prevê ampliar as vendas de varejo no Sul e Nordeste do Brasil”, explica o diretor de Marketing e Comercial do Rei do Mate, Antonio Nasraui.

As opções oferecidas pela marca são Chá mate natural, chá mate com limão, chá mate com pêssego, chá verde com lima-limão e chá verde com maçã verde.

Setor de bebidas questiona inclusão no Refis

Parlamentares da bancada do Amazonas na Câmara e no Senado têm prometido derrubar a emenda que prejudica a produção de extratos para refrigerantes na Zona Franca de Manaus

Dayanne Sousa e Eduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo

09 Maio 2017 | 22h42

BRASÍLIA – O presidente da Ambev, Bernardo Paiva, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, se reuniram nesta terça-feira, 9, por conta da reação do setor de bebidas contrário à inclusão no Novo Refis de medida que limita o uso de créditos tributários relacionados ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por fabricantes instalados na Zona Franca de Manaus.

Procurada, a Ambev não descartou que a pauta do encontro envolvia o “jabuti”, como são chamados temas incluídos em medida provisória sem relação com assunto principal. A companhia evitou dar detalhes e disse que também foram discutidos temas relacionados às expectativas da empresa para o ano depois de a fabricante ter divulgado seus resultados do primeiro trimestre de 2017.

Desde a semana passada, parlamentares da bancada do Amazonas na Câmara e no Senado têm prometido derrubar a emenda que prejudica a produção de extratos para refrigerantes na Zona Franca.

Eles já teriam em mãos requerimentos para a retirada do “jabuti”, mas acreditam que o presidente da Câmara, possa eliminar o artigo – de ofício – para seguir o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que questões alheias ao tema de uma medida provisória (MP) não podem ser “contrabandeadas” para dentro de uma MP.

Na Câmara, o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) já adiantou que combaterá a emenda que deflagrou a “guerra do refrigerante”. Do Senado, o ex-ministro Eduardo Braga (PMDB-AM) já enviou um pedido à mesa diretora do Congresso para a retirada dos três artigos que tratam da tributação das bebidas.

Críticas ao tema da chamada “compensação cruzada” de créditos tributários pelo setor de bebidas têm sido levantados por pequenos produtores. Eles alegam que a indústria de bebidas carece de isonomia porque grandes fabricantes usam créditos gerados na produção de concentrado para refrigerantes na Zona Franca para abater impostos relacionados a outros produtos que não refrigerantes: caso das cervejas ou sucos.

Do lado da defesa da inclusão do tema na medida provisória está a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebrás), que reúne pequenos fabricantes e promete brigar pela manutenção do item na pauta. A entidade afirma que a renúncia fiscal das multinacionais de concentrado localizadas na Zona Franca de Manaus foi de R$ 9,6 bilhões no ano de 2015.

Bob’s faz parceria com Bauducco e cria milk-shake de creme de avelã com chocolate e pedaços de cookies

Enviado em 09/05/2017 às 12:00:00

Bob's faz parceria com Bauducco e cria milk-shake de creme de avelã com chocolate e pedaços de cookies: Rede também implanta pão de queijo recheado no café da manhã

A rede Bob's acaba de fechar uma parceria com a marca Bauducco e lança com pioneirismo no Brasil, na próxima quinta-feira, dia 11 de maio, o milk-shake de creme de avelã com chocolate e pedaços de cookies Bauducco. Na mesma data, a empresa também amplia o menu de café da manhã, e apresenta ao mercado a linha de pães de queijo recheados, que contará com os sabores Polenguinho, cheddar, queijo e creme de avelã com chocolate.

O Bob's, em 1952, implantou no Brasil o milk-shake, em sua primeira loja, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. O sucesso foi tanto que nunca mais saiu do cardápio e o Bob´s é top of mind em milk-shakes e referência de sabor para toda a categoria.

Para 2017, a previsão da empresa é um crescimento de mais de 20% nas vendas da categoria, alavancado pelo lançamento de novos sabores. Atualmente o cardápio inclui oito sabores diferentes, que usam como base o sorvete de baunilha com uma fórmula secreta criada pelo Bob´s.

De acordo com o diretor de marketing da rede, Carlos Pollhuber, o milk-shake de creme de avelã com chocolate, Bob´s Nuts, lançado no fim de 2017, fez tanto sucesso que a empresa resolveu criar uma nova versão do produto, deixando-o ainda mais saboroso, com pedaços dos famosos cookies Bauducco.

“Como o Bob´s é a referência de sabor e qualidade na categoria, somos constantemente procurados por grandes marcas, com interesse em fazer lançamentos conjuntos. A parceria com a Bauducco resultou neste milk-shake que alia cremosidade, crocância e sabor único, ou seja, todos os atributos que o nosso cliente procura”, ressalta Pollhuber.

“A Bauducco está presente no país há 65 anos e carrega em seu DNA qualidade e sabor. Os cookies da marca são líderes de mercado, com 43% de share*, e possuem uma receita exclusiva. Acreditamos muito na parceria com o Bob’s, pois juntos poderemos oferecer uma excelente experiência de consumo por meio de um produto inédito”, afirma Vivian Ramirez, gerente de marketing da marca.

A empresa, também, tem investido em café da manhã e o menu inclui mais de 10 opções exclusivas para este período do dia, como pão na chapa, queijo com banana, misto quente, pão de queijo, além de sanduíches diferenciados e bebidas típicas do horário, como café, sucos e chocomaltine. Com o lançamento dos pães de queijo recheados, a empresa espera incrementar as vendas de café da manhã em mais de 10%.

Carlos Pollhuber afirma que o pão de queijo é um item muito popular no cardápio do Bob´s e por isso a rede resolveu lançar uma nova versão ainda mais saborosa do produto, exclusiva para o café da manhã da rede.

“Os pães de queijo recheados são extremamente saborosos. Os fãs de creme de avelã com chocolate poderão agora se deliciar com o ingrediente no café da manhã do Bob’s, enquanto as opções salgadas são para os que adoram queijos, em suas diferentes formas”, conta.

As campanhas do novo milk-shake e do café da manhã foram criadas pela agência NBS e terão destaque nos pontos de venda, além de ações nas redes sociais. Todo o material destacará o sabor único dos produtos.

*fonte: Nielsen – Retail Index – FY’2016

Sobre o Bob’s

O Bob’s, empresa genuinamente brasileira, com 65 anos de mercado, foi a primeira rede de fast food do Brasil. O norte-americano Robert Falkenburg trouxe dos Estados Unidos os conceitos mais modernos e inovadores do fast food, aos quais integrou o sabor do tempero brasileiro. A primeira loja foi inaugurada no burburinho de Copacabana em 1952 e rapidamente lançou moda, virando mania entre os cariocas. Em 1984, foi iniciado o sistema de franquia.

Sobre a Bauducco

Uma das empresas alimentícias mais tradicionais do Brasil, a Bauducco foi fundada em 1952 e é hoje líder em diversas categorias como torradas, wafers e cookies. Além disso, é a maior produtora de panettones do mundo. Moderna e industrializada, possui sete centros de distribuição, atendendo a mais de 140 mil pontos de vendas no Brasil e exporta seus produtos para mais de 50 países.

Mel de abelhas sem ferrão ganha mercado e vale ‘preço de ouro’

Um quilo de mel de abelha sem ferrão equivale a um grama de ouro: R$ 120 . Meliponicultura ganhou status de negócio no Paraná e está pronta para alçar voos mais altos nas gôndolas de supermercados
Pedro Serapio/Gazeta do Povo

O meliponicultor Benedito Antônio Uczai, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem em sua propriedade centenas de caixas de abelhas sem ferrão de dez espécies diferentes.
09/05/2017 | 15h12 | Antonio C. Senkovski

As abelhas são fundamentais para a polinização das plantas e para o equilíbrio ambiental. A fama da ferroada dolorida, no entanto, costuma ser a coisa mais lembrada no que diz respeito a esse bichinho. Imagine então uma abelha que não tem ferrão, nativa das matas brasileiras, que cumpre o papel da polinização e ainda por cima produz um mel quatro vezes mais caro que o convencional? Esse “sonho”, para os que têm medo de abelhas, existe e produtores paranaenses perceberam todas essas qualidades. Agora, o que era praticamente um hobby no estado até um tempo atrás se transformou em um negócio, com potencial para crescer a passos largos nos próximos anos.
Abelhas sem ferrão viram um negócio lucrativo no PR Ampliar

O primeiro aspecto que chama a atenção na produção de mel de abelhas sem ferrão é o preço. Enquanto o produto convencional “fabricado” pela abelha com ferrão custa R$ 30 o quilo, o mel das abelhas nativas sai por R$ 120 o quilo. Um dos motivos é que as abelhas sem ferrão, por serem menores em tamanho e/ou número de indivíduos por colmeia, produzem menos mel. Enquanto uma “família” com ferrão produz uma média entre 25 kg a 30 kg por ano, as sem ferrão (dependendo da espécie) chegam no máximo a 1,5 kg por ano.

Mas há outros elementos envolvidos e, por ser um mercado recente, não se sabe ao certo quanto pode valer esse “novo” mel na mão de chefs renomados e/ou no mercado internacional, por exemplo. É um produto fino, a ser apreciado em pequenas quantidades e uma textura mais líquida. Todos têm uma doçura singular, mas cada abelha tem suas peculiaridades, como acidez mais ou menos acentuada e toques florais diferentes a depender da época do ano e da espécie.

O meliponicultor Benedito Antônio Uczai, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem em menos de um alqueire centenas de caixas de abelhas sem ferrão de 10 espécies diferentes. Ele ainda divide sua rotina entre o cuidado com os animais e a produção de frutas, mas pretende, em breve, fazer da criação de abelhas nativas o seu negócio principal. “Antes, a venda da minha produção de mel de abelhas nativas era para conhecidos, no boca a boca, não tinha como colocar o produto em nenhum ponto. Agora, conseguimos a rotulagem e vamos poder entrar nos mercados, o que dá outra visibilidade ao nosso negócio”, diz.

O processo para conseguir esse rótulo levou anos de empenho dele e de outros produtores que se reuniram e formaram a Associação dos Meliponicultores de Mandirituba (Amamel). Foram inúmeras idas e vindas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para chegar a esse resultado. O que eles ainda não têm é a estrutura para o envase conforme as exigências do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Por isso, os produtores têm uma parceria com a empresa de mel convencional Napisul, de Agudos do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Essa indústria é quem envaza para eles o mel de abelhas nativas.

O presidente da Amamel, Marcos Antônio Dalla Costa, conta que desde 2010 ocorre um trabalho de organização dos meliponicultores na região de Curitiba. Atualmente, no estado, a associação é referência para quem busca informações sobre a meliponicultura. No total, são cerca de 20 associados ativos, ou seja, que têm entre suas atividades agrícolas a venda de mel de abelhas nativas sem ferrão. “Nossa intenção é mostrar que essa é uma atividade econômica lucrativa que consegue aliar preservação ambiental com a geração de renda em uma prática com pilares na sustentabilidade”, enfatiza.
Serviço

Para mais informações sobre o mel de abelhas sem ferrão e/ou compras do produto, entre em contato pelo e-mail: uczai@hotmail.com
Técnicas de manejo ainda passam por ajustes

O meliponicultor Benedito Antônio Uczai relata que quando começou a criar abelhas nativas, ele e outros produtores tiveram que aprender na prática as melhores técnicas de manejo. Eles descobriram “na unha” as melhores medidas e materiais para as caixas, como precisam estar dispostas as colmeias umas em relação às outras e que espécies se dão bem umas com as outras. “Na meliponicultura tudo é muito novo e até hoje descobrimos coisas novas sobre o trabalho todos os dias”, relata.

Até o levantamento de custos ainda precisa de ajustes. Hoje é difícil dizer o quanto foi necessário investir e o quanto se gasta para manter as colmeias, segundo Uczai. Em cálculos de custeio estimados por ele, considerando o tempo e insumos gastos, ele chegou ao preço que pratica em seus produtos: R$ 17 a garrafinha com 70 gramas e R$ 60,00 a garrafinha com 345 gramas.

Recentemente, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, lançou uma portaria (63/2017) para começar a estabelecer um regulamento técnico para questões referentes à identidade e qualidade do mel das abelhas sem ferrão no Paraná. É um primeiro passo, que deve ter ainda muitos outros até que sejam definidos padrões e procedimentos técnicos para a criação das abelhas nativas.

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