Em resposta ao MPF, Ministério da Saúde informa que garantiu tratamento para 152 pacientes com doenças raras

Escrito por Tatiana Teles | Publicado: Sexta, 16 de Março de 2018, 18h52 | Última atualização em Sexta, 16 de Março de 2018, 19h17

O Ministério da Saúde inicia na próxima semana a entrega de medicamentos judicializados para 152 pacientes com doenças raras. Os produtos, Aldarazyme, Fabrazyme e Myozyme, foram adquiridos por meio de novo processo de compra aberto para garantir a assistência dos pacientes. Atualmente, uma disputa judicial entre distribuidores tem impedido a finalização de compras.

Na tarde desta sexta-feira (16/3), o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública sobre o assunto. Em específico, trata da aquisição de medicamentos por meio da Global Gestão em Saúde S/A que obteve liminar contra Anvisa para importar os produtos após vencer a concorrência realizada pelo Ministério da Saúde.
Ministério da Saúde adota medidas para garantir oferta de medicamentos para doenças raras Liminar aponta "afronta a concorrência" em compra para doenças raras

Na liminar contra a Anvisa, o desembargador federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da Primeira Região, destacou: “o condicionamento da importação em referência à apresentação da referida declaração, que, no caso, somente poderia ser emitida por empresa concorrente, caracteriza, num exame superficial, afronta ao princípio de ampla concorrência de que deve ser revestir todo e qualquer procedimento licitatório”.

Diante da liminar, o Ministério da Saúde informa que não pode suspender a compra com a Global. A pasta aguarda a solução judicial da disputa entre os distribuidores, e, agora, o Ministério Público Federal, para que possa finalizar o processo de aquisição.

A Global Gestão em Saúde S/A venceu a concorrência aberta pelo Ministério da Saúde classificada em primeiro lugar, ao apresentar menor preço para o mesmo produto da segunda colocada.

Assim, o Ministério da Saúde defende o interesse público e o cumprimento da Lei de Licitações, independente do vencedor.
ENTENDA O CASO

O Ministério da Saúde tem buscado auxílio para finalizar o processo de compra dos medicamentos Soliris, Fabrazyme, Myosyme, Aldurazyme. A vencedora do processo de compra em andamento teve a licença de importação negada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para entregar produtos registrados pela própria agência. Uma liminar concedida no início de março aponta que a medida contraria a lei de licitações. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, acionou representantes dos pacientes, órgãos de controle, Justiça, Advocacia Geral da União e parlamentares para acompanhar e tomar as medidas cabíveis.

Uma resolução da diretoria da agência reguladora proíbe distribuidoras que não tenham aval do laboratório produtor de comercializar seus medicamentos Brasil. O laboratório, por sua vez, apenas autoriza a entrega por um único distribuidor indicado por ela. Uma das distribuidoras que venceu um dos quatro processos de concorrência do Ministério da Saúde, a Global Gestão em Saúde, conseguiu nesta semana uma liminar do desembargador federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da Primeira Região. O texto aponta que “o condicionamento da importação em referência à apresentação da referida declaração, que, no caso, somente poderia ser emitida por empresa concorrente, caracteriza, num exame superficial, afronta ao princípio de ampla concorrência de que deve ser revestir todo e qualquer procedimento licitatório”.

O Ministério da Saúde baseia a aquisição na lei de licitações (8.666/1993), dentro do sistema de compras emergenciais, que obriga a fazer uma tomada de preços e adquirir o medicamento da empresa que oferta o menor valor. Assim, a definição de um único distribuidor configura-se monopólio, gerando a falta de concorrência e, consequentemente, maior custo para o poder público. Ressalta-se que a discussão é sobre os mesmos produtos, com registro na Anvisa, comercializados por distribuidoras diferentes.

“Este impasse jurídico impede que o Ministério da Saúde cumpra as decisões judiciais para o fornecimento de medicamentos para os pacientes com doenças raras. Já fizemos uma reunião na semana passada com os órgãos de controle, magistrados e associações mostrando com clareza a questão e pedindo ajuda para resolver. Recebemos, hoje, novamente os pacientes para buscar uma solução. O Ministério da Saúde não consegue concluir as compras apenas com uma decisão administrativa. A judicialização dos contratos de aquisição está atrapalhando a judicialização da saúde”, explicou o ministro.

No caso da aquisição dos medicamentos Fabrazyme, Myosyme, Aldurazyme a vencedora do processo de compra, a empresa Global Gestão em Saúde, apresentou um preço menor do que a distribuidora Sanofi Genzyme, detentora do registro do país. A economia estimada, em um ano, chega a R$ 400 mil para atender 303 pacientes.

Já na aquisição do medicamento Soliris a empresa Tuttopharma apresentou valor inferiores ao da Multicare, detentora do registro no Brasil, totalizando uma diferença de R$ 4,6 milhões para atendimento de 296 pacientes. As distribuidoras, agora, entraram na Justiça para garantir o direito de entregar os medicamentos ao Ministério da Saúde.

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SES avalia processo de implantação do Sistema Nacional de Gestão de Assistência Farmacêutica

Fonte: SES-MT | Publicado em: 16/03/2018 às 16:04

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) realizou uma oficina em Cuiabá, nos dias 14 e 15 de março, para avaliar o processo de implantação do Hórus – Sistema Nacional de Gestão de Assistência Farmacêutica. O evento, coordenado pela Superintendência de Assistência Farmacêutica (SAF), em parceria com o Ministério da Saúde e o Escritório de Projetos e Serviços da ONU (Unops), também focou nas perspectivas do avanço do sistema, que faz o controle e gerenciamento de estoque, cadastros, e distribuição de medicamentos.

O Hórus, programa fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, já está em execução na Central Estadual de Abastecimento e Distribuição de Insumos de Saúde (Ceadis) da SES, na Farmácia de Atendimento ao Componente Especializado (Farmácia de Alto Custo) em Cuiabá, que conta hoje com mais de 13 mil pacientes cadastrados no sistema, e nas farmácias de alguns Escritórios Regionais de Saúde e municípios do Estado.

Durante a oficina, a Comissão de Elaboração do Plano Estadual de Assistência Farmacêutica apresentou trabalhos realizados pelos técnicos da SES e SAF e a Comissão Permanente de Farmácia e Terapêutica (CPFT) mostrou a elaboração de protocolos estaduais de dispensação de medicamentos para doenças como diabetes e fibrose cística, bem como outros trabalhos e atividades da CPFT.

“Outras demandas da SES, também discutidas com os técnicos do Ministério estiveram relacionadas à utilização do Sistema Hórus no componente básico e estratégico da Assistência Farmacêutica que visitaram, inclusive, o Ceadis e discutiram os fluxos de atendimento a pacientes e estabelecimentos da SES e municípios, como para tuberculose, hanseníase, febre amarela, malária, HIV e AIDS, entre outros”, explicou a coordenadora de Políticas e Assistência Farmacêutica, Luci Emília Grzybowski de Oliveira.

O segundo dia de atividades contou com representantes do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde (DAF/MS), que apresentaram dados sobre os módulos do Sistema Hórus em Mato Grosso e também discutiram temas como a ampliação do uso do sistema na SES e em todos os serviços farmacêuticos públicos do Estado. A Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica no SUS, que servirá de integração de dados de estados, municípios e governo federal e dará transparência de indicadores e resultados da política no país, também foi apresentada aos profissionais presentes.

Na ocasião, aproveitando a oportunidade da presença de representantes do Ministério da Saúde, alguns futuros compromissos foram citados com a SAF/SES e com o Unops, além de agendamentos a respeito de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas direcionadas aos técnicos da assistência farmacêutica e prescritores.

Participaram da oficina equipes de coordenadores, gerentes e técnicos da SES, municípios e representantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Ministério Público Estadual (MPE), além de integrantes da mesa, que contou com as presenças dos coordenadores do Departamento de Assistência Farmacêutica, Héber Bernarde e Lorena Brito; do técnico analista Robson Matos; da Secretária-adjunta de Serviços de Saúde da SES, Siriana Silva, da superintendente de Assistência Farmacêutica Betina Vandoni, e do consultor do Unops Suetônio Queiroz.

Deputada pede acesso da população a medicamento de alta complexidade

Publicado por Anselmo Nascimento

Sex, 16 de Março de 2018 15:43

Brasil – A deputada federal Carmen Zanotto (PPS-SC) defendeu, na terça-feira (13), em palestra promovida pela Interlegis, do Senado Federal,  

sobre o câncer de pulmão, que a população tenha acesso a medicamentos de alta tecnologia para tratamento do câncer.

“Quem depende do SUS quer que os medicamentos de ponta também cheguem até ele. É preciso que as novas tecnologias, principalmente os novos farmacos,  sejam incorporadas ao Sistema”, afirmou a presidente da Frente Parlamentar de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer.

A parlamentar disse que é preciso que os medicamentos  sejam disponibilizados assim que forem liberados pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) no SUS.

“Mantra”

Ao falar uma avaliação dos seis anos da “Lei dos 60 Dias”, Carmen afirmou que, apesar de alguns avanços, principalmente na área de radioterapia, ainda há grandes “gargalos” no atendimento em todo o país.

“Acreditem, há pacientes em algumas regiões que aguardam quase dois anos para receber o primeiro tratamento. É preciso que todos nós transformemos esta lei em uma espécie de mantra. Nunca é demais repetir, cobrar o cumprimento da legislação. Todos nós temos que cobrar uma política de tratamento do câncer no nosso estado, na nossa cidade”, reforçou Carmen.

A deputada falou também da aprovação, na semana passada, do projeto de sua autoria que obriga as autoridades de saúde a fazerem a notificação dos casos de câncer em todo o país.

Info: Silviane Mannrich

Ceará amplia serviço de teste rápido de tuberculose

16 de Março de 2018 #Ceará amplia #Teste rápido de Tuberculose

Suzana de Araújo Mont'Alverne – Assessora de Imprensa Lacen
Assessoria de Imprensa do Lacen – Fotos

A tuberculose é uma doença considerada um problema prioritário de saúde pública. Por ser uma patologia de transmissão direta, de pessoa para pessoa, é fundamental que o diagnóstico seja feito precocemente para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível. Para ampliar o serviço de diagnóstico e fortalecer a importância do tratamento, a partir deste mês, o teste rápido de tuberculose funcionará em mais três unidades da rede pública: duas do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), do Governo do Ceará, sendo uma em Fortaleza, que já iniciou na segunda-feira, 12, e outra em Juazeiro do Norte, e uma no Hospital Municipal João Elísio de Holanda, do município de Maracanaú. Estes dois últimos estão em fase final de implantação.

O Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará foi habilitado pelo Ministério da Saúde para coordenar a realização do teste rápido de tuberculose em novembro de 2014. O teste é feito através do equipamento GeneXpert, que permite a emissão de laudos laboratoriais para tuberculose em apenas duas horas. A triagem das unidades habilitadas para a realização do exame por meio do GeneXpert é feita pelo Ministério da Saúde. “A escolha dos órgãos segue as diretrizes do Programa Nacional de Combate à Tuberculose (PNCT), com base no número de baciloscopias feitas nos municípios. O Estado conta hoje com 11 equipamentos”, esclarece Daisy Meireles Arruda, farmacêutica do Lacen e coordenadora estadual do PNCT.

O diagnóstico da tuberculose pode ser feito através da baciloscopia do escarro, um exame simples, realizado nas unidades básicas de saúde. O processo todo, desde a chegada ao laboratório até a emissão do laudo, demora entre 24 e 48 horas. “Todas as baciloscopias feitas na atenção primária, com laudos positivos, são encaminhadas ao Lacen para a realização de cultura e testes de sensibilidade”, fala Daisy. O laboratório, que é referência no Estado, fez no ano passado 4.424 exames. Desse total, foram 3.678 culturas, 567 testes de sensibilidade, 76 análises para pacientes resistentes e 103 baciloscopias.

Cada exame tem uma importância. “A baciloscopia é o método prioritário, que permite identificar o doente bacilífero. O exame é oferecido nas unidades primárias de saúde. Os exames de cultura são indicados para pacientes com suspeita de tuberculose pulmonar e negativos à baciloscopia. Já os testes de sensibilidade analisam a resistência da bactéria que podem ficar relutantes à medicação, prejudicando o tratamento e cura do paciente”, ressalta a farmacêutica.

Com a ampliação do acesso ao serviço de teste rápido de tuberculose, o Lacen reforça a cobertura contra a doença. “Os equipamentos lotados nos laboratórios de Fortaleza e Juazeiro do Norte aliviará a demanda de outras unidades e agilizará o atendimento a outros hospitais e laboratórios da rede pública e privada, nos casos de suspeita de tuberculose pulmonar e extrapulmonar”, diz a farmacêutica.

O sistema GeneXpert é um teste molecular para a detecção de tuberculose e resistência à rifampicina, com tecnologia avançada para alta sensibilidade e especificidade, diminuindo as chances de um laudo falso negativo. “A realização por meio do GeneXpert utiliza a mesma amostra de escarro para baciloscopia, sendo colocada em um cartucho, semelhante ao de uma impressora, em seguida colocada no equipamento e em 120 minutos sai o resultado como positivo, negativo, sensível ou resistente”, explica Daisy.

Atualmente, há nove equipamentos para teste rápido de tuberculose na rede pública estadual e municipal do Ceará, são seis em Fortaleza, três na região metropolitana – Caucaia, Itaitinga e Maracanaú, um em Sobral e um em Juazeiro do Norte. De 2014 a 2017, o novo sistema liberou 16.365 diagnósticos, com 2.860 positivos e 13.505 negativos. Os testes de sensibilidade – aqueles que analisam a resistência das bactérias – tiveram o montante de 2.691 e 169 resistentes à principal medicação utilizada no tratamento, a rifampicina.

Como coordenador, o Lacen é quem solicita a compra de kits ao Ministério da Saúde, distribui às unidades e monitora a realização dos testes através de planilha do DataSUS, que são compiladas e enviadas ao Ministério da Saúde.

A Anvisa e a falta de medicamentos para doenças raras

Importadores desses produtos precisam apresentar a documentação que garanta sua procedência regular e autenticidade.

Publicado: 09/03/2018 17:57
Última Modificação: 09/03/2018 18:12

Em face às recentes notícias sobre a compra de medicamentos para doenças raras a serem utilizados na rede pública de saúde e a respeito da participação da Anvisa na liberação desses medicamentos, a Agência vem ressaltar que seu papel em todo esse processo é garantir que os pacientes acometidos por doenças como Mucopolissacaridose e HPN recebam medicamentos com qualidade, segurança e eficácia comprovadas. Por isso, há a exigência para que qualquer importador desses medicamentos apresente a documentação necessária para garantir que sejam legítimos e com procedência regular. Assim, a Anvisa esclarece alguns pontos sobre suas ações na liberação dos produtos:
A Anvisa é responsável pelo desabastecimento de medicamentos para doenças raras?

Não. A instituição responsável por todo o processo de compras de medicamentos para doenças raras é o Ministério da Saúde. A única participação da Anvisa em casos como esse é dar a autorização para a importação desses medicamentos quando eles não são fabricados no Brasil. Isso acontece de maneira regular e rápida, pois a Anvisa dá prioridade para análise de todas as Licenças de Importação (LI) referentes a medicamentos e vacinas que serão utilizados no Sistema Único de Saúde. Entretanto, em três licitações realizadas desde o final do ano passado, foi verificado que, no processo apresentado para a importação, não constava um documento essencial, que é a Declaração do Detentor do Registro (DDR). Isso não é burocracia por parte da Anvisa, e sim a garantia que nós temos de que o medicamento a ser importado é efetivamente legítimo, não é uma falsificação.
Mas a Anvisa não está sendo intransigente neste episódio dos medicamentos para doenças raras ?

Não. Todas as vezes que o Ministério da Saúde solicita autorização excepcional para importar medicamentos que não tenham registro no Brasil há a liberação imediata por parte da Anvisa, desde que as condições previstas na legislação e na regulamentação da própria Agência estejam cumpridas. Por exemplo: em 2017 houve a situação de um medicamento para tratamento de leucemia infantil, o L-Asparaginase, que não tem mais registro no Brasil (o registro que havia no país venceu e nenhum produtor ou importador apresentou novo pedido de registro). Nesse caso, a Anvisa atendeu ao Ministério da Saúde prontamente e foi autorizada a importação excepcional do produto para que crianças acometidas pela doença não ficassem sem acesso ao medicamento. Da mesma maneira, praticamente toda semana chegam ao país vacinas importadas pelo Ministério da Saúde através do Fundo Rotatório de Vacinas da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e elas também são automaticamente liberadas. Tanto no primeiro caso, da L-Asparaginase, como no caso das vacinas, há a previsão legal e no regulamento da Anvisa para se autorizar a entrada no Brasil de um produto sem registro. No entanto, no caso atual, uma distribuidora afirma poder importar o medicamento mas não exibe o DDR. Como garantir que se trata de um produto original? Por isso, ao cumprir a exigência legal e regulamentar, a Anvisa está zelando pela segurança das pessoas que vão tomar esse medicamento.
A Anvisa, com isso, não está favorecendo o monopólio?

Em absoluto. Na verdade, cada um desses medicamentos é um produto inovador que têm um único produtor mundial. O que há, de fato, é uma disputa entre distribuidoras e a distribuidora que está tentando importar para vender ao Ministério não consegue apresentar o certificado de que o medicamento é original, que é a DDR. Não tem nada a ver com monopólio, e sim com a apresentação de documentos obrigatórios em qualquer país que tenha sistema regulatório preocupado com a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos. Essa documentação obrigatória é de conhecimento de qualquer distribuidora de medicamentos.
Mas como facilitar o acesso de pacientes aos medicamentos para doenças raras?

O problema do acesso é grave, mas o Ministério da Saúde dispõe de mecanismos para resolvê-lo de imediato. Basta que a distribuidora apresente na Anvisa o pedido da Licença de Importação com a documentação legalmente exigida, incluindo a DDR. Sem isso, correríamos o risco de liberar lotes falsificados e medicamentos que, ao invés de melhorar a saúde das pessoas, poderiam pôr em risco suas vidas.

Anvisa aprova Lucentis para tratar neovascularização no Brasil

Doenças que provocam crescimento anormal de vasos sanguíneos na retina e causam perda visual contam com nova opção de tratamento no Brasil. O ranibizumabe. A aprovação do Lucentis® (ranibizumabe) é para tratar pacientes com comprometimento visual devido à neovascularização coroidal (NVC) secundária a outras causas além da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e neovascularização miópica.

São Paulo — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente uma nova indicação para Lucentis® (ranibizumabe) para tratar pacientes com comprometimento visual devido à neovascularização coroidal (NVC) secundária a outras causas além da degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e a neovascularização miópica. Com esta nova aprovação, o medicamento agora conta com seis indicações no Brasil. "Ainda existe uma grande necessidade médica não atendida para pacientes com doenças da retina e, por isso, é importante a busca por soluções para que cada vez mais pessoas melhorem sua qualidade de vida", afirma o Dr. Octaviano Magalhães Junior, especialista em retina, chefe do Serviço de Retina da Escola Paulista de Medicina.

A NVC é caracterizada pelo crescimento de vasos sanguíneos anormais abaixo da retina e é uma das principais causas de perda de visão em adultos estando mais associada à DMRI neovascular e à neovascularização miópica1-5. No entanto, essas condições não são as únicas causas de neovasculação, pois a NVC também pode ocorrer em muitas outras condições, incluindo uveíte, coriorretinopatia serosa central, estrias angióides, traumatismos, distrofias retinianas ou maculares e sem causa aparente (NVC idiopática).1,5-7 A neovascularização devido a causas diferentes da DMRI e da neovascularização miópica é rara e geralmente ocorre em adultos jovens e de meia idade.

Se não for tratada, pacientes com NVC podem sofrer perda rápida e irreversível da visão. “O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da NVC, e os agentes inibidores de VEGF como o ranibizumabe têm papel crucial no tratamento dessas patologias”, explica Magalhães Junior. Até recentemente, não havia terapia aprovada para o tratamento da NVC associada a outras doenças que não a DMRI e a neovascularização miópica. Em janeiro de 2017, a Anvisa aprovou o ranibizumabe para o tratamento da deficiência visual devido à NVC, com base nos resultados favoráveis ??demonstrados pelo medicamento no estudo chamado MINERVA.

O estudo Minerva foi o primeiro ensaio clínico controlado e randomizado de fase 3 concebido para avaliar a eficácia e a segurança do ranibizumabe em pacientes com neovascularização coroidal (NVC) secundária a outras condições que não a degeneração macular relacionada à idade neovascular (DMRI) e a NVC miópica. No estudo, o ranibizumabe demonstrou eficácia superior ao placebo em ganho de acuidade visual no mês 2. Tais ganhos visuais foram mantidos, com pacientes adultos tratados com ranibizumabe conseguindo um ganho médio de melhor acuidade visual corrigida (MAVC) de 11,0 letras no mês 12 em relação à linha de base. Aqueles tratados inicialmente com injeções simuladas que puderam receber ranibizumabe em regime pro re nata (PRN) a partir do mês 2 tiveram um aumento médio de MAVC de 9,3 letras no mês 12. A análise de subgrupos mostrou que o ranibizumabe foi eficaz na melhora da MAVC independentemente da acuidade visual basal e da etiologia subjacente da NVC. O tratamento com ranibizumabe ao longo de 12 meses também demonstrou ser benéfico na melhora da MAVC e da espessura subfoveal central em pacientes adolescentes com deficiência visual devida à NVC associada à doença de Best, à corioretinopatia idiopática e com drusas do disco óptico. O ranibizumabe foi bem tolerado e não houve novos achados de segurança.

Lucentis® (ranibizumabe) é um fragmento de anticorpo humanizado desenvolvido para bloquear o fator de crescimento de células endoteliais vasculares (VEGF). Aumento dos níveis de VEGF são observados em doenças oculares como, DMRI, edema macular diabético (EMD), oclusão da veia da retina (RVO) e neovascularização coroidal. O ranibizumabe está disponível em mais de 110 países e possui um perfil de segurança bem estabelecido, apoiado por um portfólio de 129 estudos clínicos patrocinados, além da extensa experiência na prática clínica diária.

Perfil — A Novartis provê soluções inovadoras de saúde que atendem a necessidades em constante evolução dos pacientes e sociedades. Sediada na Basileia, na Suiça, a Novartis oferece um portfólio diversificado para melhor atender a essas necessidades: medicamentos inovadores; medicamentos econômicos, como genéricos e biossimilares; e soluções para o cuidado com os olhos. A Novartis lidera globalmente cada uma dessas áreas. Em 2017, o Grupo alcançou vendas líquidas de US$ 49,1 bilhões, com investimentos em P&D de aproximadamente US$ 9 bilhões. As empresas do Grupo Novartis empregam cerca de 122 mil colaboradores. Os produtos da Novartis são comercializados em aproximadamente 155 países ao redor do mundo. | www.novartis.com.

Fundo de População da ONU e governo federal buscam garantir acesso a medicamentos essenciais

Publicado em 09/03/2018 Atualizado em 09/03/2018

Representantes do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Ministério da Saúde reuniram-se na quinta-feira (1) em Brasília (DF) para tratar de um acordo de cooperação técnica internacional com o objetivo de melhorar a assistência farmacêutica no Brasil.

O acordo busca garantir maior acesso aos medicamentos essenciais previstos pelas Nações Unidas como um dos cinco indicadores relacionados a avanços na garantia do direito à saúde.

A iniciativa deve ser fechada com o Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), que é hoje um dos pilares da política de saúde no Brasil e funciona como parcela fundamental na garantia ao acesso integral, equânime e universal aos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Participaram da reunião o representante adjunto do UNFPA, Yves Sassenrath; a assessora de saúde sexual e reprodutiva do UNFPA, Nair de Souza; o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), Renato Alves Teixeira Lima; e técnicos do departamento.

A parceria é parte das ações de desenvolvimento socioeconômico e equitativo local e nacional para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030, compromissos assumidos pelo Brasil.

Essa busca pela excelência no desempenho para uma assistência farmacêutica integral implica num processo de identificação de boas práticas e experiências exitosas na atualidade, que virá subsidiar o desenvolvimento de novas diretrizes, a serem adotadas como referencial para as Farmácias do SUS, de acordo com o UNFPA.

Após polêmica, um milhão de franceses deixam de tomar remédio para tireoide da Merck

RFI

A polêmica que sacudiu o verão dos franceses no ano passado – a alteração da fórmula do Levothyrox, produzido pelo laboratório alemão Merck – volta à tona nesta sexta-feira (9). Cerca de um milhão de pessoas deixaram definitivamente de utilizar o medicamento da Merck depois do episódio.

O Levothyrox da Merck teve sua fórmula alterada em 2017 sem que os usuários fossem informados. Depois de efeitos colaterais relatados por milhares de pacientes, a empresa alemã voltou a disponibilizar a antiga fórmula – o que não foi suficiente para abafar a revolta. Cerca de um milhão de pessoas deixaram definitivamente de adquirir o medicamento da Merck, segundo a associação francesa Viver Sem Tireoide, um número que é contestado pelo governo francês. 

Segundo o Ministério francês da Saúde, esse número é menor; apenas 500 mil teriam desistido da nova fórmula. No total, há três milhões de pessoas na França com hipotireoidismo que utilizam a levotiroxina sódica para reposição ou suplementação hormonal. 

Devido à revolta dos consumidores, as autoridades sanitárias passaram a disponibilizar outros tratamentos, já que a Merck exercia uma espécie de monopólio da levotiroxina sódica. A antiga fórmula da empresa alemã voltou brevemente às prateleiras das farmácias, mas a procura por ela foi tão grande, que se tornou praticamente impossível encontrá-la alguns meses após o escândalo.  

Entenda o escândalo 

O Levothyrox alterado começou a chegar às farmácias francesas em abril de 2017. Na nova versão do produto, o excipiente passou a contar com o ácido cítrico anidro e o manitol. Em contrapartida, o princípio ativo do produto – a levotiroxina sódica -, não foi alterada. 

Na época, nenhuma comunicação sobre a alteração foi realizada pela Merck. Muitos médicos chegaram a revelar que eles foram proibidos de comunicar seus pacientes.

Alguns meses depois da mudança, milhares de pessoas começaram a relatar diversos problemas como cansaço extremo, perda de memória, dores de cabeça, dores musculares, tontura, queda de cabelo, e até mesmo sintomas de depressão. Muitos especialistas minimizaram as reclamações, alegando que a mudança no excipiente não poderia causar tantos efeitos colaterais. 

Segundo a Agência Nacional da Segurança do Medicamento da França (ANSM), a alteração foi feita para deixar o produto mais estável. No entanto, associações e pacientes especulam se a modificação teria sido feita para reduzir os custos de produção do medicamento. 

Fórmula não foi alterada no Brasil

No total, sete mil pessoas registraram efeitos colaterais com a nova fórmula na França. O país, aliás, foi o único em que o Levothyrox alterado foi comercializado. 

No Brasil, a levotiroxina sódica produzida pela Merck é comercializada com o nome de Euthyrox. No entanto, o medicamento vendido no país não sofreu nenhuma alteração. 

Conselho nega falta de medicamentos e paralisação de serviços no PS de Cuiabá

Da Redação

Nesta quinta-feira (08), o Conselho Municipal de Saúde de Cuiabá veio a público, por meio de nota, esclarecer que a notícia veiculada no ‘Jornal A Gazeta’ no dia 05 de março, intitulada “Vistoria Confirma risco de vida aos pacientes do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá – HPSMC” não condiz com a deliberação conjunta que foi apreciada na tarde da quarta-feira (07) no Pleno sobre vistoria in loco na unidade. De acordo com a comissão que foi composta pelos Conselhos do Estado e do Município não foi constatada falta de medicamentos, nem paralisação nos serviços pela suposta falta deles [medicamentos], tão pouco risco de ‘morte’ aos pacientes internados como cita a reportagem.

“No dia 05/03/2018, os representantes do Conselho Municipal de Saúde de Cuiabá e Conselho Estadual de Saúde de Mato Grosso realizaram visita ‘in loco’ no HPSMC, a fim de verificar a informação veiculada no site RDNEWS, acerca da ‘suposta suspensão de atendimento’ no HPSMC para novos pacientes por falta de insumos e medicamentos. Na visita foi constatado que o atendimento estava acontecendo normalmente e que o Pronto Socorro foi abastecido com medicamentos e insumos durante o fim de semana”, diz trecho da nota.

A nota explica ainda: “Para as devidas constatações, após os Conselheiros (as) serem prontamente recebidos no auditório por toda a Equipe de Gestão do Pronto Socorro, onde todos os presentes puderam questionar sobre os fatos ocorridos, eles percorreram os diversos setores do HPSMC na UTI, Sala Vermelha, corredores e Farmácia Central do PS para as devidas averiguações”.

Embora não tenham encontrando as irregularidades citadas pelos veículos, em caráter de apuração e posterior contribuição para que incidentes não venham a ocorrer, após a referida vistoria a Comissão Ampliada elaborou um Relatório de Visita “in loco”, tendo como encaminhamentos e solicitação aos Gestores da pasta a entrega da relação dos medicamentos e insumos que poderiam estar em falta no momento que veio a público a notícia de ‘suspensão dos atendimentos no HPSMC para novos pacientes’. Também foi pedida a relação dos medicamentos e insumos que reabasteceram o HPSMC na sexta-feira e no sábado (final de semana) e se estes atenderiam à necessidade.

A nota de esclarecimento finaliza dizendo que outro encaminhamento solicitado pela comissão foi se haveria algum tipo de impedimento para a aquisição de medicamentos e insumos e que o único posicionamento que representa a comissão foi este deliberado no Pleno, durante reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde.

“Os questionamentos, bem como a íntegra do Relatório de Visita “in loco” ao HPSMC foi encaminhada à Gestão da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, requerendo retorno das informações em 48 horas, para posteriores encaminhamentos em plenário dos respectivos Conselhos de Saúde, sendo esta a única informação que reflete a verdadeira proposição dos direcionamentos tomados pela referida Comissão Ampliada”, finaliza.

Servidores de hospital flagram descarte indevido de medicamentos

Enquanto postos de saúde do município estão desabastecidos, Prefeitura teria descartado dezenas de caixas de remédios que não foram enviadas às unidades

Por Luan Guilherme Correia Em 08/03/2018 às 00:51

Enquanto a população sofre com a falta de medicamentos nas unidades básicas de saúde de Rorainópolis, região sul de Roraima, servidores de um hospital do município flagraram o desperdício e descaso com a saúde pública com o descarte irregular de ao menos 50 caixas de remédios que deveriam atender a demanda daquela localidade.

Conforme denúncia recebida pela reportagem da Folha, os lotes de remédios que estariam em falta nos postos de saúde do município foram jogados no lixo pela Prefeitura de Rorainópolis. Os medicamentos descartados eram antibióticos, como amoxicilina, além de outros utilizados por diabéticos e hipertensos. Alguns estariam com validade vencida, mas outros só venceriam em maio.

A denúncia aponta que, apesar de os medicamentos serem de responsabilidade da Prefeitura, o descarte teria sido feito no Hospital Regional Sul Ottomar de Souza Pinto, localizado na sede do município e gerido pelo Governo do Estado. Segundo uma servidora do hospital, que preferiu não ser identificada, muitos medicamentos que foram jogados no lixo estão em falta aos pacientes que necessitam.

“Se uma pessoa for a qualquer posto de saúde daqui não tem um paracetamol. A minha mãe é hipertensa e tenho que pegar receitas com colegas para poder comprar, porque não tem nos postos. São medicações necessárias, que sempre têm pacientes que necessitam. É difícil vermos uma situação dessa e ficarmos calados”, disse.

Conforme ela, os servidores da unidade se surpreenderam ao verem a quantidade de medicamentos sendo desperdiçada. “O próprio carro da prefeitura que veio até o hospital deixar as caixas para serem jogadas no lixo.

Ficamos abismados com aquilo. Queremos que o Ministério Público verifique o motivo desses remédios não terem sido entregues à população, pois enquanto necessitamos de medicamentos a Prefeitura joga fora”, relatou.

OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Rorainópolis informou que os materiais se tratam não apenas de medicamentos com datas de validades vencidas, mas também de lixo hospitalar (perfurocortantes) e que, após serem catalogados, foram recolhidos para descarte, uma vez que não poderiam mais permanecer disponíveis nas unidades de saúde do município.

“Informamos ainda que os medicamentos são oriundos de doações e que vieram com prazos de validade muito curto, o que levou à ação de descarte por parte da Secretaria de Saúde, que é o setor responsável para tal”, afirmou.

Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) esclareceu que possui contrato com empresa para realização de descarte de material hospitalar de todas as unidades de gestão estadual do interior e da capital, conforme parâmetros sanitários e ambientais exigidos. Informou, porém, que o descarte dos medicamentos feito na unidade foi realizado sem a autorização da secretaria ou da administração do Hospital Regional Sul e, após denúncia feita diretamente à Sesau, a Prefeitura recolheu as caixas de medicamentos. (L.G.C)